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Finanças

Nome sujo: veja como consultar o CPF e suas dívidas nos 4 birôs de crédito

Serasa, Boa Vista e Quod oferecem consulta gratuita e de forma online para limpar o nome; saiba como fazer.

Segundo dados da Serasa Experian, mais de 62 milhões de brasileiros estão com o nome sujo. Para se ter uma ideia da quantidade de pessoas com as dívidas em atraso, este número seria capaz de lotar o Maracanã, maior estádio brasileiro em capacidade, mais de 150 vezes. Pior: muitos deles nem sabem que estão negativados. Pensando nisso, o InvestNews montou um guia para te ajudar a consultar seu CPF nos principais birôs de crédito do país.

A pesquisa Gatilhos do Endividamento, feita pelo birô de crédito, aponta que entre os principais motivos que levaram os brasileiros à inadimplência estão:

  • desemprego (40%)
  • falta de organização financeira (17%)
  • compras do dia a dia (11%)
  • empréstimo do nome (10%)
  • atraso no salário (6%)

Segundo a Serasa, existe ainda outro culpado pelo endividamento, mas este está relacionado à economia comportamental: é o Efeito Avestruz. Sabe quando as pessoas tentam fugir de situações desconfortáveis e preferem não encarar a realidade? Não olhar para as próprias dívidas faz parte deste comportamento, mas é importante conhecer a situação econômica real para procurar uma saída.

Se você está nesse grupo dos “avestruzes” fique atento ao guia detalhado sobre como conferir se seu nome está sujo nos principais birôs de crédito: Serasa, SPC, Boa Vista e Quod. Este passo a passo é fundamental antes de limpar seu nome. Veja a seguir:

Nome sujo no Serasa, Boa Vista e Quod

Birôs de crédito são as empresas que registram o histórico de pagamento positivo e negativo de uma pessoa. Eles acabam funcionando como grandes bancos de pagamentos e consultas de empresas na hora de fornecer crédito. Por exemplo, se você solicitar um empréstimo, um cartão de crédito, crediário ou financiamento, seu nome será consultado nestes birôs.

Neles, será possível saber se você tem dívidas, assim como seus bons hábitos de pagamento por meio do Cadastro Positivo, por exemplo, se você paga suas contas em dia.

No Brasil, Serasa Experian, Boa Vista, SPC e Quod acessam dados dos consumidores de fonte públicas, mas também de empresas. Por este motivo, é possível que seu nome esteja sujo em um birô e não em outro.

Destes quatro, é possível consultar de forma gratuita a situação do seu nome no Serasa, Boa Vista e Quod, por meio do site ou aplicativo. A Serasa Experian permite a consulta por meio do site da empresa ou no aplicativo da Serasa disponível na Apple Store e no Google Play.

Veja se você tem nome sujo no Serasa

Nome sujo no serasa

Veja se você tem nome sujo no Boa Vista

No birô Boa Vista SCPC, o processo é semelhante e também é possível consultar se você tem dívidas por meio do site do birô. O aplicativo também está disponível no Google Play e Apple Store com o nome Boa Vista Consumidor Positivo.

nome sujo no boa vista spc

Veja se você tem nome sujo no Quod

Já no Quod, a consulta do seu nome é feita por meio da plataforma de proteção ao crédito controlCred. O birô ainda oferece a opção de verificar seu histórico de crédito detalhado e seu score por meio do site do Quod.

nova sujo no quod

Veja se você tem nome sujo no SPC

De todos os principais birôs de crédito, o único que não permite consulta gratuita é o SPC Brasil. Para verificar a situação do seu nome e se você tem dívidas negativas ou protestos, é possível fazer a consulta a partir de R$ 16,90.

