O TRIG11, ETF (fundo de índice) focado em ações de empresas menores (microcaps e small caps) e que tem como referência o Índice Teva Ações Micro Caps, teve rentabilidade 3,02 vezes superior ao principal índice da B3, Ibovespa, no acumulado de 2023.
No ano, o TRIG11 acumulava alta de 25,4%, contra 8,4% do Ibovespa, segundo dados até 4 de julho. Em meio à retomada da bolsa de valores brasileira entre maio e junho, o índice acumulou alta de 30,5% no período.
Para o especialista em ETF Felipe Pontes, sócio da L4 Capital, o fundo é focado em empresas pequenas que estavam muito “amassadas” por conta do cenário político do início do atual governo e expectativas de inflação mais alta e juros altos.
“Com o arrefecimento de bate-cabeça interno no governo novo, inflação mais controlada e tendência da taxa de juros cair, essas empresas tendem a se beneficiar e a ação subir. Normalmente essas empresas são mais dependentes da economia doméstica e muito da expectativa sobre geração de caixa está em anos para frente. Com a taxa de juros alta, esses fluxos que se espera gerar à frente vale menos hoje, derrubando o preço da ação.”
Felipe Pontes, SÓCIO DA LA4 CAPITAL.
De acordo com Pontes, quando a expectativa sobre a taxa de juros é de que ela começará a cair, os fluxos de caixa futuros passam a valer mais, fazendo a ação subir.
Luciano Feres, sócio-fundador da Somus Capital, escritório de investimentos credenciado à XP, também afirmou que o cenário econômico e político do país favoreceu a alta do TRIG11.
“O Brasil está em um cenário mais tranquilo, com dados políticos não estressantes, vemos a taxa de juros caminhando para índices abaixo de 10% nos próximos dois anos, inclusive o mercado projeta uma deflação, isso contribui muito para empresas pequenas, como no caso das small caps, tudo isso colabora para o cenário, inclusive para o TRIG11”.
Luciano Feres, sócio-fundador da Somus Capital
O fundo também apresentou beta de 1,23 neste ano, contra uma média de 1,10 dos demais ETFs referenciados no Índice de Small Caps.
O beta é uma medida usada no mercado para o risco da ação. Na prática, ele mede a força com a qual um ativo negociado em bolsa, como um ETF, se movimenta em relação a um índice de referência do mercado, que normalmente é o Ibovespa aqui no Brasil. Para a referência, o beta sempre é 1.
“Um beta de 1,23 quer dizer que o TRIG11 tende a subir 23% a mais do que o Ibovespa, num mercado de alta, e cair 23% a mais do que o Ibovespa num mercado de baixa”, explica Pontes.
TRIG11
Negociado com o código TRIG11, o ETF Trígono Teva Ações Micro Cap/Small Caps Fundo de Índice foi criado pela gestora Trígono Capital e a Teva Indices.
Ele é o único ETF brasileiro a cobrir a chamada “cauda longa” do mercado, selecionando empresas que representam de 0 a 5% da capitalização da bolsa, o que se traduz em uma sobreposição de apenas 2,1% com o Ibovespa, contra 7,4% do índice small cap.
A estratégia permite uma cobertura completa do mercado brasileiro, porque realiza alocações em companhias que geralmente ficam de fora do portfólio dos investidores.
O índice também observa critérios de liquidez e conta com filtros ESG, excluindo companhias do setor de tabaco e armamentos e empresas não adimplentes com a e entrega dos informes regulatórios e com ressalvas em seus balanços.
Índice Teva Ações Micro Caps
O Índice Teva Ações Micro Caps, que seleciona companhias com menor valor de mercado da bolsa de valores, conhecidas como micro e small caps, ganhou 14 novas empresas no último rebalanceamento, realizado no dia 4 de julho.
A nova carteira fica em vigor até o início de outubro deste ano. E o índice passa a cobrir 79 companhias deste segmento.
Entraram no portfólio Valid Soluções (VLID3), Terra Santa (LAND3), Empreendimentos Pague Menos (PGMN3), Infraecommerce (IFCM3), Lavvi Empreendimentos Imobiliários (LAVV3), Moura Dubeux Engenharia (MDNE3), Plano Plano Desenvolvimento Imobiliário (PLPL3), Allpark Empreendimentos (ALPK3), Trisul (TRIS3), Clear Sale (CLSA3), Mitre Realty Empreendimentos (MTRE3), Sequoia (SEQL3), Mobly (MBLY3) e Recrusul (RCSL3).
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