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Finanças

Mercado em rotação: Petrobras e bancos lideram; varejo despenca

Com a vacina o fluxo do mercado começa a mudar; Ibovespa acumula ganhos de 3,76% na semana

bolsa

Semana positiva para o Ibovespa, o índice teve uma valorização expressiva apesar do temor com a segunda onda da covid-19 pelo mundo.

O Ibovespa acumulou ganhos de 3,76% na semana. Em novembro, o índice avança 11,46%.

Para Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, os ganhos desta semana podem ser explicados por dois fatores: o primeiro é a vitória do democrata Joe Biden, futuro presidente dos Estados Unidos, e o segundo é a notícia dos avanços sobre a eficácia das vacinas contra o coronavírus.

Ele defende que a consolidação da vitória de Biden é muito positiva para os países emergentes porque o democrata é a favor de mais estímulos econômicos. “Com mais estímulos no mercado teremos um movimento de enfraquecimento do dólar no mundo”, explica. Ele também enxerga um movimento em direção ao risco que favorece os emergentes.

No caso das vacinas, a Pfizer anunciou esta semana que os testes apontaram 90% de eficácia o que provocou uma euforia no mercado. Segundo o presidente da Pfizer Brasil, Carlos Murillo, se o governo decidir importar teremos vacina disponível já no primeiro trimestre de 2021. As novidades animam o mercado levando os investidores a tomar mais risco nas ações.

Fruto destes dois cenários, Komura destaca que houve um movimento de rotação no mercado. Durante a pandemia muitos setores foram afetados e teve outros que se beneficiaram na crise. Mas agora os humilhados foram exaltados, com uma inversão no mercado os setores que mais apanharam saíram na frente.

Veja também: Setores da bolsa que mais ‘apanharam’ saem na frente com vacina; veja quais são

Maiores altas

Seguindo esse movimento de rotação, a maior alta da semana foi da Petrobras (PETR3) que disparou 16,66%. Komura explica que o setor de energia e commodities foi muito penalizado durante a pandemia. Com as restrições de circulação houve menos consumo de combustível o que acabou impactando o papel.

Desde o anúncio do avanço das vacinas o preço do petróleo internacional se recuperou, apostando na retomada econômica, e as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras valorizaram.

“Tudo indica que a Opep deve manter os cortes na produção, caso contrário ocorreria um efeito adverso no preço da commoditie. A redução de estoques nos EUA também não afetou a Petrobras”, explica o analista.

A segunda maior alta da semana foi da Yduqs (YDUQ3) que subiu 15,58% também acompanhando a inversão dos setores.

A companhia divulgou seu balanço nesta semana com lucro de R$ 112,5 milhões, uma queda de 26,3% em relação ao mesmo período em 2019. O resultado não surpreendeu o mercado.

Nesta sexta-feira (13), a ação disparou 9,76% também sem motivo aparente e seguindo o fluxo de rotação. “O principal driver de recuperação do papel será a volta às aulas”, diz Komura.

Ainda entre os destaques positivos está o Bradesco (BBDC4), com alta de 15,47%. O setor de bancos também estava bastante descontado sendo penalizado pela inadimplência, especialmente com fortes provisões de crédito para pequenas e médias empresas. “Teve muita renegociação que não é vista nos balanços, mas será perceptível nos primeiros trimestres de 2021”, afirma o analista. No entanto, o setor financeiro também ensaia recuperação com a sinalização da vacina.

Veja as cinco maiores altas da semana:

Ação Alta
Petrobras (PETR3)16,66%
Yduqs (YDUQ3)15,58%
Bradesco (BBDC4) 15,47%
Petrobras (PETR4)14,58%
Bradesco (BBDC3) 14,42%

Maiores quedas

No lado oposto do Ibovespa, o destaque negativo foi da Totvs (TOTS3) que caiu 9,24%. Komura explica que o setor de tecnologia valorizou com força na pandemia ao tornar as empresas mais eficientes além da disparada do e-commerce, por este motivo com o avanço da vacina a companhia devolveu parte da sua valorização.

Contribuíram também na baixa do papel os resultados do terceiro trimestre da Totvs considerados medianos pelo mercado e sem surpresas positivas. O lucro da companhia foi de R$ 79,3 milhões, uma queda de 9,3% em relação a 2019. O resultado foi impactado pelo aumento das receitas e contenção de custos operacionais.

Ainda no radar dos investidores está a compra da Linx. A Totvs está em briga com a Stone pela aquisição que ainda deve demorar para ser resolvida. “Se a Totvs comprar a Linx será muito bom para a companhia mesmo que pague mais do que o combinado por ela”, avalia o analista.

Neste fluxo de rotação de mercado caíram também as varejistas Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VVAR3), apesar dos ótimos resultados no terceiro trimestre.

A varejista Magazine Luiza (MGLU3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 215,9 milhões no terceiro trimestre de 2020, um crescimento de 69,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o e-commerce cresceu 148% e as vendas nas lojas físicas evoluíram 18% no total. 

E a Via Varejo (VVAR3) teve um lucro líquido de R$ 590 milhões de julho a setembroresultado sete vezes maior do que as expectativas do mercado que apostavam em um lucro de R$ 88 milhões.

Com números bons, a Via Varejo está se tornando a queridinha das casas de análise e gestores de fundos. Embora nenhum tenha coragem de tirar a Magazine Luiza da carteira, apesar dos preços descontados.

O setor de e-commerce começa a devolver os ganhos da pandemia, no entanto o consenso do mercado é um futuro promissor para as companhias. Muitos bancos e casas reiteraram sua recomendação de compra para os papéis.

Nesta semana houve também uma realização de ganhos, investidores posicionados em MGLU3 e VVAR3 anteciparam os resultados positivos das companhias e após a divulgação dos balanços saíram às vendas embolsando lucros.

Veja as cinco maiores quedas da semana:

Ação Queda
Totvs (TOTS3)9,24%
B2W (BTOW3)8,52%
Magazine Luiza (MGLU3)8,16%
CSN (CSNA3)7,13%
Via Varejo (VVAR3)7,13%

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