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Finanças

Bolsa fecha em queda de 0,70% com risco fiscal e Wall Street; dólar sobe

Banco Central mantém Selic em 2% a.a apesar de inflação elevada

bolsa de valores

Dia esquisito para os mercados, o Ibovespa foi impactado pelo pessimismo em Wall Street e a desconfiança dos investidores sobre possíveis brechas na PEC Emergencial que permitiriam furar o teto de gastos. O índice da B3 fechou em queda de 0,70% aos 113.001 pontos nesta quarta-feira (9).

Em Nova York, as bolsas americanas fecharam em queda, com os investidores desanimados pela demora dos democratas e republicanos para fechar o pacote de estímulos econômicos. O líder republicano do Senado, Mitch McConnell criticou os democratas por ter rejeitado a proposta de US$ 916 bilhões feita pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

O índice S&P 500 fechou em queda de 0,84%, Dow Jones caiu 0,35%. E Nasdaq despencou 1,94%, pressionado pelas ações do Facebook.

A companhia recuou 1,93% após o início do processo das autoridades americanas, que também conta com participação da Comissão Federal de Comércio, órgão regulador da competição nos EUA. Segundo a peça judicial, a gigante do Vale do Silício agiu de “maneira predatória” ao comprar concorrentes menores, entre eles Facebook e WhatsApp.

No Brasil, ruídos políticos voltam a pressionar o Ibovespa, especialmente com os investidores de olho na PEC Emergencial de Márcio Bittar e o teto de gastos.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia foi ‘curto e grosso’ e afirmou que o orçamento de guerra não será prorrogado. Ele frisou que o governo precisa organizar os planos para 2020, dentro da responsabilidade fiscal. “Sem PEC Emergencial, certamente o governo voltará no segundo semestre com a maldita CPMF”, criticou.

O Banco Central manteve nesta quarta-feira a Selic na mínima histórica de 2% ao ano, na terceira vez consecutiva que optou por deixá-la no mesmo nível, e destacou que, em função do quadro inflacionário, as condições para seu compromisso de não elevar os juros básicos podem em breve não estar mais satisfeitas.

Desde a adoção do fordward guidance, observou-se uma reversão da tendência de queda das expectativas de inflação em relação às metas para o horizonte relevante. Além disso, ao longo dos próximos meses, o ano-calendário de 2021 perderá relevância em detrimento ao de 2022, que está com projeções e expectativas de inflação em torno da meta“, disse o BC, no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom).

O dólar conseguiu se fortalecer frente ao real. O dólar comercial fechou em alta de 0,87%, cotado a R$ 5,172. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,1977.

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Destaques da Bolsa

Entre os destaques positivos do dia subiram: Telefônica Brasil (VIVT3) com alta de 2,23%, seguida dos shoppings Iguatemi (IGTA3) e Multiplan (MULT3) que valorizaram 2,11% e 1,43%, respectivamente.

No lado oposto do Ibovespa recuaram: Lojas Americanas (LAME4) com queda de 4,32%, CCR (CCRO3) com baixa de 4,29% e Usiminas (USIM5) que caiu 4,19%.

Murilo Breder, analista da Easynvest, aponta que foi um dia de sentidos contrários para as commodities. Petrobras (PETR4) subiu 1,05% acompanhando a alta nos preços do petróleo internacional. Enquanto Vale (VALE3) fechou em queda de 0,24%. “A companhia foi impactada pelas negociações sobre Brumadinho que ainda não terminaram”, explica.

Ainda no mercado corporativo, as ações da Intermética (GNDI3) fecharam em alta de 0,47% após a notícia da aquisição do hospital Lifecenter, em Belo Horizonte (MG), por R$ 240 milhões.

Fora do Ibovespa, a Taurus (TASA4) despencou 9,70%. O governo zerou o imposto na importação de revólveres e pistolas, o que passa a vigorar a partir de 2021.

