1 – Spotify despenca após resultado trimestral abaixo do esperado
A Spotify (S1PO34) previu nesta quarta-feira (02) um número menor de assinantes para o atual trimestre em relação ao esperado por Wall Street, mas executivos buscaram assegurar aos investidores que o crescimento da empresa não empacou, apesar da polêmica ao redor do podcast The Joe Rogan Experience.
As ações da Spotify caíram até 18% no after-market depois que a companhia divulgou previsão de assinantes.
“Apesar de não divulgarmos mais estimativas para o ano sobre assinantes…não esperamos uma diferença material nas adições líquidas seja de usuários ou assinantes em 2022 ante 2021”, disse o vice-presidente financeiro, Paul Vogel, à Reuters.
As ações reduziram perdas e mostravam baixa entre 3% e 9% após o choque inicial.
A previsão minimizou o desempenho da receita no quarto trimestre, que veio mais alta que o esperado, puxada por vendas de mais anúncios e novos serviços como podcasts. A base de assinantes pagantes cresceu 16% e o total de usuários ativos mensais subiu 18%, para um recorde de 406 milhões.
Mas a companhia previu para o atual trimestre 183 milhões de usuários pagantes, abaixo das expectativas de 184 milhões. A receita deve cumprir o esperado de € 2,6 bilhões.
O serviço de streaming de música investiu mais de US$ 1 bilhão na área de podcasts, liderada por programas exclusivos como The Joe Rogan Experience.
Mas o astro também atraiu controversia após seu programa ir ao ar com comentários polêmicos sobre a Covid-19 que atraíram protestos de artistas como Neil Young e Joni Mitchell.
Rogan, um comentarista popular da internet, têm pedido desculpas e a Spotify disse que vai passar a adicionar mensagens de alerta de conteúdo em programas que discutem a pandemia.
O presidente-executivo da Spotify, Daniel Ek, afirmou que a companhia já tem uma equipe dedicada à moderação de conteúdo.
“Tomamos medidas sobre mais de 20 mil podcasts desde o início da pandemia”, disse Ek à Reuters. “Então isso descreve o tamanho desta operação. É uma operação verdadeiramente global.”
“Apesar de Joe ter uma audiência enorme, ele tem hoje o podcast número 1 em mais de 90 mercados, ele também tem que cumprir as políticas da Spotify”, disse Ek.
Os assinantes pagos da companhia, que são responsáveis pela maior parte da receita da empresa, cresceram para 180 milhões, ante previsões de analistas de 179,9 milhões.
A receita subiu a € 2,69 bilhões, ante € 2,17 bilhões um ano antes. Analistas em média previam faturamento de € 2,65 bilhões no trimestre, segundo dados da Refinitiv.
2 – Lucro da Cielo cresce no 4º tri, mas com margens menores
A expansão moderada do processamento de pagamentos com cartões, a maior penetração de serviços de antecipação de recebíveis e o controle de despesas levaram a Cielo (CIEL3) a elevar o lucro do quarto trimestre, mas com margens menores e nova redução da base de clientes.
A maior empresa de meios de pagamentos do país, anunciou nesta quarta-feira (02) que teve lucro líquido de R$ 336,9 milhões no período, alta de 13% ante mesmo período de 2020.
Os pagamentos em cartões de crédito e de débito processados por sua rede no período cresceram 9,3% no comparativo anual, pouco abaixo da inflação do período, para R$ 208,4 bilhões.
As transações com cartões de crédito aumentaram 17,8%, mas os pagamentos com cartões de débito – que têm enfrentado concorrência crescente do Pix – recuaram 0,7%.
Simultaneamente, a Cielo viu sua base de terminais de pagamentos ativos ter queda de cerca de 200 mil equipamentos, para 1,2 milhão, refletindo menores subsídios dados pela companhia a lojistas.
Em contrapartida, a receita bruta com produtos de antecipação de recebíveis cresceu 46,8%, para R$ 119,9 milhões, com o panorama econômico adverso do país levando lojistas a anteciparem mais recursos, mesmo a custos maiores, dado o ciclo de alta dos juros para conter a inflação.
No conjunto, a receita líquida da Cielo no quarto trimestre atingiu R$ 3,14 bilhões, aumento de 3,9% em 12 meses.
Diante desse cenário, a companhia se apoiou novamente no controle de despesas, com os gastos normalizados crescendo apenas 0,6% ano a ano, para R$ 676,7 milhões.
E o resultado operacional somou R$ 789,5 milhões de outubro a dezembro pela métrica do lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda), alta de 2,8% ano a ano. Mas a margem caiu 0,3 ponto percentual, para 25,1%.
3 – Meta faz previsão abaixo do esperado pelo mercado e ações recuam
A dona do Facebook, Meta (FBOK34), viu suas ações despencarem mais de 18% no after-market nesta quarta-feira após a divulgar resultado trimestral com previsões de desempenho mais fraco.
A empresa afirmou esperar que a receita do atual trimestre fique abaixo das expectativas de analistas depois que mudanças promovidas pela Apple para melhorar a privacidade de usuários dificultou os negócios de publicidade digital.
A previsão de faturamento para o primeiro trimestre é de entre US$ 27 bilhões e US$ 29 bilhões. Analistas, em média, esperavam US$ 30,15 bilhões, segundo dados da Refinitiv.
