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Finanças

Ibovespa tomba 3%, aos 110 mil pontos, e dólar chega aos R$ 5,42

Preocupações sobre o cenário externo ajudaram a puxar o mercado para baixo.

ibovespa

O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou a terça-feira (28) em forte queda, seguindo a tendência das bolsas internacionais. O dólar ganhou força. Os investidores repercutiram os temores fiscais domésticos e a ata do Copom, que sinalizou extensão do ciclo de aumento dos juros no Brasil para tentar conter a inflação.

O Ibovespa caiu 3,05%, aos 110.124 pontos, após oscilar entre 109.981 pontos e 113.584 pontos. O dólar subiu 0,88%, comercializado a R$ 5,42, com mínima de R$ 5,38 e máxima de R$ 5,45.

Preocupações com a China

Não bastassem os receios de uma quebra da incorporadora Evergrande sobre os setores imobiliário e financeiro, a China passou a preocupar investidores também por questões sobre a oferta de energia, uma vez que restrições ao uso de carvão já começavam a impactar alguns setores da indústria do país, o que pesou sobre as ações das exportadoras brasileiras de metais, incluindo Vale (VALE3) e Usiminas (USIM5).

A queda de bolsas de Estados Unidos e Europa adicionou pressão, com a combinação de inflação pressionada e expectativa de aperto monetário pesando sobre as perspectivas de empresários e consumidores.

O rendimento do Tesouro norte-americano dava um salto, refletindo apostas crescentes de alta iminente dos juros nos EUA, o que pesava sobretudo nas ações de empresas de alto crescimento, movimento refletido na queda do índice Nasdaq.

Nesta terça, o chefe do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, disse que a economia dos Estados Unidos ainda está longe de alcançar o pleno emprego, componente importante dos critérios para elevar a taxa de juros.

Cenário interno

A ata da última reunião do Copom, divulgada nesta manhã, mostrou o Banco Central disposto a estender o ciclo de aperto monetário também para conter a escalada de preços, com algumas instituições financeiras, como o Bradesco, sinalizando que pode rever a projeção da taxa Selic, hoje em 6,25% ao ano, até o fim de 2021.

Ainda no cenário interno, a especialista em ações da Clear Corretora Pietra Guerra também apontou em nota que o cenário político também pesava, com o governo federal sinalizando possível extensão do auxílio emergencial. “Isso traz algumas preocupações em relação aos gastos do governo e como ficará as contas públicas nos próximos anos”, afirmou ela.

O Congresso Nacional aprovou na segunda-feira o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) que cria as bases para a instituição do novo programa social em substituição ao Bolsa Família, o que elevou a cautela dos mercados em meio a dúvidas crescentes sobre a capacidade do governo de respeitar seu teto fiscal.

“O dólar ainda é a moeda de segurança do mundo, então qualquer ruído interno, político ou fiscal, impulsiona a divisa”, disse à Reuters Bruno Mori, planejador financeiro CFP pela Planejar.

De acordo com o especialista, a pressão constante do governo por mais gastos com o chamado Auxílio Brasil não é fator isolado de desconforto para os mercados, que já ficaram descontentes no início do mês com a taxação sobre lucros e dividendos prevista na reforma do Imposto de Renda aprovada pela Câmara dos Deputados.

Destaques

Embraer (EMBR3), que subia após divulgar estudo de perspectivas de entregas de aeronaves para a China, fechou em queda de 1,95% . Braskem (BRKM5) e Petrobras (PETR4), que também tinham valorização mais cedo, finalizaram em queda. As siderúrgicas UsiminasCSN (CSNA3)Gerdau (GGBR4) e a mineradora Vale recuaram. Veja os destaques da bolsa hoje.

Bolsas mundiais

Wall Street

As ações em Wall Street terminaram em forte queda nesta terça, em um amplo movimento de vendas ditado por alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, intensificação de receios com a persistente inflação e litigiosas negociações em Washington acerca do teto da dívida.

  • Dow Jones caiu 1,63%, para 34.299,99 pontos
  • S&P 500 teve queda de 2,04%, a 4.352,63 pontos
  • Nasdaq Composite recuou 2,83%, para 14.546,68 pontos

Europa

As ações europeias recuaram para a mínima em uma semana nesta terça-feira, uma vez que a alta nos rendimentos dos títulos do governo derrubou os papéis de tecnologia, de alto crescimento, com novos sinais de desaceleração na economia da China pesando sobre o sentimento do consumidor.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,50%, a 7.028 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 2,09%, a 15.248 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 2,17%, a 6.506 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 2,14%, a 25.573 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 2,59%, a 8.769 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,13%, a 5.388 pontos.

Ásia e Pacífico

O mercado acionário chinês fechou em alta nesta terça, liderado pelos ganhos em ações imobiliárias depois que o banco central prometeu proteger consumidores expostos ao mercado imobiliário, mesmo com o país enfrentando uma crise energética e preocupações sobre a recuperação da economia.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,19%, a 30.183 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,20%, a 24.500 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,54%, a 3.602 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,13%, a 4.883 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,14%, a 3.097 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,76%, a 17.181 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,73%, a 3.077 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,47%, a 7.275 pontos.

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( * com informações de Reuters)

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