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Credit Suisse mergulha em outra crise após memorando de CEO

As ações, que já haviam perdido mais da metade do valor este ano antes da pressão vendedora nesta segunda-feira (3), chegaram a cair 12% nas negociações de Zurique, para uma mínima histórica que avalia a empresa em menos de US$ 10 bilhões.

O Credit Suisse (C1SU34) enfrenta nova turbulência depois que as tentativas do CEO Ulrich Koerner de tranquilizar funcionários e investidores tiveram o efeito contrário e aumentaram as incertezas em torno do futuro do banco.

As ações, que já haviam perdido mais da metade do valor este ano antes da pressão vendedora nesta segunda-feira (3), chegaram a cair 12% nas negociações de Zurique, para uma mínima histórica que avalia a empresa em menos de US$ 10 bilhões. Isso foi acompanhado por um aumento no custo de proteção da dívida do banco contra um default, que subiu para um nível recorde

Pela segunda vez, Koerner procurou acalmar funcionários e mercados com um memorando na sexta-feira, que enfatizava a liquidez e a força do capital do banco. Mas o CEO focou na recente volatilidade das ações do Credit Suisse e nos spreads de crédito, o que levou investidores a buscarem a saída quando as negociações foram reabertas após o fim de semana.

Embora tenha reconhecido que o banco enfrentava um “momento crítico”, o executivo prometeu enviar atualizações regulares à equipe até que o banco anuncie seu novo plano estratégico em 27 de outubro. Ao mesmo tempo, o Credit Suisse voltou a enviar pontos de discussão para executivos em contato com clientes que mencionaram os contratos de credit default swap (CDS), segundo pessoas com conhecimento do assunto.

Embora ainda estejam longe do nível “distressed” – e também parte de uma ampla onda vendedora -, esses contratos refletem a deterioração das percepções sobre a credibilidade do banco atingido por escândalos no ambiente atual. Os swaps agora precificam uma chance de aproximadamente 23% de o banco deixar de pagar seus títulos em 5 anos.

Alguns clientes apontaram o aumento do CDS este ano para fazer perguntas, negociar preços ou buscar concorrentes, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.

O Credit Suisse não quis comentar por meio de um porta-voz da empresa.

Ainda assim, alguns players de peso foram ao Twitter no fim de semana para descartar alguns dos rumores que circulam nas redes sociais provocados pelo aumento do spread do CDS como “alarmismo”. Boaz Weinstein, da Saba Capital Management, tuitou “respire fundo” e comparou a situação ao que ocorreu com o Morgan Stanley, quando seu CDS era duas vezes maior em 2011 e 2012.

Koerner, escolhido como CEO no fim de julho, teve que administrar especulações de mercado, saídas de banqueiros e dúvidas sobre o nível de capital enquanto procurava estabelecer um caminho para o banco em apuros, atingido por uma série de problemas financeiros e de reputação. O Credit Suisse atualmente finaliza os planos que provavelmente trarão mudanças radicais no banco de investimento e podem incluir o corte de milhares de empregos ao longo de vários anos, segundo informado anteriormente pela Bloomberg.

Analistas da KBW também estimam que a empresa possa precisar levantar 4 bilhões de francos suíços (US$ 4 bilhões) em capital, mesmo depois de vender alguns ativos para financiar uma potencial reestruturação, planos de crescimento e outras medidas.

A capitalização de mercado do Credit Suisse caiu para cerca de 9,5 bilhões de francos suíços. Isso significa que qualquer venda de ações seria altamente diluída para investidores antigos. O valor de mercado estava acima de 30 bilhões de francos em março de 2021.

Reguladores do Reino Unido e da Suíça, que estão de olho no Credit Suisse desde a perda multibilionária causada pelo Archegos Capital em 2021, ainda monitoram a estabilidade do banco, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

Porta-vozes da Autoridade de Regulação Prudencial do Reino Unido e da agência Finma, da Suíça, não quiseram comentar.

REUTERS/Arnd Wiegmann

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