O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou em alta nesta segunda-feira (26). O dólar ganhou força em relação ao real. Os investidores operam com cautela, tendo em vista o cenário internacional conturbado puxado por quedas de ações na China e Hong Kong.
O Ibovespa avançou 0,76%, aos 126.003 pontos apoiado principalmente no desempenho de ações de mineração e siderurgia. Veja a cotação do Ibovespa hoje. O dólar terminou a segunda-feira em queda de 0,71%, comercializado a R$ 5,1737.
As movimentações aconteceram depois do anúncio de Pequim na sexta-feira de novas regras que impedem tutoria para lucro, buscando aliviar a pressão financeira sobre as famílias. As mudanças também restringem o investimento estrangeiro no setor através de fusões e aquisições, entre outros.
O fim de semana também trouxe novas medidas regulatórias em nos setores de tecnologia e imobiliário, provocando vendas nesses setores na segunda-feira.
De olho nos juros
Além da queda da bolsa brasileira nos pregões anteriores, o dólar subiu no mundo nas últimas semanas em meio à aversão a risco por uma combinação de renovados temores sobre a covid-19 e dúvidas sobre como o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, lidaria com o quebra-cabeça formado por risco negativo à economia e de alta para a inflação.
A decisão do Fed é na quarta-feira, e posteriormente as atenções do mercado vão se voltar para o desfecho da decisão do do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic uma semana depois.
No fim da semana passada, os mercados de câmbio e de ações no Brasil sentiram o baque observado nos contratos de DI, que dispararam em meio a dúvidas sobre como o Banco Central reagirá a evidências de inflação persistentemente elevada, num momento em que outros mercados emergentes promovem fortes altas de juros tendo como pano de fundo incertezas sobre o Fed.
Nesta segunda-feira, o Boletim Focus mostrou elevação das projeções para a Selic e para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “Hoje o Boletim Focus trouxe a previsão do IPCA de 6,31% para 6,56%. O destaque é o aumento da estimativa para a Selic para 7% até o fim do ano. Esse movimento tem reprecificado a curva de juros no Brasil. Curvas de juros mais curtas subindo e longas caindo. Essa reprecificação de juros longos no país é positiva para a bolsa”, diz Jansen Costa, sócio da Fatorial Investimentos.
“Esse aumento dos juros futuros acaba por atrair o capital estrangeiro e pressionar o dólar para baixo”, complementa Lucas Schroeder, Diretor de Operações da Cambio Curitiba.
Greve dos caminhoneiros
Com início marcado para este domingo (25), o protesto dos caminhoneiros contra a alta do diesel não teve grande alcance, tranquilizando os mercados. Schroeder aponta que “a baixa adesão da greve dos caminhoneiros foi interpretada como sinal positivo pelos investidores, contribuindo para baixa volatilidade do dólar”.
Gustavo Taborda, assessor de investimentos na PHI Investimentos, afirma que a baixa adesão “deixou o mercado mais calmo com uma possível paralisação que, caso venha a ocorrer, não afetaria a economia de forma tão impactante quanto a de 2018”.
Destaques a bolsa
A Eletromídia (ELMD3) fechou em alta de 1,78%, depois que a empresa anunciou a compra de 74,65% das ações da Otima Concessionária de Exploração de Mobiliário Urbano por R$ 416 milhões. Essa é a primeira aquisição da empresa desde seu IPO. Já as ações da Agrogalaxy (AGXY3) cairam 22,55%, em dia de estreia na B3.Veja outros destaques da bolsa de valores.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os índices de ações dos Estados Unidos ficaram estáveis nesta segunda-feira, chegando a se afastar de máximas recordes, com empresas chinesas listadas nos EUA em queda por regulações mais rígidas na China continental, marcando um início ruim para uma semana repleta de balanços de tecnologia e que terá ainda a reunião de política monetária do Fed.
- O índice Dow Jones avançou 0,24%, a 34.144 pontos
- O S&P 500 ganhou 0,24%, a 4.422 pontos.
- O índice de tecnologia Nasdaq subiu 0,03%, a 14.840 pontos.
Europa
O mercado acionário europeu recuou de máximas recordes nesta segunda-feira, pressionado pelas perdas em ações da investidora em tecnologia holandesa Prosus devido a restrições regulatórias na China.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,03%, a 7.025 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,32%, a 15.618 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,15%, a 6.578 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,68%, a 25.296 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,67%, a 8.775 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,49%, a 5.100 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China e de Hong Kong caíram com força nesta segunda para o nível mais baixo do ano, influenciadas pelas preocupações de investidores com a regulação do governo nos setores de educação, imobiliário e tecnologia.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,04%, a 27.833 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 4,13%, a 26.192 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 2,34%, a 3.467 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 3,22%, a 4.925 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,91%, a 3.224 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,96%, a 17.403 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,57%, a 3.138 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 ficou estável, a 7.394 pontos.
(*Com informações de Reuters)
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