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Finanças

Cresce número de pessoas físicas na B3; mulheres ingressam com valor maior

72% dos novatos investiram menos de R$ 500, segundo levantamento divulgado nesta segunda (21).

O número de pessoas físicas que investem em algum ativo da bolsa brasileira cresceu 35% no terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período de 2021. Já o valor aportado pela maioria dos novatos ficou abaixo de R$ 200, mais baixo que no passado, como mostra o levantamento mais recente da B3 sobre o pequeno investidor, divulgado nesta segunda-feira (21).

A bolsa brasileira possuía, no 3º trimestre, um total de 4,6 milhões de investidores, contra 3,3 milhões em igual trimestre do ano anterior. Somente entre o 2º e 3º trimestres desse ano, a B3 ganhou 200 mil investidores. O incremento de CPFs que investem aconteceu tanto na renda fixa quanto na renda variável.

A renda fixa foi a que mais ganhou investidores na comparação anual entre os trimestres, passando de 9,6 milhões para 12,6 milhões. Segundo a B3, o principal motivo foi o aumento da taxa de juros, que elevou o retorno dos papéis.

O Tesouro Direto negociado na B3, por exemplo, alcançou 2,1 milhões de CPFs, com alta de 25% em relação ao 3º trimestre de 2021.

Valor investido vem caindo

Os investidores novatos investiram valores historicamente mais baixos ao entrar na bolsa: 72% deles fizeram aportes abaixo de R$ 500. 31% fizeram seu primeiro investimento com valores de até R$ 40, enquanto apenas 10% dos iniciantes investiram mais de R$ 5 mil no período, segundo o levantamento da B3.

Para se ter uma ideia da queda no valor dos aportes pelos novatos, a mediana do primeiro investimento de pessoas físicas na B3 em julho de 2018 era superior a R$ 2,2 mil e chegou a passar de R$ 5 mil no segundo semestre de 2015. Em março deste ano, a mediana investida pelos iniciantes era de R$ 105.

Investimentos em outubro de 2022

Entre as classes de ativos, as ações possuíam o maior volume sob custódia investido por pessoas físicas, totalizando R$ 370 bilhões em outubro. Em seguida, apareciam os fundos imobiliários, com R$ 108 bilhões. O Tesouro Direto possuía R$ 97 bilhões na B3 no mesmo período, enquanto ETFs (fundos de índice) e BDRs (recibos de ações estrangeiras) tinham volume bem menor: R$ 8,3 bilhões e R$ 6,6 bilhões, respectivamente.

*Valores arredondados

Mulheres ingressam com valor maior

Segundo o levantamento da B3, as mulheres que acabaram de entrar na bolsa fizeram aportes maiores que os homens. Embora sejam minoria no total de investidores – representavam 25% no último trimestre –, elas investiram um valor mediano em renda variável de R$ 288 no último trimestre, contra R$ 98 dos homens.

Tanto a maioria dos homens quanto de mulheres que ingressaram na bolsa em setembro deste ano investiram até R$ 200 em seu primeiro aporte. Mesmo assim, as investidores apresentaram uma maior concentração nas faixas maiores de valor investido.

Investidor diversifica mais

O estudo mostrou que, em 2016, 21% dos investidores possuíam mais de cinco tickers (códigos de ações) em carteira. Hoje, esse percentual subiu para 37%. “Os investidores com mais de 5 tickers no portfólio são responsáveis por 73% do saldo em custódia das pessoas físicas na bolsa”, diz a B3.

Há seis anos, 75% das pessoas físicas na B3 investiam apenas em ações. Em 2022, esse percentual caiu para 33%. Outros 17% dos investidores investem tanto em ações quanto em fundos imobiliários e 14% dos investidores optaram por investir apenas em BDRs. O percentual de pessoas que investem apenas em fundos imobiliários é de 10%.

Valor investido em renda fixa dobra

Com a taxa de juros (Selic) de volta aos dois dígitos, os investidores dobraram o valor investido em renda fixa: houve um aumento de 48%, de R$ 985 bilhões, no 3º trimestre de 2021, para R$ 1,45 trilhão no final de setembro deste ano, segundo o estudo.

Na B3, os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) ainda são o produto de renda fixa com mais investidores: 9,3 milhões de pessoas físicas, com saldo de R$ 603,5 bilhões – um crescimento de 23% em relação ao final de 2021.

As LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), alternativa isenta de Imposto de Renda para o investidor que colocou ativos do agronegócio em seu portfólio, se destacaram e foram o título com maior crescimento relativo no número de investidores desde o fim do ano passado: uma alta de 86%, chegando a 1,3 milhão de pessoas, com saldo total na casa de R$ 315 bilhões.

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