Siga nossas redes

Finanças

Bolsa fecha em queda de 1,53% com Trump e briga entre ministros; dólar sobe

Discussão sobre recursos para o Renda Cidadã continua no radar doméstico.

bolsa de valores

Nem o mandatário da maior economia do mundo está livre da covid-19, o vírus ainda está indomável o que abalou investidores do mundo todo. Hoje Donald Trump anunciou que está infectado, faltando apenas 30 dias para as eleições americanas acontecerem, a incerteza da economia americana afetou o desempenho do mercado financeiro.

As bolsas americanas despencaram repercutindo o fato. Mas o anúncio de Nancy Pelosi, presidente da Câmara americana sobre o pacote de ajuda ao setor aéreo amortizou a queda. Dow Jones cedeu 0,48%, Nasdaq teve baixa de 2,22% enquanto S&P 500 recuou 0,96%.

O Ibovespa também seguiu o fluxo negativo em Wall Street e fechou em queda de 1,53% aos 94.015 pontos nesta sexta-feira (2). O giro financeiro foi de R$ 23,1 bilhões. Esta é a quinta semana consecutiva de baixa no índice.

O dólar voltou a subir em meio à cautela global. O dólar comercial fechou em alta de 0,21%, cotado a R$ 5,666. Na máxima do dia a moeda americana chegou a R$ 5,686.

LEIA MAIS:

No cenário interno, o bate-boca entre Paulo Guedes e Rogerio Marinho sobre o teto de gastos incomoda o mercado. No novo capítulo sobre o Renda Cidadã, Marinho disse em call com o mercado hoje, que o programa sai “por bem ou por mal” e ainda criticou Guedes. Mais tarde, ao ouvir os relatos, Guedes chamou o colega de “desleal”.

O financiamento do Renda Cidadã ainda gera muitas dúvidas, especialmente com advertência de Roberto Campos Neto, do Banco Central que alertou sobre a alta dos juros caso o teto de gastos seja furado.

Segurou o índice a alta do setor bancário após Jair Bolsonaro editar a Medida Provisória 1006 aumentando a margem do crédito consignado de 35% para 40% para aposentados e pensionistas do INSS.

As ações do Bradesco (BBDC4) subiram 0,80%, os papéis do Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) avançaram 0,31% e 1,79%, respectivamente. Recuou apenas o Banco do Brasil (BBAS3) com queda de 0,27%.

Entre as commodities a Petrobras teve forte baixa acompanhando os preços do petróleo.

Estes caíram seguindo a incerteza dos mercados, com o anúncio de Donald Trump que contraiu covid-19 além do excesso de oferta. O petróleo WTI para novembro perdeu 4,31%, a US$ 37,05 o barril. E o Brent para o dezembro perdeu 4,06%, a US$ 39,27 o barril.

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) fecharam em queda de 4,18%, enquanto as ordinárias (PETR3) caíram 3,86%.

Destaques da bolsa

Entre os destaques positivos do dia subiram os bancos, com anúncio do crédito consignado. A maior alta foi do Santander (SANB11) que avançou 1,79%. Além das preferenciais do Bradesco (BBDC4) com valorização de 0,82%.

Subiu também a CSN (CSNA3) que fechou em alta de 1,45%.

No lado oposto, o destaque negativo do dia foi da Azul (AZUL4) com queda de 5,56%. Seguida da CVC Brasil (CVCB3) que cedeu 5,28%. A companhia ainda repercute os resultados do 1º trimestre, com prejuízo de R$ 1,15 bilhões. E a expectativa negativa dos investidores para o 2º tri.

Caiu também a Magazine Luiza (MGLU3) com desvalorização de 4,19%.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York fecharam em baixa em um dia de cautela nos mercados e aversão a riscos, grande parte por conta do anúncio do presidente americano, Donald Trump, de que contraiu covid-19. Há ainda os desdobramentos do impasse no Congresso dos Estados Unidos sobre um novo pacote de estímulos. Com sinais positivos para receber apoios, o setor aéreo teve ganhos. Por outro lado, energia, com queda no petróleo, e tecnologia tiveram perdas relevantes. O saldo geral na semana foi de altas.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,48%, a 27.682,68 pontos, com avanço de 2,00% na semana. O S&P 500 caiu 0,96%, a 3.298,46 pontos, nível 1,51% superior ao de sexta-feira passada. O Nasdaq caiu 2,22%, a 11.075,02 pontos, com alta de 1,48% na semana.

Logo que foi anunciada a infecção de Trump, os índices futuro caíram. Em relatório a clientes, o Rabobank afirmou, pouco após a notícia, que as ações cairiam, e que “a aversão a riscos” estava no cenário. Na abertura das bolsas, houve a confirmação da tendência, com a postura sendo reforçada pela divulgação do payroll de setembro nos EUA mais fraco que o esperado.

O impasse entre governo e Congresso dos Estados Unidos em relação a uma nova rodada de estímulos fiscais também prejudicou os negócios. Em carta a congressistas democratas, a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, ressaltou que ainda há “divergências significativas” nas negociações.

As ações de companhias aéreas tiveram estímulo com Pelosi afirmando que irá aprovar um socorro às empresas do setor caso não seja possível um pacote fiscal mais abrangente. As aéreas também receberam atenção de Steve Mnuchin, secretário do Tesouro, a despeito do impasse no Congresso. As ações da American Airlines subiram 3,34%, acompanhadas por United Continental (+2,36%).

Com o petróleo caindo mais de 3% em Londres e Nova York, as empresas do setor tiveram queda nas ações, e a ExxonMobil fechou em baixa de 0,45%. A LPL Markets registra que o setor de energia é a duas semanas seguidas o com pior performance.

As empresas de tecnologia tiveram perdas generalizadas, e levaram o Nasdaq a ter a maior queda entre os principais índices. O Facebook teve queda de 2,51%, seguida por Amazon (-2,99), Apple (-3,23), Netflix (-4,63), Microsoft (-2,95), Alphabet (-2,17%).

*Com Estadão Conteúdo

Abra sua conta! É Grátis

Já comecei o meu cadastro e quero continuar.