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Economia

Ranking de juros reais: Brasil fica na 4ª posição, com 6,48% ao ano

País fica atrás apenas de Sudão do Sul, Libéria e Tadjiquistão; veja lista completa.

Com a manutenção da Selic em 13,75% ao ano e sem mudanças significativas nas últimas projeções de inflação, o Brasil ficou na 4ª posição no ranking de juros reais com 147 países, com 6,84% ao ano. O país ficou atrás apenas de Sudão do Sul (14,87%), Libéria (8%) e Tadjiquistão (7,41%). 

O ranking foi feito pelo InvestNews com base em dados do Trading Economics. Em agosto, o Brasil estava na 7ª posição, e em setembro e outubro, na 3ª posição. Veja abaixo:

Na lista, 34 países apareceram com juros reais positivos (ou seja, a taxa de juros nominal está acima da inflação). Apenas um têm juro real igual a zero, enquanto os demais 113 têm juros negativos (o que significa inflação maior que a taxa nominal de juros).

Juros reais negativos

As menores taxas de juros reais são as do Líbano (-58,31%), Turquia (-40,89%) e Venezuela (-38,36%). 

O Líbano enfrenta uma crise que levou a um “derretimento financeiro” de três anos, que custou 95% do valor da sua moeda e levou 80% da população à pobreza. O país tem feito progresso lento em uma lista de reformas exigidas para ter acesso a US$ 3 bilhões em financiamento do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A Turquia sofre com uma inflação em disparada desde 2021, alimentada por um ciclo de flexibilização dos juros estimulado pelo presidente Tayyip Erdogan, o que desencadeou uma crise cambial no fim do ano passado. 

Na Venezuela, de 2014 para cá, quando Nicolás Maduro assumiu a presidência, o país passou a sofrer com uma série de problemas econômicos. Entre eles, a queda do preço do petróleo, principal item produzido e exportado pelo território, as diversas estatizações e a política de manipulação da taxa de câmbio foram o que mais prejudicaram o país, juntamente das sanções impostas pelos Estados Unidos. 

Aperto monetário em economias avançadas

Nos Estados Unidos, com a finalidade de conter a inflação, o Banco Central (BC) aumentou sua taxa de juros em um total de 3,75 pontos percentuais este ano, de quase zero, para uma faixa de 3,75% a 4%.

Economistas preveem que o Federal Reserve (Fed) continuará subindo os juros para um nível mais alto do que os 4,6% projetados recentemente, patamar no qual poderia permanecer por algum tempo, segundo a Reuters.

Na Europa, com a inflação em mais de cinco vezes sua meta de 2%, o Banco Central Europeu (BCE) elevou as taxas de juros em seu ritmo mais rápido já registrado neste ano e uma série de altas nos próximos meses ainda é provável.

No entanto, a inflação na zona do euro diminuiu muito mais do que o esperado em novembro, aumentando as esperanças de que o forte crescimento dos preços já tenha passado do pico. 

Onde investir em renda fixa?

Fabrício Gonçalves, CEO da Box Asset Management, menciona que os juros elevados são atrativos para quem deseja investir em renda fixa. Desse modo, o Brasil se destaca tanto pelo percentual atual da taxa de juros quanto pelo histórico e condições de honrar os seus títulos públicos. 

“Os juros mais elevados são mais vantajosos para o investidor de renda fixa, pois acabam apresentando oportunidades de investimentos seguros e com uma boa rentabilidade.”

Fabrício Gonçalves, CEO da Box asset management.

Por outro lado, Gonçalves reforça que os juros mais altos nem sempre são positivos para os países porque, na verdade, eles servem para conter a inflação e freiam o crescimento econômico. Sendo assim, quem não conhece ou não tem acesso a esse tipo de investimento acaba perdendo poder de compra. 

Ele acrescenta que a diversificação é sempre bem-vinda, portanto investir em renda fixa em diferentes países pode ser uma boa opção. 

No caso dos Estados Unidos, mesmo o país não tendo uma taxa de juros tão alta, Gonçalves comenta que é interessante investir nos títulos americanos por conta de ser uma economia forte.

“Quando se tem uma economia forte, com moeda forte, mesmo com taxas não tão atrativas, vale a pena investir em renda fixa como forma de se proteger de grandes oscilações e de diminuir a sua exposição em apenas um país.”

Fabrício Gonçalves, CEO da Box asset management.

Fabio Fares, especialista em análise macro e sócio da Quantzed, pontua que nem sempre é muito fácil ter acesso aos investimentos de renda fixa americanos, mas que vale a pena olhar para eles. “Se você conseguir travar por um tempo um bond ou um ETF que vá te pagar 5% em dólar, eu acho interessante conhecer e colocar um pouquinho do seu dinheiro”, diz. 

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