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Finanças

Dólar fecha a R$ 5; Ibovespa encerra em queda, de olho em Ucrânia

Na mínima do dia, a cotação do dólar chegou a R$ 4,99 – menor valor intradia desde julho de 2021.

dólar
Nota de um dólar 23/11/2021 REUTERS/Murad Sezer

O dólar operou em queda em relação ao real pelo quarto dia seguido, chegando a ser negociado abaixo de R$ 5 na mínima do dia nesta quarta-feira (23). Já o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, a B3, também seguiu na mesma direção, em dia que acompanhou o pessimismo em Wall Street diante das notícias sobre a crise entre Rússia e Ucrânia.

No dia, o Ibovespa caiu 0,78%, aos 112.007 pontos, ainda assim acumulando alta perto de 6,85% no ano.

Enquanto isso, o dólar caiu 0,94%, a R$ 5,0037, no quarto dia consecutivo de queda. Na mínima do dia, a cotação chegou a R$ 4,9980 – menor valor intradia desde julho de 2021.

No ano, o dólar acumula queda de mais de 10% sobre o real, em um movimento puxado pela manutenção de fluxos de capital estrangeiro para o mercado brasileiro, que oferece juros atrativos para os investidores.

Preocupações na Europa

Após a Rússia enviar soldados a duas regiões separatistas no leste da Ucrânia, países incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido, além do bloco europeu, anunciaram planos para sanções a bancos e indivíduos russos. As medidas, entretanto, parecem ter ficado abaixo do que o mercado temia, o que gerou firme recuperação nos ativos de risco mais cedo.

Ainda assim, a cautela voltou a dominar no cenário internacional no final da manhã. Em meio a incertezas sobre um potencial conflito, mercados têm vivido período volátil nas últimas semanas.

Enquanto isso, investidores aguardavam os próximos passos a serem tomados pelo presidente russo, Vladimir Putin. Ele disse mais cedo que o país está aberto à diplomacia, mas não comprometerá sua segurança.

Cenário interno

Na cenário doméstico, o mercado digeria dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, que subiu 0,99% em fevereiro, sobre alta de 0,58% no mês anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a maior variação para um mês de fevereiro desde 2016 (1,42%). Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,85% para o período.

“Esta notícia deveria forçar os juros para cima na perspectiva de inflação mais persistente, mas dado o atual momento da economia brasileira o efeito foi contrário ao esperado”, disse André Perfeito, economista-chefe da Necton, em nota.

“A expectativa de juros mais altos fez que o dólar caísse mais uma vez e isto por sua vez segurou os juros na perspectiva de uma inflação mais comportada no médio prazo. Este ‘empate técnico’ entre inflação, juros e câmbio está fazendo os juros caírem levemente”, explicou em comentário sobre o movimento da curva de juros.

Já Étore Sanchez, economista-chefe daAtiva Investimentos, apontou que “a dinâmica inflacionária é ruim, com artigos de residência e vestuários não cedendo conforme o esperado”. Ele reiterou que o resultado do IPCA-15 acende um alerta sobre a perspectiva da casa de elevação da Selic de “apenas” 50 pontos base em maio. “De todo modo, seguimos esperando duas elevações, 100 pontos base e 50 pontos base nas próximas reuniões”, concluiu.

Destaques da bolsa

As ações da Eletrobras ficaram entre as maiores altas do Ibovespa, em meio à aprovação do projeto de desestatização da empresa por parte dos acionistas. Entre as petroleiras, as ações da PetroRio mantiveram viés de alta, enquanto as da 3R Petroleum, que divulgou balanço trimestral, intensificaram as quedas.

A empresa de locação e gestão de frota de veículos Localiza, a siderúrgica Gerdau e a fabricante de alimentos BRF também registraram desvalorização em meio ao reporte dos números do último trimestre de 2021, enquanto a Telefônica subiu.

A fabricante de calçados Apargatas, que divulgou o preço por ação de sua nova oferta de ações na bolsa, também teve desempenho negativo.

  • Confira mais destaques, assista ao Boletim InvestNews:

Bolsas mundiais

Wall Street

Os índices de Wall Street fecharam em expressiva baixa nesta quarta-feira, quando a Ucrânia declarou estado de emergência e o Departamento de Estado norte-americano disse que uma invasão russa à ex-república soviética continua potencialmente iminente.

O índice S&P 500 fechou em queda de 1,84%, a 4.225,50 pontos. O Dow Jones caiu 1,38%, a 33.131,76 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 2,57%, a 13.037,49 pontos.

Europa

As ações europeias fecharam em baixa, com as manchetes sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia prejudicando o sentimento de investidores, enquanto a imposição de sanções ocidentais modestas à Rússia e fortes balanços corporativos ajudaram a limitar mais perdas.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,28%, a 453,86 pontos, depois de chegar a subir 1% no início das negociações. Papéis de bancos, empresas de serviços financeiros e varejistas lideraram as perdas.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,05%, a 7.498,18 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,42%, a 14.631,36 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,10%, a 6.780,67 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,34%, a 25.955,08 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,63%, a 8.440,10 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,62%, a 5.430,93 pontos.

*Com informações da Reuters.

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