Economia
Especialistas indicam os melhores investimentos em renda fixa para o fim de 2022
Cenário atual de juros no Brasil torna a modalidade mais atraente; veja opções.
A renda fixa é uma grande categoria de investimentos que aguça o apetite de investidores dos mais variados perfis em momentos de ciclo de alta de juros e de inflação. Nesse cenário, os ativos dessa carteira de aplicação podem apresentar taxas de rentabilidade bastante atraentes em contraponto à volatilidade e risco de perdas na bolsa de valores. Se a Selic sobe, as taxas oferecidas em títulos de renda fixa, de maneira geral, também sobem.
“É um mercado muito importante porque boa parte da capitação de recursos para os investimentos vem do mercado da renda fixa. Temos os títulos do Tesouro, os títulos corporativos, como debêntures, CRIs/CRAs e, também, os bancários. Cada um tem um papel na economia na captação de dinheiro”, explica a estrategista-chefe da Órama, Sandra Blanco.
A especialista ressalta que o atual patamar de dois dígitos da Selic proporciona juros reais altos para o investidor e transforma a renda fixa em uma “fatia relevante das carteiras dos investidores no Brasil”. “A renda fixa é um ativo que tem, historicamente, uma relação risco/retorno muito atraente. Por isso, ela é geralmente parte relevante das carteiras dos investidores.”
Rodrigo Azevedo, economista da GT Capital, ressalta que, “embora os prêmios tenham diminuído um pouco, o momento segue muito propício para locações de renda fixa”. “Momento atual permite alocações que garantam ao investidor um juro real bastante interessante”, diz. “Os investidores têm excelentes oportunidades neste momento para montagem de uma carteira estratégica para o que vem pela frente na economia do país.”
O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 13,75% ao ano e encerrou em setembro deste ano o ciclo de alta iniciado em janeiro de 2021. Referência para os demais juros da economia brasileira, a taxa básica deve permanecer neste patamar, segundo analistas, até meados de 2023, quando deve começar a recuar.
“Pensando nesse final de ciclo de aumento da taxa de juros, os títulos pré-fixados de prazo médio conseguem garantir para os próximos anos, pelo menos, o dobro dessa taxa de juros esperada. Ainda nos títulos indexados a inflação, houve um movimento recente de aumento no prêmio na parte prefixada, dado que a inflação tem apresentado redução nos últimos meses”, acrescenta Azevedo.
Henrique Castro, professor de finanças da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP), corrobora e alerta que, com a eventual queda das taxas de juros, as rentabilidades da renda fixa também ficarão menores. “Quando isso acontecer, provavelmente, as pessoas vão procurar melhores oportunidades na renda variável. Mas, por enquanto, ainda dá para aproveitar ótimos títulos, com rentabilidades bem grandes em renda fixa.”
Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, tem a mesma avaliação e afirma que este é o “melhor momento para investir em renda fixa nos últimos cinco anos”. “Há uma convergência de fatores que contribuem para o investidor obter excelentes taxas de retorno em títulos prefixados e de inflação. Há taxas de 16% em títulos de renda fixa prefixados, e de IPCA+9 em títulos atrelados à inflação, com retorno médio de 16% a 17% nos últimos 12 meses.”
Para 2023, diz Alves, há a expectativa de que o Copom inicie o processo de corte na Selic, o que “consequentemente vai afetar a curva de juros futura e deve reduzir a atratividade desses mesmos papéis”.
“É importante aproveitar essa janela de oportunidade, pois, assim como olhamos com ‘saudade’ da renda fixa de 2016, quando tivemos taxas elevadas, podemos ter o mesmo sentimento ano que vem, quando as boas taxas de agora sumirem do mercado”, complementa ao recordar a Selic em 14% ao ano entre outubro e novembro de 2016, no governo Michel Temer (MDB).
Os quatro especialistas ouvidos pelo InvestNews são unânimes sobre o bom momento para aplicar em renda fixa. Essa tendência também é captada pela B3, bolsa de valores brasileira, em seu relatório sobre a evolução dos investidores em renda fixa e variável, divulgado no final de agosto. Dados da pesquisa mostram crescimento de 17% no número de investidores em produtos de renda fixa entre dezembro de 2021 e junho de 2022: foram 11,9 milhões de CPFs, com movimentação de R$ 1,325 trilhão.
