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Economia

5 fatos para hoje: novas variantes ameaçam retomada; biocombustíveis no Brasil

A Volkswagen decidiu fazer do país um centro de pesquisa e desenvolvimento de motores que utilizam biocombustíveis como energia.

1- G20 alerta que novas variantes do coronavírus ameaçam recuperação global

O surgimento de novas variantes do coronavírus aliado ao baixo acesso a vacinas em países em desenvolvimento ameaçam a recuperação econômica global, alertaram os ministros das Finanças do G20 reunidos neste sábado em Veneza, na Itália, onde também endossaram uma medida histórica para impedir que multinacionais movimentem seus lucros para paraísos fiscais.

O endosso dado abre caminho para que os líderes do G20 finalizem um acordo global sobre uma alíquota mínima de imposto corporativo de 15% em reunião marcada para outubro, em Roma, em uma medida que pode trazer centenas de bilhões de dólares para os cofres dos países, abalados pela pandemia de Covid-19.

O comunicado final da reunião afirma que a perspectiva econômica global melhorou desde as conversas realizadas pelo G20 em abril graças à vacinação contra a covid-19, ao mesmo tempo que reconheceu que a fragilidade da retomada face ao surgimento de novas variantes do coronavírus, como a altamente contagiosa Delta.

“No entanto, a recuperação é caracterizada por grandes divergências entre e dentro dos países e continua exposta a riscos, especialmente à disseminação de novas variantes da covid-19 e ritmos diferentes de vacinação”, afirma o documento.

Embora tenha enfatizado o apoio ao “compartilhamento global equânime” das vacinas, o documento não propõe medidas concretas, fazendo uma mera recomendação de US$ 50 bilhões em novo financiamento para imunizantes por parte do Fundo Monetáro Internacional (FMI), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A Itália afirmou que o G20 retornará ao tema do financiamento de vacinas para países pobres antes do encontro de outubro em Roma.

2- China condena “supressão irracional” de empresas do país após lista negra dos EUA

A China afirmou neste domingo que “se opõe veementemente” ao acréscimo de 23 entidades chinesas a uma lista negra dos Estados Unidos por motivos que incluem supostas violações dos direitos humanos e laços com estruturas militares.

O Ministério do Comércio disse em comunicado que a inclusão das entidades chinesas é uma “grave violação das regras econômicas e comerciais internacionais” e uma “supressão irracional” das empresas do país.

Pequim “tomará as medidas necessárias para salvaguardar os direitos e interesses legítimos da China”, disse o órgão, citando um porta-voz.

O Departamento de Comércio dos EUA disse na sexta-feira que acrescentou 14 empresas e outras entidades à sua lista negra econômica, dizendo que elas foram “implicadas em violações dos direitos humanos e abusos na implementação da campanha de repressão, detenção em massa e vigilância de alta tecnologia da China contra uigures, cazaques e outros membros de grupos minoritários muçulmanos na região autônoma uigur de Xinjiang”.

3- Brasil será centro da Volkswagen no desenvolvimento de motor a biocombustível

Enquanto se move para aposentar até meados da próxima década o motor convencional a combustão interna na Europa, a Volkswagen decidiu fazer do Brasil um centro de pesquisa e desenvolvimento de sistemas de propulsão de automóveis que utilizam etanol e outros biocombustíveis como energia.

A decisão do grupo alemão parte da premissa de que a transição da indústria rumo ao carro elétrico não vai acontecer na mesma velocidade em todas as partes do mundo, de modo que motores a combustão interna seguirão sendo produzidos em mercados onde a substituição de tecnologia levará mais tempo.

O papel do Brasil, então, será de desenvolver a esses mercados, que em grande parte usam gasolina como fonte de energia, soluções mais limpas, complementando assim a evolução gradual da produção de veículos elétricos ou híbridos dentro do compromisso da Volkswagen, previsto em sua adesão ao Acordo de Paris, de buscar neutralidade em emissões de poluentes até 2050.

O centro de desenvolvimento do Brasil vai funcionar de forma independente em relação às demais operações da montadora no mundo, atraindo parcerias com governo, universidades e produtores de biocombustível. A intenção é de que dele saiam inovações a serem adotadas não apenas domesticamente e em mercados vizinhos, mas também em economias emergentes como Índia e países do continente africano, entre outros.

Segundo Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen na América Latina, o objetivo do centro será de não somente desenvolver soluções que reduzam as emissões dos propulsores convencionais como estudar o uso de etanol como fonte de recarga das baterias de carros elétricos, uma possibilidade aberta pela tecnologia de célula a combustível.

“Não queremos criar uma ‘jabuticaba’, e sim pensar em como a tecnologia desenvolvida no Brasil pode ser aproveitada em outros países ao redor do mundo”, diz o executivo.

Ao mesmo tempo em que espera aposentar definitivamente os motores a combustão interna na Europa entre 2033 e 2035, a Volkswagen avalia que a transformação tecnológica deve acontecer mais tarde na China e nos Estados Unidos, os dois maiores mercados de automóveis do mundo, levando ainda mais tempo em mercados emergentes como o Brasil.

