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Finanças

1ª parcela do 13º salário deve ser paga até esta quinta; onde investir?

Especialistas consultados dão dicas de como fazer o pagamento render mais ao trabalhador.

A primeira parcela do décimo terceiro salário deve ser paga pelos empregadores atéesta quinta-feira (30). O benefício é concedido a todos os trabalhadores com carteira assinada sob o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Analistas ouvidos pelo InvestNews deram dicas sobre o que fazer e onde investir este dinheiro.

Também chamado de gratificação natalina, o salário “extra” é pago em duas parcelas anuais, recebidas até o final do ano. A primeira parcela do 13º possui valor bruto (sem descontos), enquanto que a segunda costuma ser recebida pouco antes do Natal e é líquida (com descontos).

Em 2022, pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) apontou que 35,7% dos que receberiam o benefício pretendiam utilizá-lo nas compras de Natal, enquanto 28,7% optaram por economizar ou investir.

Reprodução Tribunal Superior do Trabalho

Tendo em vista o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro, confira a seguir sugestões de especialistas sobre como gastar ou investir o dinheiro.

Quando deve ser pago o 13º salário em 2023?

Para trabalhadores, a primeira parcela do décimo terceiro em 2023 deve ser paga até o dia 30 de novembro. Já a segunda parcela deve cair até 20 de dezembro.

Para os aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o pagamento do décimo terceiro salário foi adiantado em 2023. O benefício foi pago entre maio e julho.

O que fazer com a primeira parcela do 13º?

Imagem de Joel santana Joelfotos/Pixabay

Segundo João Bertelli, planejador financeiro e sócio da A7 Capital, a primeira parcela do décimo terceiro salário pode ser uma oportunidade para o trabalhador organizar as finanças, fazer investimentos ou iniciar projetos pessoais. Uma dica é utilizar uma planilha de gastos pessoais mensais para fazer seu planejamento financeiro. 

O especialista ressalta que a melhor forma de utilizar o recurso varia conforme a realidade e momento financeiro de cada um.

“O trabalhador pode pagar dívidas, antecipar parcelas de financiamentos, criar ou reforçar sua reserva de emergência, fazer investimentos de médio ou longo prazo ou então realizar algum projeto, como uma viagem de final de ano”, exemplifica Bertelli.

Confira abaixo opções sobre o que fazer com a primeira parcela do décimo terceiro, segundo especialistas ouvidos pelo InvestNews.

1 – Quitar dívidas

Para quem tem dívidas, a recomendação do especialista é primeiro focar em quitá-las para depois investir. Ele explica que o retorno de um investimento dificilmente será maior que os juros de um empréstimo ou financiamento, que costumam ser altos.

“O efeito dos juros compostos em dívidas pode ser perverso no longo prazo. Dívidas do cartão de crédito e cheque especial devem ser priorizadas no momento da quitação, já que costumam ter juros mais altos que outros empréstimos”.

João Bertelli, planejador financeiro e sócio da A7 Capital.

André Sandri, sócio da AVG Capital e fundador do EDUCA$ também reforça que, antes de qualquer coisa, se o trabalhador tem dívidas pendentes, deve considerar quitá-las. 

“Começar o ano sem pendências financeiras é revigorante e abre espaço para novos planos. E aqui vai uma dica: muitas vezes, renegociar dívidas pode garantir descontos incríveis. Plataformas como Serasa Limpa Nome oferecem reduções que podem chegar a 90%”, aponta Sandri. 

2 – Montar a reserva de emergência

Outra opção, segundo o sócio da AVG Capital, é aproveitar o recurso extra para iniciar ou incrementar sua reserva de emergência. “Nunca é tarde para começar (ou incrementar) uma reserva. Imprevistos acontecem e estar preparado é essencial. Se ainda não tem, considere iniciar essa reserva com parte do seu 13º”, aconselha.

3 – Fazer as compras de final de ano

Sandri também lembra que, com tantos gastos à vista e muitas tentações ao redor, é fundamental planejar bem o uso do dinheiro extra. O trabalhador pode fazer suas compras, desde que de maneira organizada.