“O volume de pessoas entre renda fixa e variável varia muito, de fato, com as condições fiscais. Quando as taxas de juros caem bastante, a rentabilidade desses investimentos fica mais fraca (menor), e as pessoas vão em busca de maiores rentabilidades e costumam ir em direção à renda variável”, diz Henrique Castro ao recordar o período em que a Selic chegou a 2% ao ano em agosto de 2020.
“O volume de aplicação em renda variável costuma aumentar quando as taxas de juros estão mais baixas e as pessoas vêm buscar mais riscos para tentar encontrar mais retorno. Isso aconteceu bastante no começo da pandemia de covid-19. Inclusive antes da pandemia, já havia uma queda em taxa de juros e a quantidade de pessoas entrando na bolsa estava aumentando bastante. As pessoas preferiram correr mais risco na bolsa que ganhar 2% em renda fixa”, complementa.
Títulos de renda fixa são mais estáveis?
Os especialistas afirmam que, em geral, os títulos de renda fixa são mais estáveis, seguros e ideais para quem não tem nenhuma reserva de emergência. O investimento mais conhecidona categoria é a poupança. “Mas é um dos piores investimentos dentro dessa categoria”, pondera Henrique Castro, da FGV. “É um investimento de renda fixa, mas que geralmente não é muito atrativo para o investidor. As pessoas deveriam procurar coisas melhores.”
Rodrigo Azevedo, economista da GT Capital, afirma que, dentro da categoria de renda fixa, “os títulos de crédito privado têm oferecido um prêmio muito interessante para os investidores”. “Temos visto recentemente empresas com grau de um ritmo bastante interessante oferecendo prêmios acima da média de mercado. Essa tem sido já nesse segundo semestre uma ótima alternativa de locação para os investidores de renda fixa.”
Alguns ativos de renda fixa têm a remuneração definida no ato da aplicação do investimento a partir de um percentual mensal, chamadas de prefixadas. Também podem ser atrelados a um índice, como taxa Selic, CDI (taxa DI), inflação (IPCA) – na modalidade pós-fixada ou híbrida – ou Taxa Referencial (TR).
Entre as principais vantagens de se investir em renda fixa, segundo os especialistas, estão: rentabilidade, facilidade de aquisição do ativo, segurança, acessibilidade, diversificação, liquidez diária (em alguns títulos) e a isenção de impostos em algumas aplicações. Já as desvantagens estão na carência (se resgatar antes do prazo, o investidor deverá pagar multas e perderá parte dos rendimentos) e custos, como pagamento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Imposto de Renda (IR), taxa de administração e taxa de custódia sobre os rendimentos.
Como vai funcionar a marcação a mercado da renda fixa?
A estrategista-chefe da Órama, Sandra Blanco, tem uma observação mais particular dessa expansão da renda fixa. Ela ressalta que o mercado “vem se desenvolvendo mais nos últimos anos, inclusive com o investidor pessoa física tendo acesso a títulos do Tesouro diretamente, antes só possível via fundos”.
“Tesouro Direto é um produto mais novo. O investidor só tinha acesso ao CDB. Com o desenvolvimento desse mercado e com a necessidade de capital privado, as opções e os números de alternativas aumentaram devido à taxa dessa relação risco/retorno, que o investidor se sente atraído”, afirma Blanco ao destacar que o investidor brasileiro estava mais acostumado com os pós-fixados, “embora também tenham ganhado mais força com novas classes mais acessíveis ao investidor direto, antes mais restrito ao investidor institucional, aos gestores de fundos”.
Sandra Blanco ressalta que o investidor ainda está aprendendo a investir neste mercado, porque a renda fixa não é só ganhar sempre. “Em alguns momentos há perdas. É importante o investidor conhecer bem as características do produto para não realizar prejuízo e deixar dinheiro na mesa, porque na renda fixa ele vai ter o retorno, mas vai ter que esperar o prazo para essa recuperação acontecer.”
