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Finanças

Dólar fecha em R$ 4,74, menor patamar em um ano; Ibovespa tem dia estável

Mercado digeriu IPCA-15 acima do esperado no Brasil.

Consumidor faz compras em supermercado do Rio de Janeiro
Consumidor faz compras em supermercado do Rio de Janeiro 10/09/2020 REUTERS/Pilar Olivares

O dólar caiu pelo 8º pregão consecutivo nesta sexta-feira (25), a uma nova mínima desde março de 2020, marcando sua décima semana de perdas no ano e consolidando a posição do real como a moeda que mais ganha no mundo no acumulado de 2022.

Já o Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, encerrou o pregão em estabilidade, com a queda das ações de commodities se contrapondo a ganhos de papéis ligados a consumo, que acompanharam o alívio na curva de juros mesmo após dado de inflação acima do esperado.

No dia, o dólar caiu 1,77%, comercializado a R$ 4,7466. Já o Ibovespa teve alta de 0,02%, aos 119.081 pontos.

Inflação no Brasil

Um dos focos do mercado hoje foi o rumo da taxa Selic, especialmente após a divulgação acima do esperado do IPCA-15, que subiu 0,95% neste mês. O resultado foi o mais forte para março desde 2015 (1,24%), e ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,87%.

IPCA-15 de março de 2022. (Elaboração: Samy Dana)

A taxa Selic está atualmente em 11,75%, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou na quinta-feira (25) que a autarquia encerrará seu ciclo de elevação dos juros em maio, com ajuste de 1 ponto percentual.

No entanto, algumas instituições financeiras e participantes do mercado projetam altas adicionais da Selic para além da próxima reunião do BC, já que dados de inflação domésticos têm surpreendido para cima.

Queda do dólar

Por trás da queda do dólar está, entre outros fatores, a disparada dos preços de várias commodities, do milho ao petróleo, desde o final de fevereiro, quando o início da guerra na Ucrânia levantou temores globais de interrupção da oferta desse tipo de produto.

“Com as commodities em alta e a interrupção das cadeias de suprimento, o fluxo internacional começa a olhar para países exportadores, e se destacam Brasil, África do Sul, Colômbia, entre outros”, disse Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

O alto diferencial entre os custos dos empréstimos do Brasil e de economias avançadas é combustível adicional para o real, já que torna a moeda local interessante para estratégias que buscam lucrar com a tomada de empréstimo num país de juro baixo e aplicar esses recursos num mercado com rendimentos elevados.

“Os investidores estrangeiros vão olhar também quem está com a taxa de juros mais atraente: o Brasil, que ficou muito à frente do resto em relação ao aperto monetário”, afirmou Cruz.

Bolsas mundiais

Wall Street

O S&P 500 fechou em alta nesta sexta-feira, com as ações financeiras subindo depois que o rendimento do título soberano dos Estados Unidos de dez anos saltou para o maior nível em quase três anos, enquanto os papéis de tecnologia e outros grandes nomes de crescimento caíram.

Na semana, o S&P 500 e o Nasdaq registraram ganhos e o Dow ficou próximo da estabilidade.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 subiu 0,53%, a 4.543,94 pontos, enquanto o Nasdaq Composite perdeu 0,15%, a 14.173,22. O Dow Jones Industrial Average subiu 0,44%, para 34.861,34 pontos.

Europa

As ações europeias fecharam nesta sexta-feira em leve alta mas terminaram a semana com perdas, com os investidores preocupados com as consequências do conflito entre Rússia e Ucrânia e em meio ao rali das ações de commodities.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,11%, a 453,55 pontos, com as perdas de bancos e algumas ações defensivas compensando os ganhos em energia , materiais básicos e nomes de tecnologia.

“Uma fraqueza no final fez as ações recuarem, mas no geral o rali das ações ainda está acontecendo”, disse Chris Beauchamp, analista chefe de mercado da plataforma online IG.

“O nervosismo permanece, mas as ações passaram pela semana sem devolver muito terreno.”

Depois de duas semanas de ganhos em que avançou mais de 7%, o STOXX 600 perdeu 0,2% esta semana, conforme os elevados preços de energia e commodities devido às sanções contra a Rússia alimentaram temores de inflação e preocupações com a desaceleração do crescimento econômico.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,21%, a 7.483,35 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,22%, a 14.305,76 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,03%, a 6.553,68 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,64%, a 24.558,74 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,31%, a 8.330,60 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,80%, a 5.849,12 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China e de Hong Kong fecharam em baixa nesta sexta-feira, pressionadas por preocupações com comentários duros com a inflação de autoridades do Federal Reserve e riscos de deslistagens de empresas chinesas pelos Estados Unidos.

O regulador público de contabilidade de empresas dos EUA disse na quinta-feira que continua a discutir com reguladores chineses sobre como obter acesso aos registros de seus auditores, mas a questão sobre se o governo a China dará o acesso exigido por uma nova lei de listagem dos EUA ainda é incerta.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,14%, a 28.149 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,47%, a 21.404 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,17%, a 3.212 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,80%, a 4.174 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,01%, a 2.729 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,12%, a 17.676 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,41%, a 3.413 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,26%, a 7.406 pontos.

*Com informações da Reuters.

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