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Análise

O dia começa tenso nas bolsas globais, entenda os motivos com o Morning Call

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.

Cenário global: o dia promete tensão nos mercados internacionais e no Brasil, os índices futuros das bolsas globais de Nova York sinalizam queda acentuada nesta quita-feira e o fundo de índice EWZ, que replica o Ibovespa, assim como as ADRs da Vale e Petrobras recuam mais de 2% no pré-mercado de NY. Os investidores recorrem para mais proteção no mercado de bônus, com seus preços subindo e taxas caindo. O rendimento do título norte-americano de 10 anos (T-note) recua para 1,25%, no menor nível desde fevereiro, lembrando que neste ano chegou aos 1,8%. O dólar se valoriza frente as principais moedas emergentes e pode continuar sua recuperação frente ao Real subindo acima dos R$ 5,20, o petróleo e o minério de ferro operam em queda. A pandemia ainda preocupa muito e o Japão decretará novo estado de emergência e torna mais provável a Olimpíadas sem plateia. 

O mercado externo também reflete expectativas de como os bancos centrais vão conduzir a sua política monetária daqui para frente e temem o pós-pandemia sem os estímulos atuais e como a economia vai se comportar em um ambiente de menor liquidez, seja em relação à recompra de títulos ou juros próximo de zero. Além disso, temos mais incertezas trazidas pela variante delta, o receio é de que se houver uma rápida disseminação dessa nova cepa do coronavírus, em ritmo mais rápido do que a vacinação global ou até mesmo as vacinas não se mostrarem eficaz, afetando a retomada da economia e saúde da população. 

Ásia: na China Continental, Xangai Composto fecha em queda de 0,79%, aos 3.525,50 pontos; Em Tóquio, índice Nikkei recuou 0,88%, para 28.118,03 pontos; Em Hong Kong, Hang Seng desvalorizou 2,89%, aos 27.153,13 pontos; em Seul, Kospi perdeu 0,99%, aos 3.252,68 pontos; Bolsas europeias operam em queda à espera da divulgação, pelo BCE, dos resultados da revisão de estratégia de política monetária (8h); Índice Stoxx 600 Europe opera em baixa de 1,40%, aos 453,08 pontos; Bolsa de Frankfurt cai 1,28%, Londres -1,53%, Paris -1,83% e Madri -2,41%; NY/Pré-mercado: futuro do Dow Jones recua 1,33%, do S&P 500 -1,33% e do Nasdaq -1,31%; Petróleo: Brent para setembro cai 0,79%, para US$ 72,85 o barril; WTI para agosto recua 0,97%, cotado a US$ 71,50 o barril; Ouro para agosto sobe 0,52%, para US$ 1.811,50 a onça-troy; Minério de ferro fecha em queda de 1,96% em Qingdao, cotado a US$ 218,04 a tonelada.

Brasil: aqui, a inflação oficial de junho (IPCA), às 9h, cria expectativas em torno da taxa Selic e as apostas na curva a termo de juros já são na maior parte de aumento no ritmo de aperto monetário, com 1% na próxima reunião do Copom em agosto. Este cenário se confirma a medida que observamos a facilidade em que o dólar saiu de R$ 4,95 para R$ 5,20 em pouco dias, com isso a curva de juros recompõe prêmios e o Ibovespa sente dificuldades em manter a sua tendência de alta ao se aproximar dos 130 mil pontos. A crise política escala a tensão com a nota do ministério da Defesa e dos comandantes das Forças Armadas, criticando o presidente da CPI, senador Omar Aziz, aumentando o barulho político e pode mudar o nível da crise, se os ânimos não acalmarem. Após indícios de que há um grupo de militares no ministério da Saúde envolvido no escândalo das vacinas, traz o risco de desencadear um embate institucional que já incomodava o mercado e amplia as incertezas do investidor.

Ibovespa acelerou ganhos durante o dia de ontem para acompanhar as bolsas de NY, após a divulgação da ata do Fed. O índice fechou próximo da máxima com alta de 1,54%, aos 127.018,71 ponto. O volume foi abaixo da média, em R$ 29 bilhões. Com Wall Street oscilando, a bolsa brasileira foi puxada por suas ações de mais peso, com bancos fazendo diferença, na expectativa de que sejam feitos ajustes na proposta de reforma tributária do governo. Petrobras também encontrou fôlego para seguir na contramão do petróleo, siderurgia e mineração se descolou do minério que fechou estável.

O IBOV segue em tendência de alta no longo prazo, porém sinais da correção foram dados e estão em andamento, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, atual resistência no gráfico e operar abaixo da média móvel curta (21 períodos). O investidor estrangeiro retirou R$ 834,26 milhões da B3 em 6 de julho, terça-feira, saiu com R$ 1,06 bilhão da B3 no acumulado de julho; no ano, saldo é positivo em R$ 46,95 bilhões. 

Indicadores:
IBGE: IPCA de junho (9h)
IBGE: INPC de junho (9h)
IBGE: Produção industrial mensal regional de maio (9h)
FGV: IPC-S de julho (8h)
CPI da Covid: Francieli Fantinato, ex-coordenadora do PNI, presta depoimento (9h)
BCE divulga resultados da revisão de estratégia de política monetária (8h)
EUA/Dpto Trabalho: Pedidos de auxílio-desemprego da semana até 2/7 (9h30)
EUA/DoE: Estoques de petróleo da semana até 2/7 (11h30)
China/NBS: CPI e PPI de junho (22h30)

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