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5 fatos para hoje: alta da gasolina; agronegócio defende democracia em manifesto

As entidades disseram que o Brasil não pode se apresentar ao mundo como um país permanentemente tensionado em crises intermináveis.

Vista da Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF) 21/04/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino

1- Valor médio da gasolina chega a R$ 6,157, com alta de 53,54% desde maio de 2020

O preço do litro da gasolina no país subiu 2,02% em agosto na comparação com julho, chegando a um valor médio no país de R$ 6,157. Após um ano e três meses de altas consecutivas, o valor do combustível acumula aumento de 53,54% desde maio do ano passado, dois meses após o começo da pandemia, quando o preço médio era de R$ 4,01.

As informações são da ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas.

Obtidos por meio do registro das transações realizadas entre os dias 1º e 29 de agosto com o cartão de abastecimento da ValeCard em cerca de 25 mil estabelecimentos credenciados, os dados mostram que Amapá (6,65%) e Distrito Federal (6,43%) registraram as maiores altas no período.

Apenas o Rio Grande do Norte apresentou queda no valor do combustível no período (-1,43%).

Entre as capitais, o valor médio do combustível foi de R$ 6,111.

Rio de Janeiro (R$ 6,52) e Brasília (R$ 6,379) foram as que apresentaram maiores preços em agosto. Já os menores valores médios foram encontrados em Curitiba (R$ 5,658) e São Paulo (R$ 5,692).

O preço médio do etanol no país no mês de agosto foi de R$ 4,499. Apesar da sequência de altas, a gasolina ainda segue sendo o mais vantajoso para se abastecer o veículo em todo o país. O método utilizado nesta análise, descontando fatores como autonomias individuais de cada veículo, é de que, para compensar completar o tanque com etanol, o valor do litro deve ser inferior a 70% do preço da gasolina.

2- Demanda por crédito sobe 9% em julho e tem 3ª alta seguida, mostra índice

A busca por financiamento no país cresceu 9% em julho em relação a junho, sendo o terceiro mês de crescimento consecutivo. É o que retrata o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), que mede mensalmente o número de solicitações no varejo, bancos e serviços. Na comparação com o sétimo mês de 2020, o INDC subiu 7%.

De acordo com o indicador, o interesse dos brasileiros em conseguir financiamento para o consumo em julho deste ano foi 34% superior ao que havia sido registrado no final de dezembro de 2020. A alta foi liderada pelo avanço da demanda por crédito em bancos e financeiras (46%), além do varejo (34%). Já a categoria serviços registrou alta menor, de 7% no período.

Além disso, em 12 meses, o dado do sétimo mês de 2021 foi 14% maior que o registrado em igual intervalo até julho do ano passado, “o que demonstra que as preocupações causadas pelo pior momento da crise sanitária foram superadas”, cita a nota. Neste intervalo, o segmento de serviços aumentou 116%, o varejo registrou acréscimo de 67% e o de bancos teve recuo de 2%.

3- Em carta, entidades do agronegócio defendem Estado Democrático de Direito

Sete associações do agronegócio do Brasil, incluindo Abag e Abiove, manifestaram nesta segunda-feira preocupação com os “atuais desafios à harmonia político-institucional” local, afirmando em manifesto que as tensões estão custando caro ao país e levarão tempo para ser revertidas.

As entidades disseram que o Brasil não pode se apresentar à comunidade global como uma sociedade permanentemente tensionada em crises intermináveis ou sob risco de retrocessos e rupturas institucionais, e defenderam o Estado de Direito estabelecido pela Constituição de 1988.

“O desenvolvimento econômico e social do Brasil, para ser efetivo e sustentável, requer paz e tranquilidade, condições indispensáveis para seguir avançando na caminhada civilizatória”, afirmaram as associações, reiterando apoio à alternância de poder em eleições legítimas e frequentes.

A posição expressa no documento, assinado também por Abrapalma, Sindiveg, CropLife, Abisolo e Ibá, além da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), diferencia-se do apoio dado por outras entidades do agronegócio, como a Aprosoja, a bandeiras de Jair Bolsonaro.

