O dólar encerrou a quinta-feira (29) em queda, acompanhando a fraqueza internacional da moeda norte-americana após o chefe do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sinalizar que o banco central dos Estados Unidos ainda está longe de elevar os juros no país. O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, a B3, também fechou com recuo, de olho nos resultados de balanços divulgados até agora.
O dólar caiu 0,58%, a R$ 5,0792 após chegar a R$ 5,0417 na mínima do dia. O Ibovespa recuou 0,48%, aos 125.675 pontos. Veja a cotação do Ibovespa hoje.
O Fed manteve sua taxa básica de juros dos Estados Unidos perto de zero e deixou inalterado seu programa de compra de títulos, em decisão anunciada na quarta-feira (28). Com isso, o Fed segue sua política de estímulos, o que aumenta a quantidade de dólares no mercado e, portanto, motiva uma tendência de queda da moeda.
“Desde o início da pandemia, o mercado se tornou pesadamente dependente dos estímulos. Se não forem bem conduzidos, a redução ou o encerramento desses programas podem levar a um movimento drástico de correção de preços”, comentou a equipe da Levante em relatório.
“Não houve surpresa na decisão de juros por parte do FOMC ontem, porém o mercado estímulo-dependente pode ficar tranquilo quanto à continuidade do fluxo de liquidez”, disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
Ainda no cenário externo, o Departamento do Comércio dos EUA informou que o a economia do país cresceu a uma taxa anualizada de 6,5% no último trimestre.
Internamente, foi divulgado o resultado de julho do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que passou a subir 0,78% em julho, refletindo a aceleração da inflação tanto no atacado quanto no varejo.
Outro dado do dia é a criação de vagas formais de trabalho no Brasil, que acelerou em junho em relação ao mês anterior, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Destaques
A Vale (VALE3) encerrou em queda, mesmo após divulgar que registrou lucro líquido de US$ 7,5 bilhões no segundo trimestre de 2021, uma alta de 662% em relação ao mesmo período do ano passado. O mercado financeiro também repercutiu a divulgação de balanços pelas empresas Multiplan (MULT3), Gol (GOLL4), GPA (PCAR3) e Ambev (ABEV3). Veja os destaques da bolsa de valores.
Bolsas Mundiais
Wall Street
Os índices S&P 500 e Dow Jones tocaram máximas recordes nesta quinta-feira, com uma série de fortes balanços corporativos e dados que mostram aceleração no crescimento econômico dos Estados Unidos reforçando o otimismo em torno de uma recuperação estável pós-pandemia.
- O índice Dow Jones subiu 0,44%, a 35.084 pontos
- S&P 500 ganhou 0,42%, a 4.419 pontos
- O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,11%, a 14.778 pontos.
Europa
As ações europeias fecharam em máximas históricas nesta quinta-feira, após fortes balanços de importantes empresas do setor de commodities, da Airbus e de outras companhias, enquanto dados mostrando o sentimento econômico recorde da zona do euro em julho contribuíram para o clima positivo.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,88%, a 7.078,42 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,45%, a 15.640,47 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,37%, a 6.633,77 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,01%, a 25.516,46 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,60%, a 8.786,30 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,49%, a 5.119,48 pontos.
Ásia e Pacífico
A China intensificou as tentativas de acalmar os nervos dos investidores depois de fortes perdas nesta semana, dizendo a corretoras estrangeiras para não “interpretarem exageradamente” suas últimas ações regulatórias, o que abriu caminho para uma recuperação das ações nesta quinta-feira.
As ações da China tiveram seu melhor dia em dois meses nesta quinta-feira. Os ganhos aconteceram depois que o regulador de valores mobiliários teve na quarta-feira à noite reunião com executivos de grandes bancos globais de investimento com o objetivo de acalmar os mercados financeiros, disseram à Reuters pessoas familiarizadas com o assunto.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,73%, a 27.782 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 3,30%, a 26.315 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,49%, a 3.411 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,89%, a 4.850 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,18%, a 3.242 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 1,56%, a 17.402 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 1,24%, a 3.180 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,52%, a 7.417 pontos.
( * Com informações da Reuters)
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