1- Em relatório, Fed indica que covid ainda representa risco ao sistema financeiro
Os ativos de risco nos Estados Unidos estão “vulneráveis a perdas significativas” decorrentes de um possível quadro de deterioração do sentimento de risco, piora da pandemia de coronavírus ou estagnação da retomada econômica. O diagnóstico é do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e consta em relatório semianual de estabilidade financeira, divulgado nesta segunda-feira, 8.
A autoridade monetária destaca que os preços dos ativos foram sustentados por um aumento nas expectativas de lucros e baixos juros dos Treasuries. Segundo o documento, os bancos seguem lucrativos e bem capitalizados, apesar de algumas incertezas deixadas pela crise da covid-19.
O Fed ressalta ainda que os balanços corporativos se beneficiaram de contínua melhora, juros baixos e apoio do governo. “No entanto, a ascensão da variante delta parece ter retardado as melhorias nas perspectivas para pequenas empresas”, explica.
A análise acrescenta que os preços de residências “aumentaram significativamente” desde maio, mas que há “poucas evidências” de deterioração dos padrões de crédito.
De acordo com o BC dos EUA, “vulnerabilidades estruturais” persistem em alguns fundos de mercados monetários e outros veículos de gestão de dinheiro, que poderiam amplificar choques potenciais no sistema financeiro. “Existem também vulnerabilidades de risco de financiamento no crescente setor de stablecoins”, pontua.
2- Preços da gasolina e do diesel continuam subindo nos postos, diz ANP
A gasolina e o óleo diesel ficaram ainda mais caros nos postos na última semana, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O litro da gasolina estava custando, em média, R$ 6,71, no período de 31 de outubro a 6 de novembro, no último sábado, o que representa uma alta de 1% frente à semana anterior, quando a Petrobras anunciou reajuste nas refinarias.
No dia 26 de outubro, o preço cobrado pela estatal pela gasolina subiu 7% e o do diesel, 9%. Nos postos, ao menos por enquanto, essa alta não foi completamente repassada aos consumidores.
O litro do óleo diesel ficou 2,3% mais caro no mesmo intervalo de tempo, nos postos, passando de R$ 5,21 para R$ 5,33. Enquanto o preço do botijão de 13 kg de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, aumentou 0,4% na revenda, de R$ 102,04 para R$ 102,48. O produto não foi reajustado nas refinarias junto com a gasolina e o óleo diesel, na última vez.
A gasolina mais cara do País é vendida no Rio Grande do Sul, a R$ 7,99. O combustível foi encontrado a esse valor no município de Bagé. Na cidade paulista de Atibaia, em contrapartida, foi encontrada a gasolina mais barata, a R$ 5,297. Já o óleo diesel mais caro é vendido em Cruzeiro do Sul, no Acre, a R$ 6,7. E o mais barato, em Sumaré (SP), a R$ 4,29.
3- ‘Bico’ avança e paga cada vez menos
A precarização do trabalho por conta própria, o popular “bico”, avança a passos largos, como reflexo do desemprego elevado e do fraco desempenho da economia. Entre o segundo trimestre de 2019 e o segundo deste ano, aumentou em mais de 2 milhões o número de brasileiros, sem carteira assinada ou qualquer vínculo formal, com remuneração máxima de um salário mínimo por mês (R$ 1,1 mil). No segundo trimestre de 2019, esse contingente representava 48,2% dos trabalhadores que atuavam por conta própria. Hoje, já é mais da metade (55,6%).
É o que revela estudo feito pela consultoria IDados a partir da Pnad Contínua do IBGE. O objetivo foi conhecer quem é o trabalhador por conta própria, praticamente a única forma de ocupação que cresce significativamente no País. O “por conta própria” é um informal que obtém remuneração a partir dos bens ou serviços que produz.
Atualmente, esse grupo soma mais de 25 milhões de pessoas, ou 28,3% dos ocupados. No período analisado, 709,5 mil começaram a exercer atividade nessa condição. Também o número de brasileiros com curso superior trabalhando por conta própria cresceu no período – em 643,6 mil pessoas.
Para Ana Tereza Pires, pesquisadora do IDados, o aumento de mais de 2 milhões recebendo até um salário mínimo e o acréscimo de cerca de 700 mil trabalhando por conta própria revela que, mesmo entre aqueles que já estavam nessa condição, boa parte passou a obter uma remuneração menor. “É uma maior precarização de um tipo de trabalho que sempre foi precarizado, face ao trabalho com carteira assinada.”
Ela atribui esse movimento à pandemia. Com muitos brasileiros desempregados há mais de dois anos, mesmo os mais qualificados aceitam trabalhar ganhando menos para escapar dessa situação.
4- Consumo de energia no Brasil em outubro cai 5,7%, diz CCEE
O consumo de energia elétrica no Brasil teve uma redução de 5,7% em outubro na comparação com o mesmo período do ano passado, em meio a temperaturas mais amenas nas regiões Sudeste e no Sul, segundo dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apresentados nesta segunda-feira.
Ao todo, o país utilizou 62.918 MW médios do Sistema Interligado Nacional (SIN) no último mês.
Para a CCEE, as temperaturas mais amenas colaboraram para a queda do consumo de energia, uma vez que houve menos demanda para ar condicionado.
5- Indicador do Bank of America para atividade econômica do Brasil fica negativo
Um indicador coincidente do Bank of America para a atividade econômica brasileira caiu pelo sexto mês consecutivo em outubro, indo a território ainda mais negativo, e a avaliação do banco é que o ritmo de recuperação seguirá perdendo força em meio a inflação aquecida, juros mais altos e ruídos políticos.
O índice caiu para -0,34 pontos no mês passado, informou o BofA nesta segunda-feira, para seu menor patamar desde julho de 2020 e ante -0,19 pontos em setembro. A leitura do final do terceiro trimestre foi a primeira com sinal negativo desde 2020.
“A queda em nosso indicador aponta início lento para o último trimestre do ano”, disse em relatório David Beker, economista e estrategista para Brasil do BofA, explicando que seu índice é um bom preditor dos movimentos do IBC-Br. Este, por sua vez, é um indicador divulgado pelo Banco Central que ajuda a delinear a tendência de direção do Produto Interno Bruto (PIB).
O BofA ressaltou que ainda projeta avanço de 5,2% do PIB brasileiro em 2021, mas que “o ritmo da recuperação deve continuar a perder força adiante, dada a inflação alta, juros mais elevados, ruídos políticos crescentes e escassez de insumos”.
(*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo)
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