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Bolsas americanas

Os mercados acionários dos Estados Unidos encerraram em queda nesta quarta-feira, afastando-se de níveis recordes, já que investidores ficaram desanimados quanto à evolução de negociações sobre estímulo econômico, enquanto uma queda nas ações do Facebook impôs uma pressão adicional.

Investidores estão apostando em um há muito aguardado pacote de auxílio econômico para ajudar a sustentar uma economia abalada pela pandemia de Covid-19 e lockdowns relacionados, os quais levaram a milhões de demissões e sobrecarregaram o sistema de saúde.

O líder da maioria no Senado dos EUA, Mitch McConnell, disse que parlamentares ainda estão procurando um caminho para um acordo em torno de um alívio à Covid-19, enquanto a Câmara dos Deputados do país prepara-se para votar um projeto de lei de financiamento de uma semana para fornecer mais tempo para um acordo.

“Estamos em um cabo de guerra significativo entre as notícias sobre as vacinas e as notícias sobre o vírus, e as notícias sobre as vacinas têm ganhado”, disse Art Hogan, estrategista-chefe de mercado da National Securities em Nova York.

Mas, com os valuations no geral agora em níveis extremamente altos, alguns investidores temem que as ações possam ficar mais vulneráveis a qualquer notícia ruim, como contratempos inesperados no lançamento de vacinas contra o coronavírus ou atrasos no estímulo.

As ações do Facebook aprofundaram a queda no final da sessão, depois que a Comissão Federal de Comércio dos EUA e quase todos os Estados do país processaram a empresa de mídia social nesta quarta-feira, dizendo que ela infringia a lei antitruste. A notícia pesou sobre outros nomes de megacaps, como Alphabet, o que derrubou o ETF NYSE FANG+.

O Dow Jones caiu 0,35%, para 30.068,81 pontos, o S&P 500 perdeu 0,79%, para 3.672,82 pontos. O Nasdaq Composite caiu 1,94%, para 12.338,95 pontos.

Bolsas na Europa

As bolsas da Europa fecharam em sua maioria no azul nesta quarta-feira (9), após reduzirem os ganhos perto do fim do pregão. Foram favoráveis à tomada de risco notícias de imunização contra a covid-19 no continente, bem como as negociações entre Reino Unido e União Europeia do acordo comercial para vigorar a partir de 2021, com a saída definitiva dos britânicos do bloco. Por outro lado, o avanço da covid-19 causou algum incômodo a investidores.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,32%, em 394,90 pontos.

No noticiário, o Brexit foi um dos principais focos. Na noite desta quarta, o premiê britânico, Boris Johnson, se reúne com o comando da UE em Bruxelas para tentar um acordo sobre questões pendentes, entre elas os acordos para comércio equânime, resolução de conflitos por arbitragem e pesca nos limites territoriais.

O índice Dax, da bolsa de Frankfurt, registrou a alta mais pronunciada no continente, de 0,47%, e fechou o dia em 13.340,26 pontos. Ele cresceu amparado pelas altas do setor petroquímico: E.On subiu 1,97% e a Basf, 2,63%.

Em Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 0,08%, aos 6.564,29 pontos. As altas mais pronunciadas foram registradas em ações do setor varejista como Kingfisher (+3,95%), DCC (+3,5%) e Ocado (+3.38%).

Na bolsa de Lisboa, o índice PSI 20 fechou o dia em alta de 0,32%, com 4.774,19 pontos.

Em Madrid, o Ibex 35 teve alta de 0,09%, aos 8.235,30 pontos.

Já na França, o índice CAC 40 fechou em baixa de 0,25%, nos 5.546,82 pontos. Puxaram o índice para baixo as ações de telefonia, como a Orange (-0,2%), e de componentes eletrônicos, como a STM (-11,8%). Ações das montadoras Renault e Peugeot tiveram as maiores altas, de 3,8% e 3,1% respectivamente.

Mesmo movimento de queda se observou na bolsa de Milão, onde o FTSE MIB fechou em baixa de 0,38%, aos 21.969,59 pontos.

*Com informações da Reuters e Agência Estado

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