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Finanças

Bolsa retoma os 98 mil pontos na contramão de NY; dólar sobe com aversão a risco

Problemas com vacina e pacote de estímulos pesam nas bolsas americanas

bolsa de valores

O Ibovespa fechou em alta de 1,05% aos 98.502 pontos nesta terça-feira (13). O índice recuperou seu bom desempenho após o feriado de ontem, que não aconteceu em Wall Street. A alta do índice brasileiro foi sustentada pelo ajuste sobre o movimento das ADRs na segunda-feira (12).

Este foi o maior patamar do índice desde o dia 18 de setembro. O Ibovespa também reagiu positivamente a dados chineses e a balança comercial.

Setores como varejo e frigoríficos puxaram a alta do índice. Companhias como Magazine Luiza (MGLU3) e B2W (BTOW3) valorizaram 5,96% e 6,73%, respectivamente.

Os frigoríficos também impactaram seguindo a alta do dólar, Marfrig (MRFG3) valorizou 4,72%, enquanto BRF (BRFS3) fechou em alta de 3,67%.

Os papéis da Petrobras também sustentaram os ganhos da bolsa brasileira. As ações preferenciais (PETR4) fecharam em alta de 1,67%, enquanto as ordinárias (PETR3) avançaram 1,10%. Os papéis da companhia seguiram a valorização do petróleo. A commoditie apresentou alta nos preços internacionais.

O barril Brent para dezembro fechou em alta de 1,77%, cotado a US$ 42,46 o barril. Enquanto o barril WTI para novembro subiu 1,95%, cotado a US$ 40,20 o barril.

Os contratos futuros de petróleo encerraram em alta reagindo ao avanço melhor do que o esperado em números exportações e importações da China no mês de setembro. A piora em projeções da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para a demanda da commodity em 2021, por outro lado, conteve os ganhos.

O mercado de energia se animou com a notícia de que, na China, as importações tiveram alta anual de 13,2% em setembro, após diminuírem 2,1% em agosto. O consenso do mercado para o último mês era de incremento bem menor, de 0,54%. Já as exportações mostraram expansão anual de 9,9% no mesmo intervalo, acima da projeção de +9,6%. O superávit comercial, assim, ficou em US$ 37 bilhões no mês passado.

No cenário externo, as bolsas americanas fecharam em queda refletindo a interrupção dos testes da vacina Johnson & Johnson após um paciente desenvolver uma doença inexplicada depois de receber a profilaxia. Dow Jones recuou 0,55%, Nasdaq cedeu 0,10% e o índice S&P 500 fechou em queda de 0,61%.

O impasse entre democratas e republicanos na Casa Branca para aprovar o pacote de estímulos continua. Longe de acordos o mercado já precifica a demora.

O dólar chegou a renovar máximas durante o dia, logo virou para queda com intervenção do Banco Central que vendeu US$ 560 milhões em leilão à vista. Mas, encerrou a terça-feira (13) em alta com aversão a riscos.

O dólar comercial fechou cotado a R$ 5,579, com valorização de 0,98%. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,626.

O dólar operou em alta com relação à maioria das moedas, em um dia marcado por incertezas, especialmente após o anúncio da Johnson & Johnson da paralisação dos testes para a vacina da covid-19. Os efeitos do vírus na zona do euro e no Reino Unido também levaram a uma fuga para o dólar, e grande parte dos emergentes teve suas divisas desvalorizadas.

Por causa de uma doença inexplicada em um dos voluntários – uma situação similar havia ocorrido com as pesquisas desenvolvidas pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford -, a Johnson & Johnson paralisou seus testes por uma nova vacina. À tarde, a Eli Lilly informou também uma pausa em seu estudo de tratamento contra a covid-19.

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Destaques da bolsa

Entre os destaques positivos do dia subiram as varejistas: B2W (BTOW3) e Magazine Luiza (MGLU3) avançaram 6,73% e 5,96% respectivamente. Seguidas de Marfrig (MRFG3) que fechou em alta de 4,72%.