“Há momentos de volatilidade”, completa a estrategista-chefe da Órama ao citar as perdas do Tesouro IPCA+ com vencimento em 2045 e em 2035, e a marcação a mercado dos títulos de renda fixa, que ficará mais evidente a partir do ano que vem, quando os investidores terão mais clareza de que os ativos de renda fixa também estão sujeitos a variações, como as ações na bolsa.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) determinou que a partir de 2 de janeiro de 2023, as “instituições financeiras que seguem o Código de Distribuição deverão disponibilizar aos clientes os valores de referência dos títulos públicos e privados que eles possuem”.
“Os números deverão constar nos extratos das contas, aplicativos, em áreas logadas, entre outros locais. As regras valem para títulos públicos federais (exceto Tesouro Direto), debêntures, CRIs e CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio, respectivamente) investidos diretamente pelos clientes”, diz nota da associação.
Tal qual os fundos de investimento e as carteiras administradas, o investidor poderá acompanhar diariamente o valor desses ativos, ampliando a transparência com a padronização dessa categoria. A Anbima já divulga os preços diários desses papéis, que podem ser usados pelas casas para atualizar informações e cumprir norma.
Eleições podem impactar o investimento?
No que diz respeito a risco de crédito, as eleições não devem trazer nenhum tipo de problema adicional ao investidor”, avalia Rodrigo Azevedo, da GT Capital. “O investidor deve ficar atento, sim, é no formato de alocação. Dependendo de quem for vitorioso, pode ter um novo regime fiscal a partir de 2023 e uma nova equipe econômica direcionando a economia. Isso pode impactar, sim, diretamente nos principais índices que acompanham a renda fixa.”
Quais os custos e como investir em renda fixa?
Especialistas afirmam que vai depender de qual produto dentro da renda fixa o investidor deseja aplicar. No geral, o investidor deve estar com CPF regularizado, ter conta corrente ou poupança em qualquer banco ou ter conta ativa em uma corretora ou banco de investimentos regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Caso tenha conta ativa em corretora ou banco de investimentos, o investidor terá dois tipos de custos de operação: a cobrada pela instituição financeira (taxa de administração) e outra pela B3 (taxa de custódia). A primeira é o pagamento de uma quantia para instituição financeira escolhida pelo investidor para operar seus investimentos – há algumas que não cobram. No site do Tesouro Direto, o investidor pode conferir o ranking com as taxas cobradas em cada instituição.
A segunda é a taxa de custódia de 0,2% ao ano sobre o total investido, cobrada pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) no primeiro dia útil do ano e no primeiro dia útil de julho. Ligada à B3, a companhia é responsável por custodiar, liquidar e garantir a operação das transações na bolsa de valores.
O que determina a rentabilidade da renda fixa?
Os especialistas ouvidos pelo InvestNews alertam que a oscilação da taxa de juros, da inflação e do câmbio podem afetar a rentabilidade do investimento. Para a estrategista-chefe da Órama, Sandra Blanco, o que determina a rentabilidade da renda fixa é a inflação.
“A expectativa da inflação, o juro real – quanto o Brasil tem que pagar para atrair investidor – e o prêmio pelo risco – que pode ser o de crédito ou pelo tempo. Assim é composto o retorno nominal dos títulos de renda fixa. Quando você pega o atrelado à inflação, a parte da inflação não está embutida. Ela varia independentemente. É como se tivesse 2 componentes, a inflação e um componente ali pré, composto pelo juro real mais o prêmio pelo risco.”
Henrique Castro, professor de finanças da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP), destaca a questão da oferta e da demanda na determinação da rentabilidade. “Basicamente condições de mercado. Questões de oferta e demanda, se tiver muita gente procurando os papéis de uma determinada empresa, por exemplo, ela pode captar no mercado valores mais baixos, pagando remunerações menores.”
Alguns ativos de renda fixa têm a remuneração definida no ato da aplicação do investimento a partir de um percentual mensal, chamadas de prefixadas. Também podem ser atrelados a um índice, como taxa Selic, CDI (taxa DI), inflação (IPCA) – na modalidade pós-fixada ou híbrida – ou Taxa Referencial (TR).
