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Finanças

Alta da inflação pode impulsionar dividendos de FIIs de recebíveis

Principal índice de FIIs da B3 teve 2º pior desempenho do ano na véspera, mas analistas acreditam que IPCA vai favorecer dividendos.

Fundos imobiliários

Assim como o principal índice da B3 encerrou a quinta-feira (10) em forte queda , o IFIX (índice dos fundos imobiliários mais negociados) acompanhou o ritmo de baixa, registrando a segunda maior queda diária no ano. Apesar da queda no curto prazo, analistas preveem que a volta da inflação deve ajudar a impulsionar os retornos, especialmente dos FIIs de papel.

Os 2.941 pontos atingidos no final do pregão representam uma queda de 0,93%. A maior queda antes disso foi registrada em 5 de janeiro (-0,97%), segundo levantamento do TradeMap. No acumulado do ano, o IFIX tem alta de 4,88%.

Entre os FIIs mais rentáveis de 2022 que compõem a carteira do IFIX, estão, CARE11 – fundo de laje que investe em cemitérios; MALL11 e HSML11 no setor de shoppings; OUJP11, TGAR11, TRXF11 e VISC11 entre os fundos híbridos; e RZAK11, KFOF11 e NCHB11 entre os FIIs de recebíveis. Veja abaixo lista com FIIs mais rentáveis no ano até dia 10 de novembro, segundo o TradeMap:

NomeCódigoTipo de FIIRetorno até 10/11
Brazilian Graveyard FII-UnicaCARE11Lajes Corporativas31,41
Malls Brasil Plural FIIMALL11Shoppings22,54
Riza Akin Fundo de Investiment-UnicaRZAK11TVM21,73
Kinea Fundo de Fundos de Inves-UnicaKFOF11TVM20,44
Ourinvest Jpp Fundo de Investi-Classe UnOUJP11Híbrido19,85
Nch Eqi High Yield Recebiveis -UnicaNCHB11TVM18,69
FII Tg Ativo RealTGAR11Híbrido18,55
Hsi Malls Fundo de Investiment-UnicaHSML11Shoppings17,43
Trx Real Estate Fundo de Inves-UnicaTRXF11Híbrido16,89
Vinci Shopping Centers Fundo D-UnicaVISC11Híbrido16,64

Por que o IFIX caiu tanto?

Segundo Gabriel Teixeira, analista de fundos de investimento imobiliário da Ativa Investimentos, os comentários do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva que repercutiram negativamente no mercado também afetou os FIIs, dado o processo de transição e as diretrizes que o governo sinalizou adotar.

“Os comentários impactaram fortemente os juros futuros o que refletiu de forma negativa nos fundos de tijolo. Mas a inflação que voltou em outubro (0,59%) acima da expectativa do mercado após três meses consecutivos operando no campo negativo também influenciou no cenário dos FIIs”, pondera.

Segundo o analista, a alta dos juros impacta em todos os ativos de renda variável. Quando há uma expectativa de juros maiores, os investidores se voltam para a renda fixa, o que impacta no preço das cotas de FIIs e das ações. Ontem, os títulos do Tesouro Direto prefixados e os atrelados ao IPCA tiveram as negociações suspensas justamente por conta da volatilidade e aumento das taxas de juros futuros.

A CFA e analista da Órama Investimentos, Anna Clara Tenan, apontou que a queda no IFIX acompanhou todos os segmentos de FIIs, mas em especial, os fundos de tijolo, logística e shoppings lideraram as quedas. E este movimento acompanhou o desempenho do mercado doméstico e abertura da curva de juros. Mas como os fundos imobiliários são mais defensivos, eles respondem menos a esses movimentos.

Dividendos e a volta da inflação

Segundo Tenan, como mais de 70% do mercado está concentrado no varejo, e estes esperam por dividendos dos fundos imobiliários, a notícia do IPCA acabou sendo positiva, em especial, para os fundos de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários).

A deflação registrada em julho, agosto e setembro pesou negativamente para a modalidade, mas com a notícia de uma inflação positiva, há boas expectativas para o segmento.

“Os FIIs de CRIs foram impactados nos três meses de deflação, o que levou a uma queda expressiva nos dividendos neste período. Mas agora, com o retorno do IPCA, é esperado que entre um e dois meses seja visto um aumento de dividendos para essa classe de fundos”.

Anna Clara Tenan, CFA e analista da Órama Investimentos

O cenário é destacado como positivo para os fundos de recebíveis e algumas oportunidades de fundos com cotas muito descontadas já são observadas, segundo a analista. “Vemos oportunidades nos FIIs do segmento que ainda não estão antecipando o crescimento de dividendos que vai ter a partir dos próximos meses”.

“Os fundos de tijolo são impactados com juros altos – e para estes, é possível que a retomada demore um pouco mais diante das incertezas fiscais. De qualquer forma, os fundos imobiliários acabam sendo mais defensivos do que o mercado acionário”, diz, Tenan.

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