Você receberá um registro de inadimplência no SPC Brasil e no Serasa, se existem títulos protestados no seu nome no cartório, informações do Poder Judiciário, crédito concedido no seu CPF, registro de cheque lojista, consultas realizadas em seu CPF dos últimos 6 meses, entre outros dados. É preciso acessar o site do birô e escolher a opção Consulta de CPF SPC e Serasa

nome sujo no spc

Principais mitos sobre o nome sujo

Além de encarar a real situação da sua vida financeira, a educadora financeira e assessora de investimentos Luciana Ikedo alerta para três mitos que existem em relação ao nome sujo. São eles:

  • Dívidas não combinam com reserva de emergência: muitas pessoas acreditam que por ter o nome sujo não podem criar uma reserva de emergência até zerar as dívidas. Luciana alerta da importância de criar uma reserva (3 a 6 vezes seu custo de vida mensal) antes de limpar o próprio nome. Ter uma reserva é muito importante para utilizar parte dos recursos para resolver o nome sujo e também evitar se endividar novamente.
  • A dívida é impossível de resolver: lembra do “Efeito Avestruz”? Muitos brasileiros acreditam que a dívida é tão grande que nunca conseguirão quitar e vão deixando para lá, sem saber que os juros vão se acumulando, gerando uma bola de neve e deixando a dívida ainda maior. Quando percebem, o valor é realmente muito elevado. Luciana aconselha encarar suas dívidas e usufruir de campanhas feitas por instituições financeiras e birôs para pagar com desconto. A mais conhecida é o Feirão Limpa Nome do Serasa que ocorre todo ano nos meses de março e novembro.
  • Emprestar o nome não faz mal: uma das principais causas do endividamento é emprestar seu nome para amigos, familiares, cônjuges entre outros. A educadora financeira esclarece que o nome não pode ser emprestado, nem quando a pessoa se encontra em situação financeira confortável ou super endividada. “Se uma pessoa teve dificuldade de honrar os compromissos e comprometer o próprio nome, as chances dela se enrolar com obrigações assumidas por outra pessoa são maiores”, explica Luciana. Ela também aconselha aos endividados a não pedir o nome emprestado para os outros “assuma a sua situação, pare de gastar e crie uma reserva de emergência”, aponta.

Como sair do endividamento?

Para quem procura limpar o nome, Luciana aconselha consultar os programas para liquidar dívidas, que estão no ar desde o começo da pandemia. Um deles é o Serasa Limpa Nome, mas também é possível encontrar alternativas por outros birô de créditos ou na própria empresa para a qual está devendo, que pode ficar mais aberta a negociações por causa da crise. Nestes programas, é possível ter a chance de negociar a dívida com desconto e parcelamentos.

Outro ponto que deve ser observado é a criação de uma reserva de emergência para que a pessoa não volte a se endividar. O principal motivo da inadimplência é a falta de uma reserva, porque quando ocorre algo inesperado as pessoas acabam tomando crédito/empréstimo com juros elevados ou parcelando as compras.

Segundo especialistas, a reserva de emergência sempre deve estar investida em aplicações de liquidez diária e baixa volatilidade.

Para este propósito, apenas três ativos são úteis, de acordo com Marília Fontes, sócio-fundadora da Nord Research:

  • Tesouro Selic (emitido pelo governo e que é atrelado à taxa Selic)
  • CDB de liquidez diária (com rendimentos de 100% do CDI ou superiores), de preferência dos cinco maiores bancos (Santander, Brasil, Caixa Econômica, Itaú e Bradesco).
  • Fundos DI, com taxa de administração zerada.

A caderneta de poupança não serve como alternativa de reserva, segundo ela, porque continua com retorno real negativo. Considerando a inflação, até o mês de maio, o rendimento real da poupança era negativo em 3,44%.

Luciana também lembra da importância de controlar os gastos supérfluos para sair do endividamento, evitando principalmente compras parceladas. “Muitas vezes parcelas de pequenos valores, quando somadas, comprometem grande parte do orçamento da pessoa e da família”, alerta. Em tempos de dívidas é importante refletir sobre o consumo consciente e o que nos levou a situação de inadimplência.

Outro ponto importante é que limpar o nome não é garantia de ter acesso novamente ao crédito, para isso é necessário ter um score de crédito elevado, no patamar de 501 até 1000 pontos. Confira aqui todas as dicas sobre o novo Score Serasa 2.0.

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