Os títulos de renda fixa são classificados em prefixado, pós-fixado ou híbrido. A rentabilidade definida no ato da aplicação do investimento a partir de um percentual mensal é conhecida como prefixada. É recomendada para o investidor que aposta na queda da taxa de juros no futuro.
Na modalidade pós-fixada ou híbrida, os ativos são atrelados a um indexador, como taxa Selic, CDI (taxa DI), inflação (IPCA). A vantagem dessa aplicação é a garantia do poder de compra, pois o investidor sempre busca ganho real (acima da inflação).
A rentabilidade é proporcional ao valor e ao tempo do investimento – quanto maior for a aplicação e o tempo, maior será a remuneração. O mais comum é calcular a partir de um percentual do CDI. A taxa de juros cobrada é chamada de CDI ou taxa DI, calculada diariamente a partir das taxas médias dos empréstimos pela Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privado (Cetip), operada pela B3. Já no híbrido, o investidor combina parte prefixada e outra pós-fixada –normalmente atrelada ao IPCA ou ao Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M).
A Taxa Referencial (TR) é aplicada à poupança. Quando a Selic estiver acima de 8,5%, a remuneração é de 0,5% ao mês mais a variação da TR para depósitos efetuados a partir de 4 de maio de 2012. Se a taxa básica for igual ou menor a 8,5%, ela será equivalente a 70% da Selic. Depósitos anteriores a 4 de maio de 2012 mantêm a rentabilidade de 0,5% ao mês mais a variação da TR.
Confira uma simulação da rentabilidade em alguns títulos de renda fixa:
Quais os principais investimentos de renda fixa?
Há várias aplicações na carteira de renda fixa conforme a rentabilidade, o risco, o objetivo e o emissor do título para investimento. “Em termos de rentabilidade, o que a gente tem visto são CDBs oferecendo taxas superiores à poupança e ao Tesouro Direto. E mesmo aquele investidor que acaba se prendendo muito a questão da segurança dentro do CDB, a gente segue tendo garantia do FGC limitada até R$ 250 mil por CPF”, diz Rodrigo Azevedo, da GT Capital.
“O investidor sempre tem que ter a renda fixa na carteira. Quem tiver a oportunidade de alocar em prefixado, agora é um bom momento, mas tem a questão do prazo, da volatilidade que são características desses títulos. Mas a gente vê como boa, com excelentes oportunidades na renda fixa pré. E nos atrelados à inflação também há boas oportunidades, porque a gente ainda está vendo no mercado taxas muito interessantes. Os do Tesouro IPCA +5 é um excelente ganho real”, afirma Sandra Blanco, estrategista-chefe da Órama, ao ressaltar que a aplicação em renda fixa deve ser constante, mesmo em momentos de Selic baixa. “É necessário ter um percentual mínimo em renda fixa, porque é onde terá a sua reserva de emergência.”
Entre os principais investimentos de renda fixa destacam-se:
Poupança
Modalidade de aplicação muito popular, mas com baixo retorno em comparação a outros investimentos de renda fixa, como CDB. O risco é o de a instituição financeira decretar falência. Contudo, o investidor tem a proteção do FGC até limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira. Os rendimentos são isentos de IR e não há cobrança de taxas.
CDB
É um título privado emitido por uma instituição financeira para captar dinheiro. Há vários tipos de CDBs, com diferentes prazos de vencimento, de valores de aplicação mínima, de garantias e de taxas em função da instituição que faz a emissão e do perfil de relacionamento que o cliente tem com esse banco.
Ao adquirir um CDB, o investidor recebe em troca o pagamento de juros acordado no ato da compra e corre risco de crédito. É uma aplicação considerada mais segura e de baixo risco, porque tem a proteção do FGC até limite de R$ 250 mil por instituição e R$ 1 milhão por CPF.
Nessa modalidade, o investidor deve observar a solidez do banco emissor (risco de liquidez) para evitar perdas na hora do resgate do investimento ou até levar um calote da instituição financeira, a taxa paga e o prazo do título, que varia entre 30 dias e 5 anos. Há cobrança de IOF para resgate inferior a um mês.