No lado oposto do Ibovespa, os destaques negativos foram: Embraer (EMBR3) que cedeu 2,99%, seguida de Yduqs (YDUQ3), com queda de 2,63% e MRV (MRVE3) que fechou em baixa de 2,19%.

Estreantes na Bolsa, as ações do Grupo Mateus (GMAT3), que foram precificadas na última quinta-feira a R$ 8,97, fecharam o pregão perto da estabilidade. Os ativos alcançaram ganhos de até 5,35% e os papéis chegaram a R$ 9,45, contudo viraram para queda e fecharam com leve perda de 0,33%, cotados a R$ 8,94.

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Boletim Focus

Na pesquisa Focus divulgada mais cedo, a mediana para o IPCA de 2020 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis foi de 2,23% para 2,64%. Há um mês, o porcentual calculado estava em 1,95%. No caso de 2021, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis foi de 3,02% para 3,08%. Há um mês, estava em 3,00%.

A projeção para Selic no fim de 2020 permanece em 2,00% ao ano. E a mediana para o câmbio no fim do ano foi de R$ 5,25 para R$ 5,30, ante R$ 5,25% de um mês atrás. Para 2021, a projeção para o câmbio passou de R$ 5,00 para R$ 5,10, ante R$ 5,00 de quatro pesquisas atrás.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta terça-feira, 13, em um pregão marcado pela volatilidade, após um rali na sessão de ontem. Um evento realizado pela Apple para anunciar o iPhone 12 gerou oscilações na ação da empresa, o que pesou nos índices acionários. Além disso, prevaleceu a cautela no mercado em meio a paralisações em estudos para vacinas e medicamentos contra a covid-19 e ao impasse fiscal nos Estados Unidos. Os investidores também focaram no início da temporada de balanços corporativos.

O Dow Jones recuou 0,55%, a 28.679,81 pontos, o S&P 500 caiu 0,63%, a 3.511,93 pontos, e o Nasdaq perdeu 0,10%, a 11.863,90 pontos.

“O índice S&P 500 abriu um pouco mais fraco na manhã desta terça-feira, após quatro dias consecutivos de alta, embora o Nasdaq esteja em alta, enquanto os participantes do mercado avaliam uma combinação desafiadora de balanços, eleição, conversas sobre estímulos e covid-19”, escreveram analistas da corretora americana LPL Financial no começo do pregão.

Durante a tarde, porém, após oscilar, o Nasdaq também se firmou em baixa, pressionado pela ação da Apple e pela informação de que a farmacêutica Eli Lilly interrompeu os testes de um tratamento contra a covid-19 após reguladores dos EUA levantarem questionamentos sobre potenciais riscos. A ação da companhia recuou 2,81%. Antes, a Johnson & Johnson já havia informado a paralisação de seus estudos de uma vacina experimental para o coronavírus.

“Os mercados têm um pouco de sentimento de aversão a risco hoje. O rali de ontem desencadeado pelo setor de tecnologia perdeu força com as manchetes negativas sobre vacinas”, destacaram analistas do Brown Brothers Harriman (BBH), um banco de investimentos americano.

O mercado manteve o foco também nas tratativas em Washington por mais estímulos fiscais. A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, afirmou em uma carta aos democratas que a proposta do governo de Donald Trump é “significativamente aquém” das demandas geradas pela pandemia. “Apesar da retomada das negociações fiscais na semana passada, um acordo pré-eleitoral continua improvável”, avalia o Citigroup.

Entre as empresas que divulgaram balanço hoje, JPMorgan caiu 1,62%, Citi recuou 4,80%, Johnson & Johnson cedeu 2,29%, Delta Air Lines registrou baixa de 2,67% e BlackRock subiu 3,91%. A Amazon, por sua vez, avançou 0,02%, no primeiro dos dois dias de seu evento Prime Day. Já a Boeing registrou perdas de 3,11%, após informar que não recebeu nenhuma encomenda de aeronave em setembro.

*Com Estadão Conteúdo

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