“Em dezembro e janeiro, as despesas se acumulam: presentes, viagens, impostos e matrículas escolares, só para citar alguns. E é justamente nesse cenário que o 13º salário surge como um alívio”, aponta Sandri. 

Ele ressalta que é importante se programar para poder presentear e celebrar as festas. “Estabeleça um valor máximo para gastos festivos e presentes, evitando assim surpresas desagradáveis no cartão de crédito”, alerta o fundador da EDUCA$.

4 – Poupar para os gastos do início do próximo ano

Sandri aconselha que o trabalhador organize seus gastos, categorize suas despesas e veja onde é possível economizar. “Aproveite essa época de reflexão para planejar um 2024 mais saudável financeiramente”.

Outra dica do especialista é se preparar para as contas de janeiro. IPVA, IPTU e gastos escolares são certos e, com planejamento, não há surpresas.

Sandri acrescenta que, no fim das contas, a melhor maneira de aproveitar o 13º salário é entender primeiramente seus objetivos. 

“Independentemente de como escolher usar, lembre-se de fazê-lo com consciência e planejamento. Assim, você garante que este dinheiro extra trará benefícios reais para sua vida”, conclui Sandri. 

Por que investir o décimo terceiro salário?

Além das opções citadas, também é possível aplicar o recurso em aplicações financeiras. Investir a primeira parcela do 13º é boa opção, dizem os especialistas, contanto que as finanças já estejam organizadas.

Bertelli comenta que investir é um bom caminho se as dívidas estiverem sob controle e o trabalhador já possuir uma reserva de emergência. 

Segundo ele, o trabalhador tem a possibilidade de fazer seu dinheiro crescer no médio e longo prazo, permitindo que se proteja da inflação, aproveite o poder dos juros compostos e tenha mais capacidade de realizar objetivos financeiros no futuro. Lembrando que o investidor deve buscar investimentos compatíveis com seu perfil de risco e objetivos financeiros. 

Onde investir o 13º salário?

Bertelli aponta que a decisão depende do perfil de risco do investidor, seus objetivos financeiros e prazo em que pretende manter o recurso investido. 

“Na renda fixa, o investidor terá retornos mais seguros e previsíveis e pode aproveitar o momento atual, em que os juros ainda estão altos (Selic em 12,25% ao ano). Já a renda variável pode oferecer um potencial maior de retorno, com a contrapartida de maiores riscos e volatilidade”, afirma Bertelli.

Sandri reforça que investir a primeira parcela do 13º salário pode ser uma excelente estratégia para aumentar suas economias. De acordo com ele, para construir uma reserva de emergência, o Tesouro Selic é boa opção de baixo risco e que oferece liquidez, permitindo resgatar o dinheiro quando precisar.

“Para quem é mais conservador e está montando uma reserva de emergência, o ideal é a renda fixa. O Tesouro Direto que é uma escolha segura, oferecendo títulos como o Tesouro Selic para liquidez ou Tesouro IPCA para proteção contra a inflação. CDBs (Certificados de Depósito Bancários), especialmente com rendimentos acima do CDI, também são boas opções para diversificar”, aponta Sandri.

Para o sócio da AVG Capital, na renda variável, é possível considerar fundos de investimento, especialmente fundos de índice (ETFs), que oferecem diversificação e são uma forma prática de investir na bolsa de valores. 

“Para quem tem um perfil mais arrojado, ações de empresas com bom histórico de dividendos ou crescimento podem ser interessantes, mas é essencial uma pesquisa cuidadosa antes”.

André Sandri, sócio da AVG Capital e fundador do EDUCA$.

Sandri reforça que cada opção tem seus próprios riscos e benefícios e, por isso, é importante que o investidor avalie objetivos e horizonte de investimento antes de tomar uma decisão.

*Este conteúdo é de cunho jornalístico e não representa recomendação de quaisquer investimentos. Antes de investir, consulte um profissional.*

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Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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