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Juros nos EUA: como impactam as criptomoedas no longo prazo?

Em um mundo cada vez mais incerto e instável, o bitcoin tem se mostrado ser a solução contra medidas econômicas do Fed.

*ARTIGO

Na última quarta-feira (3), o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), anunciou novo aumento na taxa de juros do país. Essa decisão costuma ter repercussão negativa no preço do bitcoin (BTC) e no mercado de criptomoedas. Porém, não foi isso que aconteceu desta vez.

Apesar da elevação dos juros americano ter sido um dos principais fatores que empurrou a cotação das moedas digitais para baixo em 2022, neste ano as decisões do Fed parecem ter um impacto menor nesse mercado, considerando o atual cenário de falência de bancos dos EUA e alta inflação no país.

Mesmo com os consecutivos aumentos da taxa de juros dos EUA, o bitcoin continua valorizando. (Imagem: Reprodução/Coinmarketcap.com)

Essa mudança de comportamento é um reflexo da tese do bitcoin, que ganha força entre investidores que buscam alternativas à centralização dos bancos tradicionais. Isso porque ele outras criptomoedas não são reguladas por governos e instituições financeiras, o que as tornam menos suscetíveis às decisões do Fed e de outras entidades controladoras.

anorama econômico americano

Dando continuidade à elevação histórica de juros americano, o Fed decidiu ampliar a taxa de juros dos EUA em 0,25 pontos percentuais. Com isso, ela saiu de um patamar de 5% para 5,25%.

O aumento vem em um cenário de inflação descontrolada. Apesar do índice já ter reduzido consideravelmente desde meados de 2022, o Fed ainda tem muito trabalho pela frente para puxá-la de volta para a meta.

A taxa atingiu um pico de 9,1% em junho, valor mais elevado desde novembro de 1981. E, apesar de atualmente estar na faixa de 5%, ainda é muito superior à meta de 2% estipulada pelo Fed em todas as medidas.

Este cenário é preocupante. Afinal, o aumento dos juros dos EUA — e de qualquer país — acaba culminando em uma menor oferta de crédito e, por consequência, em uma desaceleração da economia e corrosão do poder de compra das moedas tradicionais.

Isso sem contar que o mercado tem vivido dias de receio de uma nova crise bancária e financeira após a falências do Silicon Valley Bank (SVB), Signature Bank, Silvergate Bank e First Republic Bank.

Nesse contexto, a natureza deflacionária da bitcoin, com sua oferta limitada a 21 milhões de unidades, tem atraído investidores preocupados com a desvalorização do dólar e outras moedas fiduciárias.

Contra o caos, bitcoin

Se no horizonte de curto prazo as perspectivas do bitcoin com as decisões econômicas do Fed são incertas, investidores podem encontrar algum conforto olhando para trás.

A história tem mostrado que, apesar da volatilidade momentânea, o bitcoin tem um desempenho excepcional quando se pensa a longo prazo. A criptomoeda foi criada em 2009 e, desde então, nunca deu prejuízo para investidores que a mantiveram em carteira por pelo menos 4 anos.

Realmente é difícil prever o impacto exato da política monetária do Fed sobre o mercado cripto à prontidão. No entanto, um aumento na taxa de juros nos EUA tende a desvalorizar o dólar americano, gerando um efeito cada vez mais positivo sobre o preço do bitcoin e outras moedas no longo prazo.

A oferta de bitcoin é limitada e previsível, o que garante escassez e proteção contra a inflação. Assim, embora seja relativamente novo, o potencial do BTC como um meio de fuga contra os altos juros e inflação econômica tradicional em termos atemporais fica cada vez mais evidente.

Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.

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