Cenário global e bolsa de valores
As bolsas europeias operam sem direção única nesta quarta-feira, próximas da estabilidade, com dados fracos sobre o sentimento empresarial alemão que caiu pelo segundo mês consecutivo em agosto, quando as empresas tiveram uma visão mais pessimista sobre os próximos meses devido ao aumento do número de casos de Covid-19 com a variante Delta se espalhando pelo mundo e gargalos na oferta que traz desequilíbrios no sistema produtivo e causa pressão inflacionária. Em contrapartida, nesta terça-feira a própria Alemanha divulgou o Produto Interno Bruto (PIB) que cresceu 1,6% no segundo trimestre, um pouco acima das estimativas. Hoje, a maior parte dos mercados globais negociam com cautela, antes de uma importante conferência do Federal Reserve na sexta-feira (simpósio de Jackson Hole do Fed), onde os investidores buscam pistas sobre quando o banco central norte-americano começará a reduzir seu estímulo.
O índice pan-europeu STOXX 600 opera próximo da estabilidade com um leve avanço de 0,09%, a 472 pontos, após um fechamento recorde das bolsas de Wall Street no pregão de ontem. O próprio “benchmark” europeu estava a menos de 1% de seu pico histórico. Uma pesquisa da Reuters com 18 estrategistas previu que fortes resultados corporativos manterão as ações europeias em torno dos níveis recordes atuais pelo resto de 2021, enquanto as preocupações relacionadas ao aperto da política monetária dos Estados Unidos, eleições alemãs e repressões regulatórias chinesas limitarão os ganhos.
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta 4ªF. Investidores estão à espera de Jackson Hole para buscar mais sinais sobre o tapering nos EUA. Tóquio (Nikkey): -0,03% AOS 27.724,80 Pontos; Hong Kong (Hang Seng): -0,13% AOS 25.693,95 pontos; Seul (Kospi): + 0,27% aos 3.146,81 pontos; Shangai (Xangai): + 0,74% aos 3.540,38 pontos. Bolsas na Europa: apenas Alemanha opera em baixa de 0,10%. Londres em alta (+ 0,21%), Paris (+ 0,20%) e Madri (+ 0,36%). Minério de ferro em alta de 1,73% em Qingdao, cotado a US $ 148,66 a tonelada. Petróleo: Brent para outubro sobe 0,27%, para US $ 69,97 o barril; WTI para setembro sobe 0,22%, a US $ 67,40 o barril; Ouro para dezembro cai 0,82%, cotado a US $ 1.793,70 a onça-troy.
Cenário no Brasil
Aqui no Brasil, esta quarta-feira teremos indicadores macroeconômicos importantes, além disso, os investidores ficarão de olho nas declarações do presidente do Banco Central e do ministro da Economia. No período da manhã será divulgada a confiança do consumidor (FGV), IPCA-15 de agosto (IBGE), o Banco Central divulga às 9h30 os dados de julho das transações correntes, e o ministro Paulo Guedes participa da coletiva para divulgação dos dados de julho também da arrecadação tributária, às 12h. Já no período da tarde, terá os números de julho da dívida pública, a participação de Roberto Campos Neto, a partir das 16h, de reunião do Núcleo de Estudos Avançados de Regulação do Sistema Financeiro Nacional, promovida pela Fundação Getulio Vargas. Ontem, ele afirmou que, para além do ruído, agentes devem olhar para fiscal inegavelmente melhor. O dia ainda termina com a participação do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, em evento da XP Investimentos às 18h.
Ibovespa
Os ruídos de Brasília não espantaram os investidores nesta terça-feira e o mercado se deu por satisfeito com a retirada da pauta do projeto do IR e com o discurso ponderado do presidente da Câmara, Arthur Lira, demonstrando comprometimento com as contas públicas. Além disso, ele disse que buscará, junto ao STF, uma solução para a PEC dos precatórios respeitando o teto de gastos. No noticiário corporativo, as blue chips das commodities puxaram o ritmo de alta, com +3% do petróleo e o salto de mais de 7% do minério de ferro. O Ibovespa fechou em alta firme de 2,33% e recupera os 120 mil pontos (120.210,75), com volume acima da média, de R$ 34,6 bilhões.
O IBOV começa a ameaçar a sua tendência de alta no longo prazo ao cruzar abaixo da média móvel de 200 períodos, porém um movimento de queda no curto prazo foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil, 120 mil pontos e por último os 117 mil pontos, além disso segue se consolidando abaixo da média móvel curta (21 períodos). O investidor estrangeiro retirou R$ 195,62 milhões da B3 em 23 de agosto. No acumulado de agosto, estrangeiro ingressou com R$ 7,35 bilhões líquidos; no ano, o saldo é positivo em R $ 47,11 bilhões.
Indicadores Econômicos e eventos |
Fipe: IPC da 3ª quadrissemana de agosto (5h) |
FGV: Confiança do consumidor em agosto (8h) |
IBGE: IPCA-15 de agosto (9h) |
BC / Setor externo: Conta corrente de julho (9h30) |
Receita: Arrecadação federal em julho (12h) |
Tesouro divulga relatório mensal da dívida pública de julho (14h30) |
STF retoma julgamento de ação da independência do BC (14h) |
Roberto Campos Neto participa da 11ª Reunião da NEASF (16h) |
Bruno Funchal participa do Expert XP (18h) |
EUA / Deptº do Comércio: Encomendas de bens duráveis de julho (9h30) |
EUA / DoE: Estoques de petróleo da semana até 20/08 (11h30) |
Alemanha / Ifo: índice de sentimento das empresas em agosto (5h) |
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