O Ibovespa, fechou em alta nesta segunda-feira (6), puxado pelo avanço das ações da Petrobras (PETR3 e PETR4), com a alta do petróleo no mercado internacional. O dólar avançou frente ao real, com novas tensões entre governo e Banco Central e mais acenos da administração de Lula à expansão fiscal afastando investidores do risco, em meio ainda a temores sobre a trajetória de aperto monetário do Federal Reserve.
No dia, o Ibovespa avançou 0,18%, a 108.721 pontos. Já o dólar subiu 0,49% frente ao real, a R$ 5,1726.
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A agenda econômica da semana começa mais esvaziada, mas ganha volume na quinta-feira (9), quando serão divulgados dados da inflação do Brasil, pedidos iniciais de seguros-desemprego nos EUA e dados do CPI e PPI da China.
Cenário interno
Pesquisa Focus divulgada nesta segunda elevou a perspectiva para a taxa básica de juros em 2024, em meio a um cenário de pressões inflacionárias crescentes.
Analistas consultados pelo Banco Central veem agora a Selic a 9,75% em 2024, ante 9,5% na semana anterior – marcada pela primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2023. O BC decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano e ressaltou que a incerteza fiscal e a deterioração nas expectativas de inflação do mercado elevam o custo para que a autoridade monetária atinja suas metas.
No cenário político, o mercado acompanha a posse do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Investidores também seguem de olho na pauta econômica do governo. Depois de prometer na campanha isentar do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil, Lula avalia iniciar a ampliação da faixa de isenção da tabela ainda este ano para quem ganha dois salários mínimos (R$ 2.604). A faixa está hoje em R$ 1.903, o que faz com que quem ganha menos de um salário mínimo e meio já tenha de pagar o imposto.
O assunto é delicado porque envolve uma perda de arrecadação muito alta e a área econômica do governo prefere tratar o tema nas negociações da segunda etapa da reforma tributária, prevista pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para o segundo semestre.
Destaques corporativos
Americanas
A ação de Americanas (AMER3) fechou em alta de 6,13% nesta sessão. A empresa informou aos seus acionistas que não está negociando o hortifruti Natural da Terra e que são “infundados rumores e especulações veiculados em canais de mídia”. A varejista encontra-se em processo de recuperação judicial.
A empresa também informou que afastou Timotheo Barros, diretor de lojas físicas, logística e tecnologia; Anna Saicali, que comandava a Ame Digital; e Marcio Cruz, diretor de digital, consumo e marketing. Os três faziam parte do mais alto escalão da companhia. Além disso, os executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes também foram afastados.
Ambipar
A Ambipar (AMBP3) anunciou nesta segunda que o órgão de fiscalização do mercado de capitais dos Estados Unidos (SEC) aprovou o registro de oferta de ações (IPO, na sigla em inglês) de uma unidade da empresa após a fusão com a HPX Corp, sociedade de aquisição de propósito específico (Spac). A empresa de gestão de resíduos informou que será realizada uma assembleia geral com acionistas da HPX sobre a fusão e oferta de ações no dia 28 de fevereiro.
Os papéis da companhia encerraram em alta de 0,49% nesta tarde.
Gerdau
A Gerdau (GGBR4) comunicou na sexta-feira (3) que a empresa e subsidiárias do grupo terão direito de reconhecer nos resultados aproximadamente R$ 800 milhões referente a créditos tributários, após trânsito em julgado envolvendo processo sobre créditos de PIS e Cofins nas suas aquisições de sucata.
A companhia afirmou que Gerdau Açominas S.A., a Gerdau Aços Longos S.A. e a Gerdau S.A. obtiveram êxito em processo judicial de natureza tributária e que o valor decorre do principal acrescido de atualização monetária, deduzido de honorários advocatícios e tributos.
A ação da companhia recuava quase 0,81% nesta segunda-feira.
Oi
A operadora Oi (OIBR3, OIBR4) corre sério risco de ser alvo de uma intervenção direta pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o que significaria afastamento de toda a diretoria e a agência assumir o comando daquela que já foi uma das maiores empresas de telefonia do país.
As ações despencaram mais de 17% nesta tarde.
CVC
A CVC (CVCB3) divulgou prévia operacional apontando que as reservas operacionais da companhia cresceram 14% no 4º trimestre de 2022 ante o mesmo período de 2021, atingindo R$ 3,455 bilhões. No acumulado de 2022, as reservas confirmadas totalizaram R$ 13,942 bilhões, alta de 55% em relação a 2021.
A ação da companhia, que mais cedo operou em alta, fechou em queda de 1,61%.
Vale
A ação da mineradora Vale (VALE3) caiu 1,25%, em sua sétima queda seguida após valorização forte nos últimos três meses com expectativa de retomada de demanda por minério de ferro na China. Nesta segunda-feira, os contratos futuros da commodity na bolsa de Cingapura caíram para o nível mais baixo em quase três semanas. Siderúrgicas também tinham desempenho negativo na B3.
Marfrig
A ação de Marfrig (MRFG3) recuou mais de 6,75% e a de JBS (JBSS3) perdeu quase 2,89%, após a concorrente dos EUA Tyson Foods divulgar resultado trimestral abaixo do esperado e cortar projeção de margens operacionais, o que afeta expectativas para os números das empresas brasileiras, que têm operação importante naquele país. BRF recuava mais de 8%.
Cielo
O papel de Cielo (CIEL3) avançou 3,44%, após o Citi elevar a recomendação da ação a “compra” devido ao cenário de juros no Brasil.
Bolsas globais
Wall Sreet
Os índices de ações dos Estados Unidos caíam nesta segunda-feira. O relatório de vagas de emprego fora do setor agrícola divulgado na sexta-feira, que mostrou que a economia dos EUA criou empregos em um ritmo acelerado, assustou investidores.
Às 13h29 (de Brasília), o índice S&P 500 perdia 0,57%, a 4.112,90 pontos, enquanto o Dow Jones caía 0,13%, a 33.881,39 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuava 0,75%, a 11.916,93 pontos.
Europa
As ações europeias caíram nesta segunda-feira, quando temores de que o ciclo global de alta de juros possa persistir por mais tempo do que o esperado pesaram sobre os papéis de tecnologia e imóveis sensíveis aos juros.
O Banco Central Europeu adotou um tom relativamente mais agressivo do que seus pares na semana passada, depois de elevar as taxas de juros em 0,50 ponto percentual e sinalizar explicitamente outro incremento.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,78%, a 457,16 pontos, recuando do maior nível em nove meses atingido na sexta-feira em meio a otimismo com a economia da zona do euro.
As preocupações com as elevadas tensões geopolíticas entre China e EUA também pesavam sobre o humor dos investidores.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,82%, a 7.836,71 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,84%, a 15.345,91 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,34%, a 7.137,10 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,27%, a 27.022,33 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,72%, a 9.159,20 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,30%, a 5.906,77 pontos.
Ásia
As ações de Hong Kong fecharam na mínima de um mês e as da China caíram nesta segunda-feira. As tensões geopolíticas entre China e EUA foram elevadas devido a um suposto balão de espionagem, e afetaram o sentimento dos investidores.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,67%, a 27.693 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,02%, a 21.222 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,76%, a 3.238 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,32%, a 4.086 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,70%, a 2.438 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,34%, a 15.392 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,05%, a 3.385 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,25%, a 7.539 pontos.
*Com informações da Reuters.
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