Tanto pessoas físicas quanto jurídicas podem comprar CDBs. É indicada para todos os perfis, mas em especial para o perfil conservador, pois casa segurança e boa rentabilidade. O mais comum é atrelar o título a um percentual do CDI, com lastro em operações entre instituições bancárias.
O CDB segue a tributação regressiva do IR. Quanto menor o tempo, maior a alíquota a ser paga pelo investidor: 22,5% (até seis meses), 20% (de seis meses a um ano), 17,5% (de um ano a dois anos) e de 15% (acima de dois anos).
O CDB com liquidez diária é alternativa a quem quer investir com a possibilidade de resgatar a aplicação a qualquer momento. Na transação, o investidor recebe os juros proporcionais ao período em que o dinheiro ficou aplicado, sem penalidades. O investidor recebe o dinheiro no prazo de um dia útil. Entre as opções de CDBs, a modalidade pós-fixada é uma das mais usadas nos CDBs de liquidez diária.
Tesouro Direto
É a plataforma em que estão disponíveis títulos emitidos pelo governo federal, por meio do Tesouro Nacional. Quando compra um título público, o investidor faz um empréstimo ao governo, pelo qual vai receber um rendimento no futuro –uma taxa de juros, que pode ser fixada no ato da compra (prefixado) ou depois (pós-fixado).
No caso do pós-fixado, o valor investido é corrigido por um indexador, que pode ser a Selic ou o IPCA. Uma das vantagens do Tesouro Direto é o baixo investimento inicial, a partir de apenas R$ 30.
Os preços de compra e venda dos títulos públicos estão disponíveis na Tabela de Preços e Taxas dos Títulos, no site do Tesouro Nacional, e podem ser alterados a qualquer momento pela instituição. Confira ativos dessa modalidade:
É considerado a aplicação mais segura e conservadora que existe. Além das taxas de operação, os títulos do Tesouro Direto sofrem tributação sobre os rendimentos: IOF em operações inferiores a 30 dias e IR. Os títulos do Tesouro possuem liquidez de D + 1, ou seja, o dinheiro só estará disponível no dia seguinte. Confira simulação de investimentos nesses ativos:
Títulos | Vencimento | Últ. 30 dias | Mês anterior | No ano | 12 meses | Compra | Venda | Posição em |
Tesouro Prefixado | 01/01/2023 | 1,09 | 1,18 | 7,82 | 7,88 | – | 13,85 | 21/09/2022 |
Tesouro Prefixado | 01/07/2024 | 0,58 | 1,9 | 4,81 | 6,12 | – | 12,62 | 21/09/2022 |
Tesouro Prefixado | 01/01/2025 | 0,81 | 2,46 | 4,8 | 6,61 | 11,9 | 12,02 | 21/09/2022 |
Tesouro Prefixado | 01/01/2026 | 0,77 | 3,23 | 3,59 | 6,43 | – | 11,85 | 21/09/2022 |
Tesouro Prefixado | 01/01/2029 | 0,98 | 5,4 | – | – | 11,75 | 11,87 | 21/09/2022 |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais | 01/01/2023 | 1,09 | 1,18 | 7,93 | 8,12 | – | 13,86 | 21/09/2022 |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais | 01/01/2025 | 0,64 | 2,23 | 5,06 | 6,82 | – | 12,14 | 21/09/2022 |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais | 01/01/2027 | 0,56 | 3,42 | 3,86 | 7,01 | – | 11,86 | 21/09/2022 |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais | 01/01/2029 | 0,69 | 4,23 | 2,56 | 6,84 | – | 11,94 | 21/09/2022 |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais | 01/01/2031 | 0,89 | 4,84 | 1,64 | 7,29 | – | 11,98 | 21/09/2022 |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais | 01/01/2033 | 0,94 | 5,14 | – | – | 11,91 | 12,03 | 21/09/2022 |
Tesouro Selic | 01/03/2023 | 1,12 | 1,18 | 8,6 | 10,78 | – | 0,01 | 21/09/2022 |
Tesouro Selic | 01/09/2024 | 1,18 | 1,2 | 8,76 | 11,09 | – | 0,04 | 21/09/2022 |
