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Análise

Morning Call: além da pandemia, dois fatos relevante pesarão na bolsa hoje

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje, os destaques de ontem e uma breve análise do índice Bovespa.

Destaques:

Além da pandemia fora do controle no Brasil, dois fatos relevantes pioraram o cenário para o mercado, nesta segunda-feira e tendem a continuar impactando no pregão de hoje; O primeiro susto, a decisão do ministro Fachin/STF que anulou os processos de Lula na Lava Jato, tornando-o elegível, pegou o mercado aberto, ampliou a queda da bolsa e disparou juros e dólar; O segundo, no final do pregão, ainda vai repercutir hoje: a atuação de Bolsonaro para desidratar a PEC Emergencial e proteger policiais militares dos gatilhos para o congelamento de salários, que Guedes batalhou para emplacar como contrapartida ao novo auxílio.

Esse aumento na percepção de risco político internamente pode ser parcialmente amenizado pelo cenário externo. Nesta manhã, o dólar se enfraquece globalmente, recuando tanto contra as divisas rivais fortes como em comparação a emergentes. As treasuries de dez anos recuam 6 pontos-base, retornando ao nível de 1,5%, que pode limitar avanços das taxas mais longas por aqui.

Na agenda econômica doméstica, o volume de serviços em janeiro será divulgado às 9h e será um novo dado para detalhar a situação da atividade econômica brasileira, em meio as expectativas de que o Banco Central inicie um novo ciclo de alta da Selic, mesmo com a economia fraca.  

A OCDE aumentou a projeção do PIB global de 2021 de 4,2% para 5,6% e elevou a previsão do PIB do Brasil em 2021, de 2,6% para 3,7%.

Índices Futuros em NY e bolsas europeias operam de forma positiva neste início de manhã: Dow Jones sobe 0,60%, S&P 500 (+1,01%) e Nasdaq (+2,03%); Yield do T-note de 10 anos recua para 1,5394% (de 1,5968%); Bolsa de Frankfurt sobe 0,27%, Londres (+0,43%), Paris (+0,08%); Petróleo tipo Brent para maio sobe 1,45%, cotado a US$ 69,29; minério de ferro em Qingdao despenca 5,70%, cotado a US$ 164,41 a tonelada; Bolsa de Tóquio (Nikkei) fecha em alta de 0,99%, Hong Kong (Hang Seng) subiu 0,81%, na China Continental, o Xangai Composto teve queda de 1,82%.

Magazine Luiza (MGLU3): obteve lucro líquido de R$ 219,5 milhões no 4T20, alta de 30,6% na comparação anual; Ebitda ajustado soma R$ 523,8 milhões no período, avanço de 5,6% sobre o 4T19; Com melhoras nas vendas on-line e serviços, a receita líquida avançou 57,6% no 4T20; porém em 2020, o lucro líquido da companhia teve queda de 57,5%, apesar da receita ter avançado 47% no período; O desempenho trimestral foi impulsionado pelo crescimento de 121% na vendas online e de 15,7% nas lojas físicas, a companhia adicionou 189 unidades em sua rede de lojas, que encerrou 2020 com 1.301.

O índice Bovespa segue em um processo de correção no curto prazo (tendência de baixa) ao operar abaixo dos 115 mil pontos, porém ainda se preservando acima da média móvel de 200 períodos (linha azul), mantendo portanto, uma tendência de alta no longo prazo.

Em dia bastante negativo na Bolsa brasileira, o Ibovespa recuou 3,98% e viu o dólar atingir os R$ 5,78 em meio à notícia de que o ministro do STF, Edson Fachin, decidiu anular todos os processos de Lula na Lava Jato, tornando o ex-presidente elegível. Apesar da decisão ser preliminar e ter ainda de ser julgada pelo plenário da Corte, além de ter novo encaminhamento na Justiça Federal de Brasília, o fato assustou o mercado, que vê uma polarização Bolsonaro x Lula cada vez mais provável em 2022.

Se o mercado se decepcionou com o Bolsonaro nas últimas semanas com a falta de agenda reformista, agora o que se enxerga para o ano que vem são dois candidatos que não são comprometidos com as reformas de ajuste fiscal. Além disso, o mercado também teme que a chance cada vez maior de Lula estar presente nas eleições incentive novas medidas populistas por parte de Bolsonaro.

A notícia não foi a única responsável pela forte queda. O dia já era negativo de uma forma geral. Pela manhã, temor com o coronavírus no Brasil e novas revisões no PIB para baixo e aumento na expectativa de inflação no Boletim Focus já atrapalhavam o humor do mercado. O petróleo também recuou e as empresas de tecnologia nos EUA também sofreram com um novo aumento das treasuries por lá.

Fora do conturbado cenário político, as ações de Localiza (RENT3, -9,4%) e Unidas (LCAM3, -9,2%) também recuaram forte. A queda foi devido ao fato relevante emitido pela Movida (MOVI3, -6,7%) na manhã desta segunda-feira (08) solicitando ao CADE que barre a incorporação entre as duas companhias.

Apesar da forte queda no dia, pouco muda para os investidores de longo prazo em um primeiro momento a não ser o nosso já rotineiro reforço da necessidade de se ter parte da carteira dolarizada. O caminho até as eleições de 2022 ainda é longo e muitas novidades podem surgir. Porém, é quase unânime que daqui até lá, a tendência é de volatilidade na Bolsa e pressão no câmbio.

Indicadores
Brasil:
FGV: IPC Capitais (8h)
IBGE: Pesquisa Mensal de Serviços de Janeiro (9h)
Caged: Índice de Evolução de Emprego de fevereiro (15h) 
Balanços de Br Distribuidora, Estapar e Raia Drogasil, após o fechamento
EUA:
API: Estoques de petróleo e derivados (18h30)
Europa:
OCDE: Economista-chefe, Laurence Boone, apresenta relatório de perspectiva econômica da instituição (7h)
Zona do euro: PIB recua 0,7% na terceira leitura do 4TRI de 2020, ante 3TRI; e cai 4,9% na comparação anual no mesmo período; PIB recua 6,6% em 2020
Ásia:
China/NBS: CPI e PPI de fevereiro (22h30)

* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico. 

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