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Finanças

Ibovespa tem a maior queda no ano, com disparada do petróleo no exterior

Já o dólar terminou o dia quase estável em relação ao real.

Bombeamento de petróleo no condado de Loving, Texas (EUA) 25/11/2019 REUTERS/Angus Mordant

O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, teve a maior queda em 2022 nesta segunda-feira (7), acompanhando a queda vertiginosa das bolsas em Wall Street. Investidores temem uma inflação mais alta e estagnação econômica, após a disparada dos preços do petróleo aos maiores patamares desde 2008 por causa das sanções à Rússia.

No dia, o Ibovespa recuou 2,52%, aos 111.593 pontos. Já o dólar subiu 0,02%, comercializado a R$ 5,0787.

“O mercado acionário brasileiro acompanha o aumento da aversão ao risco em meio à escalada dos temores com a guerra na Ucrânia. As perdas do Ibovespa, entretanto, são mais contidas do que dos pares externos devido ao desempenho positivo das empresas ligadas às commodities”, comenta Alexsandro Nishimura, economista, head de conteúdo e sócio da BRA.

Os preços do petróleo subiram para os níveis mais elevados desde 2008 nesta segunda-feira, com o barril do tipo Brent chegando a superar os US$ 139, já que os Estados Unidos e seus aliados europeus avaliavam uma proibição da importação do óleo russo, que se somaria às várias sanções já adotadas contra a Rússia depois da invasão da Ucrânia.

Ao mesmo tempo, os futuros de grãos como trigo, soja e milho também eram negociados em seus maiores patamares em vários anos, afetados por temores de restrição da oferta diante das tensões no leste europeu.

“Neste ínterim, se elevam as incertezas globais quanto à inflação, sendo meros chutes agora quaisquer previsões, desde as mais pessimistas até as mais otimistas”, comentou em nota o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira. “O que resta é realmente aguardar o fim do conflito e literalmente torcer para que seja o mais breve possível, dados cenários que podem ser levantados para o futuro.”

Moedas

Além do real, outras moedas de países exportadores de commodities registravam ganhos mais cedo, com destaque para dólar australiano, dólar neozelandês e rand sul-africano.

Nesse contexto, “o fluxo de capital de economias centrais para países produtores (de commodities), como o Brasil, o qual já era intenso antes da crise, parece não ter cessado e tende a se intensificar, mesmo com a perspectiva de volatilidade à frente”, disse Vieira.

O dólar acumula baixa perto de 9% contra o real até agora em 2022, apesar da aversão a risco global provocada pela crise na Ucrânia e por expectativas de alta de juros nos Estados Unidos. No mesmo período, houve valorização de cerca de 3% do índice da moeda norte-americana contra uma cesta de seis rivais fortes no exterior.

Além da alta das commodities, especialistas apontam o patamar elevado da taxa Selic como um colchão para o real, uma vez que isso aumenta a rentabilidade do mercado de renda fixa local, atraindo mais recursos para o Brasil.

A Selic está atualmente em 10,75% ao ano, e há expectativas de que suba ainda mais ao longo das próximas reuniões de política monetária do Banco Central. A mais recente pesquisa Focus, publicada pelo BC nesta segunda-feira, projeta os juros básicos a 12,25% ao fim deste ano e a 8,25% em 2023.

Destaques da bolsa

As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) tiveram forte queda, impactadas por declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre os preços dos combustíveis. Já a Vale (VALE3) subiu, acompanhando as cotações do minério de ferro e minimizando as perdas do Ibovespa devido ao peso importante que tem sobre a composição do índice. Veja outros destaques da bolsa de valores.

Bolsas mundiais

Wall Street

Tela no salão da Bolsa de Valores de Nova York mostra o índice Dow Jones (DJI) após fechamento em Manhattan, Nova York, EUA 07/03/2022 REUTERS/Andrew Kelly

Os principais índices de Wall Street caíram acentuadamente nesta segunda-feira e o Dow Jones confirmou entrada em território de correção, com preocupações com a alta da inflação.

O índice S&P 500 fechou em queda de 2,95%, a 4.201,09 pontos. O Dow Jones caiu 2,37%, a 32.817,38 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 3,62%, a 12.830,96 pontos.

Europa

As ações europeias fecharam acima de mínimas da sessão nesta segunda-feira, ajudadas por um rali de 4,3% nos papéis de energia, após os preços do petróleo subirem. O índice pan-europeu STOXX 600 reduziu perdas de cerca de 3% e fechou em queda de 1,10%, a 417,13 pontos, mínima em quase um ano. As ações bancárias e de automóveis lideraram as quedas.

  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,98%, a 12.834,65 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,31%, a 5.982,27 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,36%, a 22.160,28 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,99%, a 7.644,60 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,16%, a 5.393,48 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China fecharam em uma mínima de 20 meses nesta segunda-feira uma vez que a alta dos preços das commodities, a escalada da crise entre Rússia e Ucrânia e novos casos de coronavírus deixaram os investidores nervosos.

A China determinou uma meta de crescimento econômico acima do esperado no sábado, que segundo analistas será difícil de alcançar e exigirá mais medidas de suporte.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 2,94%, a 25.221 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 3,87%, a 21.057 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 2,17%, a 3.372 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 3,19%, a 4.352 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 2,29%, a 2.651 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 3,15%, a 17.178 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,21%, a 3.187 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,02%, a 7.038 pontos.

* Com informações da Reuters.

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