Tesouro Selic | 01/03/2025 | 1,17 | 1,19 | 8,82 | 11,19 | 0,06 | 0,07 | 21/09/2022 |
Tesouro Selic | 01/03/2027 | 1,13 | 1,12 | 9,08 | 11,53 | 0,17 | 0,18 | 21/09/2022 |
Tesouro IGPM+ com Juros Semestrais | 01/01/2031 | -1,19 | 0,62 | 6,94 | 7,04 | – | 5,81 | 21/09/2022 |
Tesouro IPCA+ | 15/08/2024 | -0,75 | -0,06 | 5,48 | 8,02 | – | 6,91 | 21/09/2022 |
Tesouro IPCA+ | 15/08/2026 | -0,58 | 0,11 | 5,65 | 8,58 | 5,66 | 5,78 | 21/09/2022 |
Tesouro IPCA+ | 15/05/2035 | -1,05 | 2,22 | 0,01 | 0,3 | 5,75 | 5,87 | 21/09/2022 |
Tesouro IPCA+ | 15/05/2045 | -1,98 | 3,96 | -6,4 | -9,19 | 5,75 | 5,87 | 21/09/2022 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais | 15/08/2024 | -0,71 | -0,03 | 5,81 | 8,33 | – | 6,94 | 21/09/2022 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais | 15/08/2026 | -0,54 | 0,1 | 5,94 | 8,78 | – | 5,85 | 21/09/2022 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais | 15/08/2030 | -0,54 | 0,92 | 4,38 | 7,04 | – | 5,77 | 21/09/2022 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais | 15/08/2032 | -0,73 | 1,17 | – | – | 5,73 | 5,85 | 21/09/2022 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais | 15/05/2035 | -0,79 | 1,49 | 2,44 | 4,01 | – | 5,87 | 21/09/2022 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais | 15/08/2040 | -1,03 | 2,12 | 2,37 | 2,68 | 5,75 | 5,87 | 21/09/2022 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais | 15/05/2045 | -0,92 | 1,82 | 2,24 | 0,94 | – | 5,93 | 21/09/2022 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais | 15/08/2050 | -1,04 | 2,09 | 1,68 | -0,24 | – | 5,93 | 21/09/2022 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais | 15/05/2055 | -1,1 | 2,38 | 0,83 | -0,49 | 5,81 | 5,93 | 21/09/2022 |
*Fonte: Tesouro Direto e Sandra Blanco, estrategista-chefe da Órama
LCI e LCA
São recomendadas para investidores com perfil conservador, moderado ou quem quer diversificar a carteira de investimentos. As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) são emitidas por bancos para alavancar recursos e financiar empreendimentos e atividades, dos setores imobiliário e agronegócio, respectivamente, e tem alienação fiduciária ou hipotecas como garantias.
Ao adquirir as letras, o investidor pessoa física empresta dinheiro a instituição bancária e, em troca, recebe a quantia investida com juros. A rentabilidade no vencimento do título pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida. Os títulos têm cobertura do FGC, limitado a R$ 250 mil por CPF por instituição.
Antes de alocar os recursos, o investidor deve verificar prazo de vencimento, valor mínimo, nível de liquidez e, se houver, período de carência. Entre os produtos de renda fixa, as letras têm rentabilidade melhor que a poupança, mas podem ter retorno inferior a um CDB, por exemplo, em que incide IR pela tabela regressiva.
Debêntures
Debêntures são títulos de crédito emitidos por empresas enquadradas como sociedades anônimas de capital aberto ou fechado (com ou sem ações na bolsa de valores) e negociados no mercado de capitais. Nessa modalidade, o investidor empresta dinheiro para uma empresa expandir seus negócios.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) afirma que há duas formas de emissões: nominativas (registros de investidores e as transferências de recursos são feitos pela própria companhia emissora) ou escriturais (mantidas sob a custódia de uma instituição financeira autorizada pela CVM).
