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‘Cripto colapso’ se intensifica e tether cai abaixo da paridade com o dólar

As criptomoedas foram varridas por uma liquidação de ativos de risco, que ganhou força esta semana.

Criptomoedas

O colapso da TerraUSD, uma das principais stablecoins do mundo, repercutiu nos mercados de criptomoedas nesta quinta-feira, empurrando outra grande stablecoin, Tether, abaixo da paridade com o dólar e mandando o bitcoin para as mínimas de 16 meses.

As criptomoedas foram varridas por uma liquidação de ativos de risco, que ganhou força esta semana, pois dados mostraram que a inflação dos EUA continua avançando, agravando temores de investidores sobre o impacto econômico de um possível aperto agressivo de juros pelo Federal Reserve.

A venda levou o valor de mercado combinado de todas as criptomoedas para US$ 1,2 trilhão, menos da metade de onde estava em novembro passado, segundo dados da CoinMarketCap.

O bitcoin (BTC) atingiu um mínimo de US$ 25.401,05, nível mais baixo desde 28 de dezembro de 2020. Às 17h05 (horário de Brasília), a moeda digital era cotada em queda de 1,4%, a US$ 28.594.

Nas últimas oito sessões, o bitcoin perdeu mais de um quarto do valor, ou cerca de US$ 10.700, acumulando queda de 37% até agora no ano. O pico foi atingido em novembro do ano passado, a US$ 69 mil.

A correlação do bitcoin com o índice Nasdaq tem aumentado recentemente e agora está perto de seu nível mais alto de todos os tempos, com base nos dados da Refinitiv. O Nasdaq caiu cerca de 8% até agora este mês.

O ether (ETH), a segunda mais importante criptomoeda do mundo, caiu para o piso desde junho de 2021, a US$ 1.700.

Ao contrário dos movimentos de venda anteriores do mercado financeiro, quando as criptomoedas seguiram quase estáveis, a mais recente pressão de venda em moedas digitais minou o argumento mais amplo de que elas são reservas confiáveis ​​​​de valor em meio à volatilidade do mercado.

Como a TerraUSD foi atingida?

A stablecoin TerraUSD foi atingida pela turbulência e quebrou sua indexação ao dólar americano, o que a levou a cair para US$ 0,31 na quarta-feira. Na quinta-feira, ela foi negociada em torno de US$ 0,38.

“Infelizmente, as consequências dessa situação vão além das perdas materiais sofridas pelos investidores”, disse Anto Paroian, diretor do fundo de hedge de criptoativos ARK36.

“A desvinculação com a paridade provavelmente resultará em risco regulatório substancial – se não para todo o espaço de criptomoedas, certamente para o mercado de stablecoins”, disse.

Stablecoins são tokens digitais atrelados ao valor de ativos tradicionais, como o dólar norte-americano. Mas a TerraUSD é uma stablecoin algorítmica e deveria manter sua paridade com o dólar por meio de um mecanismo complexo que envolve a troca dela por outro token flutuante.

Nesta quinta, os desenvolvedores do Terra interromperam a blockchain para evitar ataques após o colapso da stablecoin e do token Luna relacionado. Porém, o Blockhain Terra foi reiniciado.

A Luna Foundation, que não tem fins lucrativos, é afiliada da Terraform Labs, empresa por trás do TerraUSD.

Stablecoins lastreadas em ativos tradicionais também mostraram sinais de estresse. O tether caiu abaixo da paridade de 1:1 com o dólar, com base nos dados do CoinMarketCap.

“A falta de transparência do Tether sobre a qualidade do papel comercial que eles detêm para sustentar a paridade tornou-o o próximo alvo óbvio”, disse Usher, do BCB Group.

“No entanto, o Tether é um animal muito diferente da Terra, com um ecossistema mais comprovado e tenho muito mais confiança de que, quando a volatilidade diminuir, ele poderá recuperar sua fixação e estabilidade”, disse ele.

Paolo Ardoino, diretor de tecnologia da Tether, disse que a stablecoin reduziu exposição a papéis comerciais nos últimos meses e agora detém a maioria de suas reservas em títulos do Tesouro dos EUA.

A Tether é a maior stablecoin por valor de mercado e, junto com USD Coin e Binance USD, respondem por quase 87% do mercado de stablecoins de 169,5 bilhões de dólares.

O grande número de corretoras de criptomoedas centralizadas e locais descentralizados, cada uma com seu próprio perfil de liquidez e risco de crédito, está aumentando as distorções de preços em todo o mercado, disse Denis Vinokourov, chefe de pesquisa da Corinthian Digital Asset Management.

“Esse risco, em tempos de liquidez apertada e desalavancagem em massa, leva a mais distorções de preços”, disse.

Em seu Relatório de Estabilidade Financeira nesta semana, o Federal Reserve disse que stablecoins são vulneráveis ​​a corridas de investidores por serem apoiadas por ativos que podem perder valor ou se tornar ilíquidos em casos de estresse do mercado.

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