Depois do ethereum, solana é a nova aposta de parceria do Google

ARTIGO*

Durante a reunião anual do ecossistema no Breakpoint 2022 em Lisboa, a criptomoeda solana (SOL), conhecida como “Ethereum Killer”, fez uma série de anúncios de novos lançamentos, incluindo a parceria com o serviço de nuvem do Google (GOGL34) para se tornar validador da rede.

Com a divulgação feita em uma thread no Twitter, o Google Cloud também mencionou que, além de participar e validar a transações da rede, a empresa tem planos para trazer seu lançamento Blockchain Node Engine, que atualmente só dá suporte ao ethereum (ETH), para a Solana em 2023.

Lançado no final de outubro deste ano, o Blockchain Node Engine é um serviço de hospedagem de nós totalmente gerenciado pelo Google Cloud que reduz drasticamente a necessidade de operações complexas.

Os validadores de blockchain são os responsáveis ​​por manter a eficiência do sistema através da verificação das informações contidas em um bloco antes de integrá-lo à cadeia blockchain.

Nalin Mittal, gerente de produto do Google Web 3, disse que o intuito da parceria é facilitar a vida de um validador da rede, tornando o processo muito mais econômico e feito só com um clique, dado que haverá indexação ao “BigQuery” no próximo ano, serviço do qual os desenvolvedores da Solana terão acesso a dados históricos da rede com agilidade. 

Atualmente, a Solana possui cerca de 3.400 validadores e, com a adição do Google Cloud, tal número pode aumentar consideravelmente.

Apesar dos conceitos técnicos serem complicados, na prática, isso quer dizer “apenas” que os registros na rede serão mais rápidos e seguros, podendo, inclusive, acelerar o processo de criação de um novo bloco no blockchain, bem como facilitar a gestão de todo o sistema. 

A parceria com a Solana é parte de um script do caso de amor entre Google e blockchain

Não é de hoje que o gigante da tecnologia vem investindo em blockchain, ativos digitais e contabilidade distribuída. Tudo começou de forma mais direta há cerca de dois anos. Houve várias novidades ao longo desse tempo, entre as quais temos:

• Fevereiro de 2020: a primeira parceria do Google Cloud foi com a criptomoeda hedera (HBAR), moeda de contabilidade distribuída;
• Agosto de 2021: parceria fechada com a chainlink (LINK) para fornecer feeds de dados para contratos inteligentes (smart contracts) da moeda, bem como integração com dados climáticos do Google Cloud;
• Janeiro de 2022: o Google lançou a sua própria unidade focada em blockchain e no ecossistema Web 3;
• Setembro de 2022: acordo fechado com a BNB Chain, rede da moeda BNB, para oferecer infraestrutura básica, computação em nuvem, orientação e suporte técnico para empresas;
• Outubro de 2022: anúncios que o Google Cloud aceitará pagamentos em criptomoedas a partir de 2023, assim como integração para rodar nodes do Ethereum através do Blockchain Node Engine. 

• Descubra a história do lançamento do Gmail e os bastidores do Google

Num futuro próximo, a Web 3 será tão comum quanto a Web 2

Diferente da Web 2 atual, a Web 3 está ganhando corações pois será extremamente rica em valor devido à combinação de várias tecnologias que vieram para moldar o futuro, como machine learning, cibersegurança, cadeia hiperconectada de dados e IoT.

Conforme mostrado na figura abaixo, várias empresas de peso já tomaram nota que há possibilidades ilimitadas da Web 3 e estão rapidamente se ajustando à tecnologia — ou pelo menos tornando a inovação parte dos seus negócios:

Ademais, a entrada de big techs no segmento pode ser responsável por mudanças culturais, e já é uma evidência de como a nova era da internet tem um potencial de crescimento e adoção gigantescos.

Portanto, gostando ou não, é importante perceber que a Web 3 transformará a forma como interagimos com o ambiente digital e real, trazendo disrupções que impactam tanto pessoas como empresas. 

Outras gigantes da tecnologia, como Meta (FBOK34), Twitter (TWTR34), Spotify (S1PO34) e Microsoft (MSFT34), por exemplo, também estão apostando na nova era da internet. Será mesmo que as maiores detentoras de dados do mundo fariam isso à toa ou será que estão se posicionando à frente dos concorrentes mais uma vez? Fica a reflexão.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.