O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, encerrou em tímida baixa nesta terça-feira (10), em sessão volátil, diante de desempenho sem direção comum em Wall Street. O indicador foi pressionado por ações de siderúrgicas, de olho nas discussões por mudanças no imposto sobre a importação de aço.
Além disso, os investidores locais também repercutiram a ata da última reunião de política monetária do Banco Central e dados de varejo. O dólar encerrou em queda, após uma sequência de três altas.
No dia, o Ibovespa recuou 0,14%, aos 103.109 pontos. Já o dólar ampliou a queda para 0,4%, negociado a R$ 5,1340, após atingir a mínima de R$ 5,1098 no dia.
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Usiminas (USIM3, USIM5) liderou recuo do setor siderúrgico, ainda que tenha devolvido parte relevante das perdas no final da tarde, após associação do setor dizer que governo estuda redução de imposto de importação para vergalhão, e não zerar a taxa para aço em geral. Do lado oposto, Natura (NTCO3) e Bradesco (BBDC3, BBDC4) foram destaques de alta.
Ata do Copom
Investidores repercutiram a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que reforçou a expectativa por mais uma alta da taxa básica de juros da economia, a Selic, mas num ajuste menor do que o último aumento, de 1 ponto percentual, para 12,75% ao ano.
Segundo a ata, os integrantes do Copom avaliaram que o aperto das condições financeiras (ou seja, a alta de juros) cria um risco de desaceleração econômica mais à frente. Além disso, o BC reconheceu que há uma deterioração na dinâmica inflacionária do Brasil, apesar do ciclo “bastante intenso e tempestivo” de ajuste nos juros.
“Apesar de ata provavelmente ser lida como ‘hawkish’ (mais favorável a juros altos) pelo mercado, o BC traz uma mensagem similar ao comunicado”, escreveram analistas do Citi, que mantiveram expectativa de alta 0,5 ponto em junho, embora vejam riscos para extensão do ciclo em reuniões seguintes.
Vendas do varejo
Outra notícia de destaque do dia é a divulgação das vendas do varejo brasileiro em março, que tiveram um crescimento acima do esperado pelo mercado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), a alta foi de 1%, contra as projeções de 0,4%.
“Olhando à frente, a atividade econômica tem se recuperado mais rápido do que o esperado, refletindo a volta da mobilidade e apetite ao consumo“, analisaram especialistas do Banco Original. “A despeito do impacto inflacionário sobre o consumo, tanto o Auxílio Brasil quanto o uso da poupança formada em 2020/21 e o nível de concessões de crédito para PF (cartão de crédito, financiamento do consumo) auxiliaram o varejo.”
Cenário externo
No exterior, as atenções seguiam voltadas ao Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Investidores aguardam discursos de autoridades do Fed em busca de mais pistas sobre o rumo da taxa de juros nos EUA. A expectativa é de uma alta de 0,75 ponto percentual em junho.
Analistas da Genial Investimentos disseram em relatório que o “cenário internacional deverá continuar desafiador”.
“As exportações chinesas mostram desaceleração…, a guerra no leste europeu dá sinais de estagnação… e as dúvidas quanto à política monetária nos Estados Unidos continuam, o que indica que a volatilidade e o mau humor devem continuar a dominar o cenário no curto prazo”, acrescentam.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram nesta terça-feira, com alta de ações de grande crescimento após uma forte queda na sessão anterior, em meio a um recuo dos rendimentos dos títulos dos Estados Unidos.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,27%, para 4.002,01 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq subiu 0,98%, para 11.737,35 pontos. O Dow Jones caiu 0,26%, para 32.163,31 pontos.
Europa
As ações europeias tiveram alta em relação a mínimas em dois meses nesta terça-feira, com investidores em busca de ações descontadas após fortes quedas anteriores, decorrentes de preocupações com uma acentuada desaceleração no crescimento econômico global. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,68%, a 420,29 pontos, com quase todos os setores em território positivo.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,37%, a 7.243,22 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,15%, a 13.534,74 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,51%, a 6.116,91 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,04%, a 23.069,78 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 ficou em 8.139,20 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,12%, a 5.721,02 pontos.
*Com informações da Reuters.
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