“As amplas cadeias produtivas e setores econômicos que representamos precisam de estabilidade, de segurança jurídica, de harmonia, enfim, para poder trabalhar… É o Estado Democrático de Direito que nos assegura essa liberdade empreendedora”, disseram as associações do agronegócio.

“O Brasil é muito maior e melhor do que a imagem que temos projetado ao mundo. Isso está nos custando caro e levará tempo para reverter”, acrescentaram.

O manifesto das associações ocorre após uma polêmica envolvendo Febraban e Fiesp, que vinham costurando uma carta em defesa da democracia. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda que a Fiesp teria se recusado a publicar o manifesto com críticas ao governo.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) negou ter participado da elaboração de texto com ataques ao governo.

4- Um ano depois, Casa Verde e Amarela não decola e entrega menos moradias

Um ano depois de seu lançamento, o programa Casa Verde e Amarela ainda não decolou. Embora a redução na taxa de juros tenha contribuído para impulsionar financiamentos, sobretudo na região Nordeste, outras frentes da política habitacional do governo Bolsonaro esbarram na falta de recursos do Orçamento. A entrega de novas casas está abaixo da média dos últimos anos, e até agora nenhuma moradia foi regularizada ou alvo de reformas. A insegurança financeira que cerca o programa desperta críticas num momento em que famílias perdem renda e sofrem com despejos em plena pandemia de covid-19.

Em 2021, o governo federal concluiu cerca de 20 mil unidades habitacionais da antiga faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida (para famílias com renda mensal de até R$ 2 mil), um número abaixo da média dos últimos anos: de 2009 a setembro de 2020, foram entregues 1,49 milhão de casas, segundo relatório da Controladoria-Geral da União (CGU). A continuidade das demais obras, porém, está ameaçada pela falta de recursos, e há risco de paralisação já no início de setembro, como mostrou o Estadão/Broadcast. Novas contratações são um plano ainda mais distante.

O governo tem dito que a entrega de novas casas não será mais a única vertente da política de habitação, mas novidades como a regularização de terrenos ou reformas de habitações ainda não saíram do papel.

O secretário nacional de Habitação do Ministério do Desenvolvimento Regional, Alfredo Santos, afirma que a pasta não ficou parada e, nesse último ano, trabalhou nas bases do primeiro edital, que será lançado em setembro. Serão contratadas até 107 mil regularizações de moradias, além de melhorias em 20% delas, com cerca de R$ 300 milhões disponibilizados de forma imediata pelo Fundo de Desenvolvimento Social (FDS) – abastecido com dinheiro de empresas. São recursos privados, isto é, não há um centavo sequer do Orçamento para esse braço do Casa Verde e Amarela.

5- Bolsonaro edita MP com novo marco legal para ferrovias

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta segunda-feira uma medida provisória que institui um novo marco legal para o transporte ferroviário, informou a Secretaria-Geral da Presidência da República.

Segundo o documento, a MP permite a exploração de trechos sem operação, devolvidos, desativados ou ociosos pela iniciativa privada por meio do regime de autorização, como já acontece na exploração de infraestrutura no setor de telecomunicações.

“Se o interessado pretender construir somente em áreas privadas obtidas sem a necessidade de desapropriação, o procedimento poderá ser ainda mais simplificado, uma vez que bastará mero registro junto à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres)”, disse a Secretaria-Geral, citando que a MP facilita investimento privado no setor.

O novo marco também prevê que administradoras ferroviárias se associem para criar uma entidade autorregulatória para definir padrões técnico-operacionais sem ingerência do Estado.

A medida atende a um pedido de empresários, especialmente de transporte de carga do agronegócio e de commodities. Pelo modelo atual de concessão, trechos de ferrovias só podem ser assumidos após um processo mais longo, que envolve estudos, edital, aprovação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e leilão.

Segundo o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse recentemente à Reuters, com o regime de autorização, uma empresa dona de uma concessão poderia por exemplo construir um ramal para facilitar o embarque de carga, sem necessidade de passar por um processo licitatório.

(*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo)

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