Além de diferenças entre estágios de desenvolvimento tecnológico, de rede de postos de recarga e de renda dos consumidores, a falta de agenda política indica que a eletrificação dos automóveis avançará mais lentamente no Brasil, embora o País tenha a seu favor uma matriz energética baseada em fontes renováveis.

Ainda não há definição sobre quanto a Volkswagen vai investir e quantos engenheiros serão contratados pelo centro de desenvolvimento de tecnologias baseadas em biocombustíveis. Sua criação, no entanto, já foi autorizada pela matriz na Alemanha. “Será um processo que vai demorar mais alguns meses até o fim do ano. Mas o mais importante foi a aprovação do conceito pelo conselho mundial”, afirma Di Si.

4- Seca deve levar reservatórios a menos de 10% de sua capacidade, projeta ONS

O reduzido nível de armazenamento de água já verificado nos principais reservatórios de hidrelétricas da Região Sudeste do País tende a se agravar até o fim deste ano, o que deve levar o setor elétrico a adotar medidas ainda mais extremas para evitar cortes de energia e possíveis desligamentos de usinas.

Estadão teve acesso a projeções técnicas feitas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que é o órgão que tem a missão de monitorar e definir como se dá a geração de energia no País. As estimativas fechadas em junho apontam que, mesmo após a determinação para que as usinas liberem o mínimo possível de água, a maior parte dos reservatórios chegará ao fim de novembro – quando acaba o período seco – com menos de 10% do volume útil de água que podem armazenar. No limite, a depender das condições técnicas de cada usina, suas turbinas vão precisar ser desligadas, por causa do pouco volume de água disponível para passar pelas máquinas, sob o risco de comprometê-las.

Segundo o governo, esse é o período mais seco dos últimos 91 anos. No fim do mês passado, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez pronunciamento em cadeia de rádio e TV pedindo à população o uso “consciente e responsável” de água e energia. O governo, porém, nega o risco de um racionamento como o de 2001.

O cenário crítico é encontrado em praticamente todas as barragens localizadas na Bacia do Rio Paraná, que abastece as Regiões Sudeste e Centro-Oeste do País. São dezenas de usinas espalhadas pela calha principal do Rio Paraná e pelos rios que compõem a sua bacia, como Paranaíba, Grande, Tietê e Paranapanema. A Bacia do Paraná responde hoje por mais da metade da capacidade nacional de geração de energia do País.

O detalhamento das condições de armazenamento de alguns reservatórios ajuda a compreender a gravidade do quadro no abastecimento. O reservatório da hidrelétrica de Furnas, por exemplo, que é uma barragem de acumulação e de regularização de água, localizada nas proximidades da cabeceira do Rio Grande, entre Minas Gerais e São Paulo, está hoje com 28% de sua capacidade de armazenamento, mas deve ficar com menos de 10% até outubro. Na calha desse mesmo rio, a barragem da usina de Marimbondo já atingiu, neste mês, o nível de apenas 10% de sua capacidade e pode chegar a 5% nos próximos meses.

Mais dramática são as projeções feitas para as barragens do Rio Paranaíba, um dos grandes rios que compõem a Bacia do Paraná. O reservatório da hidrelétrica Itumbiara está hoje com apenas 9% de seu volume útil e, até outubro, pelas projeções do ONS, esse volume certamente será inferior a 5% do total.

5- Mudança na taxação de multinacionais não deve sair até 2022, diz Yellen

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse neste domingo que um mecanismo recentemente aprovado para permitir que mais países taxem grandes empresas multinacionais altamente lucrativas pode não estar pronto para consideração pelos legisladores até o segundo trimestre de 2022.

Yellen disse em entrevista coletiva após reunião de líderes financeiros do G20 em Veneza, Itália, que a reatribuição da Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE) em relação a direitos tributários estava em um “caminho um pouco mais lento” do que um imposto corporativo global de ao menos 15% como parte de um acordo tributário fechado entre 132 países.

Os ministros das Finanças do G20 e os chefes dos bancos centrais do bloco endossaram o acordo neste fim de semana, mas permanecem dúvidas sobre a capacidade do governo do presidente dos EUA, Joe Biden, em convencer um Congresso bastante dividido a ratificar as mudanças.

Os comentários de Yellen sugerem um processo de duas etapas para a implementação do acordo tributário da OCDE, com o imposto mínimo global avançando primeiro.

Ela disse que espera incluir disposições para implementar o chamado imposto mínimo do “Pilar 2” em um projeto de lei de “reconciliação” do orçamento neste ano que o Congresso poderia aprovar por maioria simples, provavelmente sem o apoio republicano.

A parte do “Pilar 1” do acordo encerraria os impostos unilaterais sobre serviços digitais em troca de um novo mecanismo que permitiria que grandes empresas lucrativas –incluindo gigantes da tecnologia como Google e Facebook– fossem parcialmente tributadas por países onde vendem produtos e serviços, em vez de apenas aqueles que hospedam suas sedes ou propriedade intelectual.

(*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo)

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