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Finanças

Táticas do futebol podem ajudar investidor a montar carteira de fundos; entenda

Analista sugere analogia para portfólio do perfil conservador ao arrojado.

Os fundos de investimento são uma forma de diversificar a carteira e tentar aumentar a chance de rentabilidade do investidor. No entanto, nem sempre é fácil escolher uma opção diante das mais de 31.490 disponíveis hoje no Brasil, segundo dados da TC/Economatica. De acordo com Bianca Ferreira, analista de fundos da NuInvest, é possível optar por fundos de investimento considerando estratégias semelhantes às de um time de futebol em campo. 

A analista explica que, assim como os times que vão disputar a Copa do Mundo, o investidor pode criar “seleções” de investimentos em fundos, tendo uma carteira mais conservadora (de “defesa”) ou agressiva (de “ataque”), de acordo com a escolha (“escalação”) dos fundos.

“Um ‘time’ (carteira) com estratégia defensiva terá uma ‘volatilidade’ menor. Em contraponto, um ‘time’ preparado e treinado para o ataque vai apresentar uma ‘volatilidade’ bastante alta”, compara Ferreira.

A analista alerta, no entanto, que para o investidor conseguir definir qual a melhor estratégia para montar seu “time” de fundos de investimento, é preciso ter bem definido o seu perfil de investidor.

A partir daí, levando em conta as estratégias das posições de jogadores de futebol em campo, confira as recomendações de fundos de investimento feitas pela analista Bianca Ferreira, da NuInvest, considerando o comparativo:

Goleiro

Trata-se de uma posição fundamental em campo, em que nenhum time consegue jogar sem ter um goleiro. 

Fazendo alusão ao universo dos investimentos, Bianca Ferreira destaca que esta “posição” em carteira é tão essencial ao investidor como a parcela de caixa ou reserva de emergência.

Dessa forma, a analista recomenda fundos de renda fixa referenciados na taxa DI, ou seja, aqueles que, de forma obrigatória, possuem ao menos 95% dos investimentos em títulos atrelados ao CDI ou à taxa Selic.

Neste caso, Ferreira recomenda o Nu Reserva Imediata. De acordo com a analista, este fundo é ideal para esta “posição”, pois aplica sua carteira, majoritariamente, em títulos públicos e tem liquidez diária.

Zagueiro

No futebol, a região de atuação de um zagueiro é na defesa do time, onde estão, fazendo alusão com o universo dos investimento, os mais “conservadores” em campo, mas que não deixam de estar em alerta e “agressivos”.

Seguindo esta lógica, Ferreira recomenda alguns fundos de renda fixa de crédito privado para esta “posição”, que investem em títulos emitidos por empresas privadas.

Entre as recomendações da analistas, estão, por exemplo, o Nu Reserva Planejada CP FIC FIRF,   o Sparta Top CP FIC FIRF e o ARX Elbrus FIC FI INFRA, por, segundo ela, se tratarem de fundos com gestores diligentes, que alocam o risco em papéis e emissores de alta qualidade.

“Um fundo desta categoria tem uma volatilidade mais baixa quando comparado às demais”, diz a analista da NuInvest.

Lateral

Trata-se de um jogador que está sempre em movimento em campo, entre ataque e defesa. 

De acordo com a analista da NuInvest, um bom representante para esta “posição” em carteira são os fundos de criptomoedas, por causa da alta volatilidade que possuem, sendo o fundo Hashdex 20 Nasdaq Crypto Index o recomendado por ela. 

“Esta categoria de fundo, quando observada em janelas menores de tempo, apresenta grandes altas e quedas. No longo prazo, podemos observar diferentes tendências para diferentes moedas”, diz Ferreira.

A analista destaca, no entanto, que esta categoria deve representar entre 2% e 5% do patrimônio investido.

Volante

Em uma partida de futebol, o volante é um dos jogadores que mais explora o campo, mas mantém suas obrigações concentradas na área de defesa.

Para o comparativo com as características da função desta posição, de constância, dinamismo e a intensidade, a analista da NuInvest optou por fundos multimercados, que são os que aplicam recursos em diferentes mercados, como câmbio, renda fixa, ações etc. 

Segundo recomendação de Ferreira, os melhores representantes são: Nu Ultravioleta FIC FIM, Vinci Valorem FIC FIM, Ibiuna Hedge FIC FIM, Ace Capital FIC FIM e Giant Zarathustra FIC FIM.

“Assim como seu nome sugere, são fundos multiestratégia. Escolhemos bons gestores com habilidades diversas e time robusto para operar nos mercados de juros, moedas, ações etc”, afirma Bianca Ferreira. 

Meio-campo

No futebol, esta posição é a do jogador de camisa número 10 e também o responsável por armar as boas jogadas de ataque, precisando ser estratégico em campo para conseguir marcar gols.

Considerando este comparativo com o universo dos fundos de investimento, Ferreira escolheu para esta “posição” e, carteira os fundos multimercados equity hedge (mercado de ações com baixa volatilidade) e retorno absoluto (visa retornos positivos em um determinado período). 

