O Ibovespa, principal índice da B3, virou e encerrou o pregão desta terça-feira (31) em queda em meio à desvalorização dos papéis de companhias ligadas ao segmento de commodities. O dólar também caiu com os investidores ainda refletindo posicionamento paciente do Federal Reserve (Fed) e sinais de alívio no ambiente fiscal doméstico. A volatilidade também foi ocasionada pela formação da Ptax (taxa de câmbio calculada mensalmente pelo Banco Central).
O Ibovespa recuou 0,80%, aos 118.781 pontos, após chegar a máxima de 120.157 pontos no dia. No acumulado do mês de agosto, a variação negativa ficou em 2,48%. Já o dólar caiu 0,37% nesta terça-feira, comercializado a R$ 5,1697, após oscilar entre R$ 5,1163 e R$ 5,1973. No mês a queda chegou a 2,48%.
O mercado segue repercutindo o discurso feito na semana passada por Jerome Powell, chefe do Fed, banco central dos Estados Unidos. Amoeda norte-americana tem perdido terreno globalmente desde essa sinalização de Powell, na sexta-feira passada.
“Powell deixou claro que o Fed vai esperar a economia atingir o pleno emprego antes de elevar os juros no país, o que aliviou expectativas de aumento antes do esperado”, explicou João Vítor Freitas, analista da Toro Investimentos.
Os investidores ficarão atentos agora à divulgação no final da semana de dados sobre a criação de emprego fora do setor agrícola dos EUA, que podem fornecer pistas sobre os próximos passos de política monetária do país.
Além do fator Fed, Freitas associou parte da desvalorização do dólar frente ao real a dados de desemprego domésticos melhores do que o esperado e sinais recentes de alívio na saúde fiscal do Brasil.
O Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) informou mais cedo que a taxa de desemprego chegou a 14,1% no trimestre até junho, de 14,6% nos três meses até maio. A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 14,4% no período.
Já o Banco Central informou que os gastos do setor público consolidado com juros saltaram a R$ 45,119 bilhões, frente a R$ 5,838 bilhões no mesmo mês do ano passado, num reflexo do peso para as contas do governo de variáveis como inflação e Selic mais altas.
Destaques da bolsa
As ações da SulAmérica (SULA11) estavam entre as altas do dia após a empresa de seguros apresentar proposta para a aquisição do Grupo HB Saúde. Na outra ponta, as empresas de commodities CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Vale (VALE3) se destacavam entre as perdas. Veja outros destaques da bolsa.
Bolsas mundiais
Wall Street
Perdas nas ações de tecnologia pesavam sobre Wall Street nesta terça-feira, mesmo com os principais índices em curso de registrarem mais um ganho mensal.
- O Dow Jones Industrial Average fechou em queda de 0,11% aos 35.360 pontos.
- O S&P 500 caiu 0,13%, a 4.522 pontos.
- O Nasdaq Composite cedeu 0,04%, a 15.259 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações blue-chips da China caíram nesta terça-feira após dados mostrarem que o setor de serviços da segunda maior economia do mundo caiu em contração, enquanto analistas observaram que o controle de Pequim sobre os jogos online afetaria o crescimento a longo prazo do indústria.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,08%, a 28.089 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,33%, a 25.878 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,45%, a 3.543 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,16%, a 4.805 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 1,75%, a 3.199 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,54%, a 17.490 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,52%, a 3.055 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,41%, a 7.534 pontos.
(*Com informações de Reuters)
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