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Finanças

Bolsa recua 1,05%, com realização de lucros e avanço do coronavírus

Vacina da Pfizer não foi suficiente para animar os mercados; risco fiscal brasileiro volta ao radar

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 A euforia com a vacina da Pfizer e BioNTech, que finalizou os testes da fase 3 com 95% de eficácia, não durou muito nos mercados. O Ibovespa fechou em queda de 1,05% aos 106.119 pontos nesta quarta-feira (18).

Após renovar máximas desde março na véspera, o índice da B3 recuou em meio a um dia de vencimento de opções, realização de ganhos e baixa em Wall Street.

Nos Estados Unidos, o mercado já tinha precificado a possibilidade de ter uma vacina em breve, desde o anúncio da Moderna. Com isso a eficácia nos testes da Pfizer não conseguiu sustentar os ganhos. Dow Jones caiu 1,16%, o índice S&P 500 recuou 1,17% e Nasdaq teve baixa de 0,82%.

As bolsas americanas também foram pressionadas pelo avanço de casos de coronavírus que atingiu um novo recorde ontem além da preocupação com lockdowns regionais. Nasdaq caiu menos pela resiliência das ações de tecnologia, que reagem melhor a uma economia fechada.

Na Europa foi um dia de alta generalizada. O maior ganho ficou por conta da Bolsa de Milão que avançou 0,87%, aos 21622,66 pontos.

No cenário doméstico os investidores embolsaram lucros. O Ibovespa foi pressionado pelos bancos, setor de siderurgia e a Vale.

Contudo, a situação fiscal do país preocupa e a demora do Legislativo em aprovar matérias que melhorem este cenário incomoda o mercado.

A agência de classificação de risco Fitch afirmou nesta quarta-feira (18) o rating do Brasil em BB-, e manteve a perspectiva negativa – ou seja, com previsões para cortes nas próximas avaliações.

No comunicado, a Fitch justificou o rating do Brasil citando as preocupações sobre a situação fiscal. “A perspectiva negativa reflete a severa deterioração do déficit fiscal do Brasil e da carga da dívida pública durante 2020”, disse a agência, apontando ainda que “a incerteza persistente quanto às perspectivas de consolidação fiscal”.

O dólar operava em queda mas reverteu a tendência acompanhando a aversão ao risco com novos casos de coronavírus nos EUA e com receio na Europa sobre os impactos econômicos da pandemia. O dólar comercial fechou em alta de 0,13%, cotado a R$ 5337. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,346.

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Destaques da Bolsa

Entre os destaques positivos do dia estavam setores muito afetados pela pandemia. O setor de educação liderou com Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3) valorizando 5,34% e 5,32%, respectivamente.

Outro foi o setor aéreo, com Azul (AZUL4) avançando 4,41% e Gol (GOLL4) subindo 3,10%. E a Minerva (BEEF3) fechou em alta de 3,57%.

No lado oposto do Ibovespa recuaram os shoppings Iguatemi (IGTA3) e Multiplan (MULT3) com queda de 4,31% e 4,20%. Caiu também a Cyrela (CYRE3) que desvalorizou 4,18%.

Bolsa americanas

As ações norte-americanas fecharam em forte queda após uma liquidação de fim de sessão nesta quarta-feira, com investidores avaliando salto nas infecções por Covid-19, aumento de restrições por causa da doença e notícias encorajadoras sobre vacina.

Embora os três principais índices de ações dos EUA tenham oscilado durante grande parte do dia, com papéis de setores cíclicos –sensíveis às perspectivas econômicas– e de “small caps” (empresas de menor capitalização) à frente, acabaram fecharam em firme queda.

“É um mercado confuso porque os gestores de portfólio não sabem em que período se concentrar”, disse Tim Ghriskey, estrategista-chefe de investimentos da Inverness Counsel em Nova York.

“É esse dilema entre o curto prazo de seis a nove meses de disseminação contínua do vírus e o período depois disso, quando todos estiverem vacinados e o vírus, erradicado.”

“Há muitos problemas por aí, mas o viés tem sido em direção a ações de valor e cíclicas”, acrescentou Ghriskey.

A Pfizer Inc e sua parceira alemã BioNTech revelaram uma taxa de sucesso de 95% na conclusão de seu ensaio da vacina para a Covid-19, poucos dias após a Moderna Inc anunciar uma taxa semelhante de sucesso em dados preliminares de sua vacina.

Os participantes do mercado têm saudado o desenvolvimento de vacinas com otimismo cauteloso, mas isso está sendo testado à medida que novas infecções globais atingem níveis recordes e a reversão de reaberturas e novos bloqueios continuam a aumentar.

O índice Dow Jones caiu 1,16%, a 29.438 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 1,156383%, a 3.568 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,82%, a 11.802 pontos.

Bolsas na Europa

Os principais índices acionários da Europa fecharam em alta nesta quarta-feira, influenciados pela divulgação de resultados positivos da vacina experimental contra a covid-19 desenvolvida por Pfizer e BioNTech, que apresentou 95% de eficácia em testes finais e se apresentou segura, de acordo com a farmacêutica norte-americana. Também influenciou positivamente as bolsas europeias o dado de inflação da zona do euro, que caiu 0,3% em outubro, deixando o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) ainda mais distante da meta do Banco Central Europeu (BCE), que é de uma taxa ligeiramente inferior a 2%. O dado reforça a narrativa de manutenção de estímulos monetários no continente.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,44% nesta quarta-feira, aos 390,54 pontos.

Ainda assim, o temor causado pelas segundas ondas de covid-19 em diversos países da Europa conteve os ganhos nos índices acionários europeus.

A dirigente do Banco Central Europeu (BCE) Elizabeth McCaul afirmou que permanece “incerto” o impacto da pandemia na demanda agregada no continente, durante um evento na Universidade Goethe.

Até agora, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) contabilizou 11,1 milhões de casos no continente. França (2 milhões), Espanha (1,5 milhão), Reino Unido (1,4 milhão) e Itália (1,2 milhão) lideram o número de infecções na Europa.

No Reino Unido, pesou a divulgação do CPI de outubro, que registrou alta de 0,7% em outubro ante igual mês do ano passado. Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 aos 6385,24 pontos, em alta porcentual de 0,31%, a menor entre os principais índices europeus.

Já as Bolsas de Frankfurt e Paris fecharam com igual avanço de 0,52%, aos 13201,89 e 5511,45 pontos, respectivamente.

Na Itália, o índice FTSE MIB da Bolsa de Milão foi o que registrou segunda maior alta entre os principais mercados ao avançar 0,87%, aos 21622,66 pontos. Destacaram-se as ações da Telecom Italia, que fechou com ganhos de 2,84%, e da CNH Industrial, com alta de 3,48%.

Já o índice de Madri IBEX 35 fechou o dia aos 7981,50 (+ 0,59%), e a Bolsa de Lisboa terminou as negociações em alta de 1,19%, aos 4417,72 pontos.

*Com Agência Estado e Reuters

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