A queda prolongada do bitcoin (BTC) torna mais difícil para algumas mineradoras da criptomoeda pagarem empréstimos de até US$ 4 bilhões lastreados por seus equipamentos e aumenta o risco para os credores.
Um número crescente desses empréstimos agora está em risco porque o valor de muitos dos equipamentos de mineração que os credores aceitaram como garantia caiu pela metade, acompanhando o tombo no preço do maior token digital do mundo.
Poucas mineradoras deram calote até agora, mas suas vendas recentes de bitcoin sinalizam dificuldades. A Core Scientific vendeu mais de 2.000 bitcoins em maio para ajudar a cobrir custos operacionais. Enquanto isso, a Bitfarms descarregou quase metade de seus tokens no início deste mês para pagar parte de seu empréstimo de US$ 100 milhões à Galaxy Digital.
A mineradora também tem um empréstimo garantido por equipamentos junto ao New York Digital Investment Group.
Se o mercado não melhorar, analistas alertam que a situação pode ficar feia. A venda de reservas de bitcoin das mineradoras pressiona ainda mais os preços e o valor dos equipamentos pode cair ainda mais se os credores – que procuram recuperar suas perdas com calotes – começarem a liquidar as máquinas que recuperarem.
O valor do equipamento de mineração S19 da Bitmain caiu cerca de 47% em relação a uma máxima de cerca de US$ 10.000 em novembro, de acordo com dados da Luxor Technologies.
“As mineradoras de bitcoin, de maneira geral, estão sofrendo”, disse Luka Jankovic, chefe de crédito da Galaxy Digital. “Os valores das máquinas despencaram e os preços ainda estão em aberto”.
A mineração de bitcoin – que usa computadores poderosos para processar registros de transações e ganhar recompensas em criptomoeda – estava entre os negócios mais lucrativos. As margens chegavam a 90%. Mas é difícil obter financiamento tradicional para os equipamentos devido à volatilidade do mercado.
Para preencher essa lacuna, credores nativos do setor de criptomoedas, como a Galaxy Digital, NYDIG, BlockFi, Celsius Network, Foundry Networks e Babel Finance começaram a aceitar máquinas como garantia, além de entradas em dinheiro.
Agora esses credores podem estar significativamente desprotegidos, disse Ethan Vera, cofundador da mineradora Luxor Technologies, com sede em Seattle. “Eles estão nervosos com suas carteiras de empréstimos, especialmente aqueles com altos índices de garantia.”
Vera estima que haja até US$ 4 bilhões em empréstimos garantidos por máquinas, que se somam a ainda mais empréstimos garantidos por tokens, popularizados pela primeira vez na Ásia por credores como Babel.
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