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Finanças

Ibovespa fecha em alta, mas com menos ganhos que o exterior

O índice se recuperou após tombo de ontem causado pelo temor com a variante ômicron.

commodities

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou a terça-feira (21) em alta, com os ativos de riscos globais se recuperando parcialmente da liquidação do dia anterior, quando o temor com a ômicron derrubou índices em todo o mundo. Entretanto, no exterior, Nasdaq, S&P 500 e Dow Jones tiveram avanço superior a 1%.

O Ibovespa subiu 0,46%, aos 105.499 pontos, após oscilar entre 105.020 pontos e 105.906 pontos ao longo do pregão. Já o dólar teve leve queda de 0,04%, negociado a R$ 5,7388, depois de atingir R$ 5,7116 na mínima e R$ 5,7564 na máxima do dia.

Variante ômicron

Apesar do alívio momentâneo, o noticiário com a ômicron seguiu no radar dos investidores, à medida que diversos países, especialmente na Europa, consideram impor novas restrições para conter o avanço da covid-19, enquanto em nações como a Holanda já foram anunciadas medidas mais duras.

“A variante ômicron seguiu no radar, mas dessa vez de forma positiva, com as notícias de que a vacina da Moderna teria eficácia comprovada quando aplicada a terceira dose, e de que a Novavax poderia começar a entregar antiviral reforçado contra a nova variante já no primeiro trimestre de 2022”, comentou Alexsandro Nishimura, economista, head de conteúdo e sócio da BRA.

Segundo Lucas Monteiro, trader de multimercados da Quantitas, notícias de restrições mais fortes, como foi o caso da Holanda, influenciaram negativamente o mercado, mas agora “investidores começam a digerir melhor os fatos”, o que leva a uma melhora. A perspectiva de uma ômicron mais transmissível, mas que não leva a casos tão graves, por exemplo, permanece.

“Como o fluxo de notícias está fraco, e conforme se aproxima o final do ano, a liquidez tende cair, fatos mais marginais tendem a fazer um pouco mais de preço que o usual”, afirmou ele. Do outro lado, porém, Monteiro lembra que nesse cenário, qualquer “choque realmente relevante” pode fazer o mercado mexer de maneira muito mais rápida e intensa.

Cenário interno

O Orçamento de 2022 volta ao foco após o adiamento no dia anterior da votação do relatório final pela Comissão Mista de Orçamento.

Depois de o governo ter conseguido alterar a regra do teto de gastos – importante âncora fiscal do país – por meio da PEC dos precatórios, abrindo espaço fiscal para financiamento do programa Auxílio Brasil, o Ministério da Economia fez pedido na semana passada para remanejar quase R$ 2,9 bilhões no Orçamento de 2022 com a finalidade de reajustar salários de algumas carreiras de servidores públicos.

“O Ibovespa passou o dia todo em ‘modo de espera’, com avanço reduzido em relação aos pares internacionais devido ao aguardo pela votação do Orçamento de 2022”, disse Nishimura.

Câmbio

O dólar chegou a cair sobre o real mais cedo, mas devolveu as perdas, mesmo após o Banco Central voltar a entrar em cena nos mercados com operações de interferência no câmbio. O BC fez novo leilão de dólares à vista – com isso, a oferta de dólares no mercado aumenta, e a tendência então é que o preço caia em relação ao real.

Na operação desta manhã, a quinta do tipo nos últimos oito pregões, o BC vendeu o total da oferta de até US$ 500 milhões. O leilão à vista teve a “intenção de prover liquidez ao mercado cambial brasileiro”, disse em nota Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora.

A alta do dólar nestas semanas tem sido puxada por fatores sazonais locais que tradicionalmente elevam a busca pela moeda norte-americana (ou seja, causam uma pressão de alta do dólar). Entre eles está o pagamento de juros e dividendos por parte de empresas com a chegada do fim do ano.

Mas os últimos dias também têm contado com maior instabilidade nos mercados internacionais, em meio a receios sobre a variante ômicron e sinalizações mais duras com a inflação de grandes bancos centrais (ou seja, indicando uma tendência de alta de juros em outros países, o que tenderia a desvalorizar o real).

Destaques da bolsa

Depois de duas sessões de queda, o Ibovespa voltou a subir nesta terça-feira, embora já tenha reduzido alta mais firme da abertura, impulsionado pelas ações de commodities e pela Embraer. A fabricante de aeronaves chegou a subir mais de 18% após anunciar fusão de sua subsidiária de aeronaves elétricas, Eve, com uma empresa de cheque em branco (SPAC) dos Estados Unidos.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os principais índices de Wall Street subiam, impulsionados pela Nike e pela Micron após divulgação de fortes resultados, com as prejudicadas ações de tecnologia se recuperando da forte liquidação do dia anterior.

O índice Dow Jones subiu 1,60%, a 35.492 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 1,78%, a 4.649 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 2,40%, a 15.341 pontos.

Europa

As ações europeias fecharam em alta, recuperando as perdas da véspera com um salto nos papéis ligados a commodities e viagens, ofuscando as preocupações em torno de riscos associados à disseminação da variante ômicron do coronavírus.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,38%, a 7.297,41 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,36%, a 15.447,44 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,38%, a 6.964,99 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,82%, a 26.653,30 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,76%, a 8.387,50 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,22%, a 5.451,37 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China avançaram nesta terça-feira, com os papéis do setor imobiliário liderando os ganhos em meio a crescentes sinais de afrouxamento da política monetária, enquanto as empresas relacionadas a turismo se recuperaram com o alívio dos temores sobre a variante Ômicron do coronavírus.

O sentimento no setor foi reforçado por crescentes sinais de suporte do governo, conforme Pequim busca impedir o contágio das questões financeiras do China Evergrande Group e de várias outras incorporadoras altamente endividadas.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 2,08%, a 28.517 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,00%, a 22.971 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,88%, a 3.625 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,68%, a 4.913 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,41%, a 2.975 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,68%, a 17.789 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,39%, a 3.085 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,86%, a 7.355 pontos.

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