As debêntures são classificadas em: conversíveis (mesclam características de renda fixa e variável), simples (investimento não prevê a conversão em ações), incentivadas (capta recursos para projetos específicos com isenção de IR sobre o rendimento), comuns (incide IR pela tabela regressiva), permutáveis (podem ser trocados por ações, mas os papéis não são da companhia que fazem a emissão do título), perpétuas (não há prazo exato de vencimento) e participativas (rendimento é pago pelo resultado da companhia).
Para adquirir debêntures, é necessário ter conta em alguma instituição financeira que permite a negociação destes títulos, como bancos e corretoras. Entre os principais riscos está o de crédito, pois a debênture representa uma dívida que a empresa emitiu, e o de liquidez.
Desde o início da aplicação, o investidor já sabe os juros e o tempo em que o dinheiro estará investido. O prazo de vencimento pode variar de 2 a até 10 anos. A rentabilidade pode ser prefixada, pós-fixada e híbrida.
Letra de Câmbio
Semelhante ao CDB, a Letra de Câmbio é um título emitido por financeiras que representa uma ordem de pagamento. Considerado uma opção segura e com boa rentabilidade, é destinada a investidores com perfil moderado ou arrojado e é uma alternativa ao CDB, LCI e LCA. A rentabilidade no vencimento do título pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida. Os títulos têm cobertura do FGC, uma espécie de seguro caso o banco quebre, limitado a R$ 250 mil por CPF por instituição.
CRI/CRA
Isentos de IR, o Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são emitidos por instituições securitizadoras (empresas privadas) para financiar o setor imobiliário e agrícola, respectivamente, com taxas, riscos e fluxo de pagamentos definidos.
Títulos têm liquidez reduzida e prazos longos, que variam de 2 a 15 anos, e não possuem garantia do FGC. O investidor pode ter a rentabilidade comprometida caso a empresa emissora decrete falência ou não honre os compromissos financeiros. A remuneração pode ser prefixada, pós-fixada (há caos de remuneração de CDI mais spread, isto é, CDI mais uma taxa) ou híbrida.
São papéis acessíveis, com aplicação até inferior a R$ 1.000, mas há casos de ofertas restritas a investidores qualificados – pessoas físicas ou jurídicas com aplicações superiores a R$ 1 milhão, com comprovação de investidor junto à CVM.
FIDCs
Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) são opção de alta rentabilidade oferecida a investidores qualificados. É uma aplicação financeira em títulos de crédito criados a partir dos direitos de recebíveis de uma determinada empresa ou instituição. Para ser considerado um FIDC, o fundo deve ter ao menos 50% de seu patrimônio líquido alocado em direitos creditórios, como duplicatas, cheques e aluguéis. As dívidas são vendidas a terceiros pelas empresas e convertidas em títulos de investimento.
Os fundos têm um funcionamento bastante semelhante ao dos fundos tradicionais, ou seja, são investimentos de renda fixa, com taxa pré-definida no momento da contratação. A remuneração é o maior atrativo: chega a render o CDI e mais 3% ou 4% ao ano, mas o mais comum é atingir 130% a 150% do CDI.
Qual investimento rende mais de 1% ao mês?
A pedido do InvestNews, a estrategista-chefe da Órama, Sandra Blanco, simulou a relação da taxa anual de retorno de um título a partir dos dias úteis. Para o investidor avaliar uma aplicação com rendimento de mais de 1% ao mês, ele deve avaliar a taxa anual em relação aos dias úteis. Exemplo: Se a taxa for de 13%, o retorno será de 1,07% em 22 dias úteis. Veja abaixo:
Dias úteis | 12,00% | 12,50% | 13,00% | 13,75% |
19 | 0,86% | 0,89% | 0,93% | 0,98% |
20 | 0,90% | 0,94% | 0,97% | 1,03% |
21 | 0,95% | 0,99% | 1,02% | 1,08% |
22 | 0,99% | 1,03% | 1,07% | 1,13% |
23 | 1,04% | 1,08% | 1,12% | 1,18% |
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