As ações do setor de tecnologia tinham queda generalizada após o anúncio da Meta, com Alphabet mostrando recuo de 1,3%, Twitter e Pinterest despencando cada uma 10% e a Snap afundando 20%.
As mudanças promovidas pela Apple em seu sistema operacional dão aos usuários meios de controlar permissões de monitoramento de seu comportamento online, dificuçtando para os anunciantes conhecerem seu mercado e desenvolverem novos produtos.
A receita total da Meta, a maior parte formada por vendas de anúncios, subiu no quarto trimestre para US$ 33,67 bilhões, ante US$ 28,07 bilhões no mesmo período do ano anterior, praticamente em linha com expectativa média de analistas, de US$ 33,4 bilhões, segundo dados da Refinitiv.
O prejuízo líquido da divisão Reality Labs, operação de realidade aumentada e virtual da Meta, foi de US$ 10,2 bilhões para o ano de 2021, ante resultado negativo de US$ 6,6 bilhões no ano anterior. A cifra marca a primeira vez que a companhia divulgou o resultado da divisão em seu balanço.
4 – Alta da Selic encarece crédito e prestações, diz Anefac
A elevação da taxa Selic (juros básicos da economia), decidida hoje (2) pelo Banco Central, continuará a encarecer o crédito e as prestações, diz a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Apesar de o impacto na ponta final ser diluído por causa da diferença muito grande entre a taxa básica e os juros efetivos de prazo mais longo, o tomador de empréstimo sente os efeitos do aperto monetário.
Segundo a Anefac, o juro médio para pessoa física passa de 110,17% para 113,03% ao ano. Para pessoa jurídica, a taxa média sai de 50,93% para 53,05% ao ano. A Selic passou de 9,25% para 10,75% ao ano.
No financiamento de uma geladeira de R$ 1,5 mil em 12 prestações, o comprador desembolsará R$ 13,79 a mais com a nova taxa Selic. O cliente que entra no cheque especial em R$ 1 mil por 20 dias pagará R$ 0,80 a mais.
Na utilização de R$ 3 mil do rotativo do cartão de crédito por 30 dias, o cliente gastará R$ 3,60 a mais. Um empréstimo pessoal de R$ 5 mil por 12 meses cobrará R$ 44,20 a mais após o pagamento da última parcela. Caso seja feita em financeira, a operação sairá R$ 28,87 mais cara. No financiamento de um automóvel de R$ 40 mil por 60 meses, o comprador pagará R$ 33,11 a mais por parcela e R$ 1.986,41 a mais no total da operação.
Quanto às pessoas jurídicas, as empresas pagarão R$ 185,81 a mais por empréstimo de capital de giro de R$ 50 mil por 90 dias, R$ 74,47 pelo desconto de R$ 20 mil em duplicatas por 90 dias e R$ 8 a mais pelo uso de conta garantida no valor de R$ 10 mil por 20 dias.
Poupança
A Anefac também fez simulações sobre o impacto da nova Selic sobre os rendimentos da poupança. Com a taxa de 10,25% ao ano, a caderneta só rende mais que os fundos de investimento quando o prazo da aplicação é curto e a taxa de administração cobrada pelos fundos, alta.
Segundo as simulações, a poupança rende mais que os fundos em dois cenários. O primeiro é para aplicações de até um ano em relação a fundos com taxa de 2,5% ao ano. O segundo é para aplicações de até dois anos em relação a fundos com taxa de administração de 3% ao ano.
A vantagem dos fundos ocorre mesmo com a cobrança de Imposto de Renda e de taxa de administração. Isso porque a poupança, apesar de ser isenta de tributos, rende apenas 6,17% ao ano (0,5% ao mês) mais a Taxa Referencial (TR), que aumenta quando a Selic sobe. Esse rendimento da poupança é aplicado quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, o que ocorre desde dezembro de 2021.
5 – Barros diz que desoneração do combustível não será proposta do executivo
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que a proposta para desonerar a cobrança de impostos federais sobre o diesel não virá do Executivo e será uma iniciativa do Congresso, mas ainda não há uma definição sobre qual projeto será apresentado.
“Vai ser uma iniciativa do Legislativo, tanto faz Senado ou Câmara, mas tem que ter o texto, nós não temos o texto”, afirmou Barros à imprensa após a sessão de abertura do ano legislativo.
De acordo com ele, ainda não há uma solução para superar a exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal de compensar a desoneração e as restrições da legislação de conceder o benefício em ano eleitoral.
“Temos que fazer um texto que não esbarre na Lei de Responsabilidade Fiscal nem na lei eleitoral, esse é o problema, por isso, a iniciativa não será do Executivo”, disse Barros. “Não temos a solução, infelizmente, não achamos o caminho. Faz um mês que estão batendo a cabeça. Não há viabilidade de vir do Executivo porque vai esbarrar na legislação.”
A determinação do presidente Jair Bolsonaro é zerar a cobrança de impostos sobre o diesel, disse Ricardo Barros. O Congresso não deve mexer com o ICMS, imposto arrecadado pelos Estados, na avaliação do líder do governo. “Os governadores não aceitam”, declarou.
Com informações da Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil
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