Entre as recomendações de Bianca Ferreira dentro dessa categoria estão Occam Equity Hedge FIC FIM e Dahlia Total Return FIC FIM.

“Fundos dessa categoria buscam fazer grandes apostas direcionais no mercado de ações ou nos demais mercados, mas também incluem posições de hedge ou com riscos descorrelacionados e complementares”, avalia a analista da NuInvest.

Atacante

Em campo, o jogador que desempenha esta função tem como objetivo fazer gols, porém, nem sempre o chute dá certo ou até mesmo a bola chega até ele. 

Desta forma, quando se compara aos fundos de investimento, Ferreira aponta que a categoria de fundos de ações long only é a mais semelhante, já que tem o perfil mais agressivo de todos. No caso destes fundos, o gestor trabalha com a compra dos ativos fazendo aposta na valorização de alguns deles para a realização de lucro.

Como recomendação, Bianca Ferreira sugere Nu Ultravioleta ações FIC FIA, o Brasil Capital 30 FIC FIA, o Real Investor FIC FIA BDR I e o HIX Institucional FIC FIA.

“Estes fundos costumam ter alta volatilidade e tomam risco direcional. Gestores especializados fazem a escolha das melhores ações para montar a sua própria carteira e, em cenários de maior incerteza, o desafio aumenta”, destaca a analista Ferreira.

O que considerar antes de investir

Crédito: Torianime

Os fundos de investimento registraram captação líquida positiva, ou seja, mais aportes do que resgates, de R$ 3,7 bilhões em agosto de 2022, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Bianca Ferreira aponta que algumas das vantagens ao se optar por esta modalidade são o acesso a produtos e mercados que talvez o investidor não teria investindo sozinho; acesso à diversificação e mercados internacionais com baixo valor mínimo, além da facilidade e eficiência para fins tributários, pois a tributação deste tipo de investimento ocorre na fonte.

Ferreira recomenda que, além do investidor identificar seu perfil, uma outra dica importante antes de investir em fundos é estudar os produtos que se tem interesse, pesquisando quem é o gestor, há quanto tempo o fundo existe, qual mercado ele investe etc.

“Leia informações disponíveis no site da gestora, converse com alguém qualificado que conheça bem o produto. Quanto mais informação você tiver antes de investir, maiores serão as chances de acerto e mais confortável e tranquilo você ficará com seus investimentos. Use e abuse de comparador de fundos, olhe a correlação dos produtos, faça pequenas comparações para ir construindo o seu portfólio ideal”, sugere a analista.

Quantos fundos de investimento ter no portfólio?

Para Bianca, o número de fundos de investimento em carteira irá depender da quantidade de recursos disponíveis para investir. Porém, segundo a analista, alguns estudos de portfólios eficientes recomendam, aproximadamente, de 8 a 9 deles e que mais do que isso o investidor estaria pulverizando ao invés de diversificar seus investimentos.

“É importante sempre olhar a correlação dos ativos para saber se está diversificando de forma eficiente. Para diversificar adequadamente, pode escolher fundos de categorias diferentes. Se tiverem estratégias similares, sempre olhar a correlação”, orienta a analista da NuInvest.

Ferreira alerta ainda que, com exceção da parcela de caixa ou reserva de emergência, que pode ser aplicada em um fundo DI com liquidez diária, os demais fundos devem sempre ter um objetivo de médio e longo prazo.

A analista destaca, no entanto, que é importante que se faça um monitoramento do dinheiro investido e se algum fundo estiver aquém do desejado e causar um desconforto permanente e o investidor não tiver informações suficientes para entender o ocorrido, aí, sim, pode considerar substituí-lo.

Bianca acrescenta que é válido também que o investidor acompanhe seus investimentos, revisitando sua carteira periodicamente e fazendo alterações, caso tenha algum produto que o esteja deixando desconfortável.

“O investidor tem que deixar sua carteira diversificada e equilibrada, por exemplo, evitando resgatar apenas de um único produto. Nesse meio tempo, pode ser que a carteira cresça de tamanho e você aumente o número de fundos ou até invista proporcionalmente em cada produto”, sugere Ferreira.

Para uma carteira mais conservadora, a analista sugere a seguinte composição de porcentagem nos fundos recomendados por ela: 30% em Nu Reserva Imediata Ref DI; 20% em Sparta Top FIC FIRF; 10% em Vinci Valorem; 20% em Ibiuna Hedge FIC FIM e 20% em Giant Zarathustra FIC FIM.

Já para uma carteira de perfil mais arrojado, Ferreira recomenda: 10% em Nu Reserva Imediata FIC FIRF; 15% em ACE Capital FIC FIM; 25% em Real Investor FIC FIA BDR Nível I; 25% em Hix Capital FIC FIA; 20% em Dahlia Total Return FIC FIM e 5% em Hashdex 20 Nasdaq Index Crypto.



Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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