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Finanças

As 17 melhores ações para investir em 2022, segundo analistas

PetroRio, Petz e Petrobras lideram a lista das mais recomendadas por 7 casas de análise consultadas pelo InvestNews.

O ano de 2021 está chegando ao fim e, longe de encerrar um ciclo, analistas preveem um novo ciclo de forte volatilidade. Com inflação e juros elevados, além de um ano eleitoral prestes a começar, investidores começam a repensar suas estratégias de alocação. Será que vale a pena o risco de investir em ações agora?

Mesmo que elas sejam consideradas baratas, a volatilidade do ano eleitoral pode representar uma ameaça para as carteiras ou é um efeito temporário? O InvestNews consultou 7 agentes de mercado para o investidor entender quais são as melhores ações para 2022 e o que esperar do mercado acionário no próximo ano.

Vale a pena investir em ações em 2022?

A primeira questão que o investidor deve ter em mente é que o investimento em bolsa é de longo prazo, aponta Bruce Barbosa, sócio-fundador da Nord Research.

Segundo ele, um erro comum entre os investidores é comprar na máxima e vender na mínima, por medo das oscilações de mercado. No final, eles acabam perdendo dinheiro. “Você precisa decidir bem quais empresas ter no portfólio”, destaca.

Dito isso, o cenário para 2022 não tem sido encarado como os mais amigáveis. Variáveis como inflação e taxa de juros devem continuar afetando negativamente o preço das ações, embora muitas destas companhias sejam extremamente lucrativas e com perpetuidade nos negócios, aponta Sidney Lima, analista da Top Gain.

Neste contexto de forte pessimismo, os analistas consultados pelo InvestNews acreditam que vale a pena investir em ações brasileiras, desde que o investidor faça uma escolha minuciosa de quais ativos comprar, preferencialmente companhias que não sejam muito dependentes do cenário macroeconômico desafiador.

João Gabriel Abdouni, analista da Inversa, aponta que, no momento atual, o preço das ações não está refletindo os resultados das companhias. “As empresas se encontram muito depreciadas, e os investidores que souberem aproveitar podem ter um retorno interessante”, defende.

Já para Flavio Conde, head de renda variável da Levante Investimentos, a recuperação do mercado acionário está intrinsecamente ligada a política, com a possível eleição de um candidato da terceira via em 2022, que não seja nem Lula nem Bolsonaro.

“Se for eleito algum dos dois, a bolsa não tem por que melhorar no período. Mas se a terceira via vencer, a bolsa vai melhorar e ser um ótimo investimento para 2022”, defende.

Valorização ou dividendos?

A maioria dos especialistas consultados pelo InvestNews acredita que 2022 deve ser um ano para ações de valorização, por causa dos ativos descontados que o investidor pode encontrar na bolsa.

No entanto, há quem recomende dividir a estratégia de investimento em ações para valorização e dividendos, sem escolher entre um ou outro.

É o caso do analista Murilo Breder, do Nu Invest, que acredita que tem muita ação barata na bolsa que pode ter forte potencial de retorno, ao mesmo tempo em que reconhece que uma carteira de dividendos oscila bem menos em tempos de forte instabilidade. “A combinação de ambas as estratégias é ideal, nem 100% dividendos, nem 100% valorização”, aponta.

O mesmo pensamento é compartilhado por Matheus Spiess, analista da Empiricus. Contudo, ele defende que, apesar de misturar as duas estratégias, o carro-chefe do investidor devem ser ações de valorização.

Já Barbosa, da Nord Research, não acredita em uma estratégia de dividendos, considerando que, na visão dele, eles não criam valor para o investidor, enquanto o crescimento dos lucros da companhia cria. “Tem que focar na valorização que é o crescimento dos resultados a longo prazo”, defende.

No entanto, independentemente da estratégia, é preciso lembrar que o cenário macroeconômico deve ser árduo em 2022, e a seletividade das ações, evitando setores que dependam ativamente do PIB e da economia brasileira pode ser o segredo para o investidor enfrentar com tranquilidade a forte volatilidade em 2022. “Escolher empresas que nadam por conta própria sem depender do cenário macro”, reforça Breder.

Melhores ações para 2022, segundo 7 casas de análise

Ações favoritas da Nord Research

Para Bruce Barbosa, sócio-fundador da Nord Research, as três ações mais promissoras para 2022 são: PetroRio (PRIO3), Taurus (TASA4) e Unidas (LCAM3), todas focadas em uma estratégia de valorização.

Foto do  Bruce Barbosa, sócio-fundador da Nord Research .
Bruce Barbosa, sócio-fundador da Nord Research

Ele explica que a PetroRio é uma companhia com sólido crescimento, que adquiriu recentemente os campos de petróleo de Albacora e Albacora Leste, na Bacia de Campos, vendidos pela Petrobras. Segundo Barbosa, eles devem aumentar a produção da PetroRio em 155%.

Ele destaca que a companhia vem gerando muito caixa graças à estratégia de comprar campos maduros e melhorar sua eficiência. Por exemplo, o campo de Wahoo, adquirido em 2020, deve contribuir com a produção em 2024.

A segunda preferida de Barbosa é a Taurus, fabricante de armas, com receita maioritariamente vinda de exportações aos EUA. O analista explica que a companhia está crescendo com força há dois anos, não depende muito da economia brasileira e está concorrendo com os melhores players dos EUA, pela qualidade dos produtos e preço baixo.

“Embora a Taurus tenha aumentado em 17% o preço das armas no último trimestre, continua vendendo bem”, afirma. Ele enxerga como uma empresa com sólidas oportunidades de crescimento internacional, e expansão em novos mercados como a Índia.

Ainda entre as preferidas da Nord Research está a Unidas, que espera a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para a sua fusão com a Localiza (RENT3).

Barbosa afirma que a Unidas é uma companhia com forte potencial de crescimento, com ou sem a fusão da Localiza. Embora dependa da economia brasileira, o analista explica que a demanda por aluguel de carros está forte, por causa do aumento no preço dos carros, o que desmotiva a compra.

Apesar dos juros em alta, a companhia ainda consegue repassar no aluguel dos consumidores, sem contar a mudança cultural dos brasileiros que preferem alugar a adquirir. “Grandes locadoras como Localiza, Unidas e Movida tem vantagem de custo sobre as pequenas”, aponta.

Ações favoritas da NuInvest

Foto do Murilo Breder, analista de renda variável do Nu Invest.
Murilo Breder, analista de renda variável do Nu Invest

Para Murilo Breder, analista de renda variável da NuInvest, as três melhores ações para investir em 2022 são Itaúsa (ITSA4), para quem procura dividendos, Petz (PETZ3) e Jalles Machado (JALL3), para o investidor que busca valorização.

Na Itaúsa ele destaca a oportunidade de se expor indiretamente a ativos como Itaú (ITUB4) e XP (XPBR31), presentes no portfólio da holding. Breder recomenda a compra da ação até R$ 13.

Ele cita que Itaú se encontra bastante descontado e deve reagir com a retomada do mercado, enquanto XP garante ao investidor um forte crescimento na economia digital. “Com a chegada do investidor internacional, blue chips como Itaú ganham fluxo de recursos, e o investidor de Itaúsa também se beneficia”, explica.

Outro ponto de destaque é a resiliência dos dividendos. Segundo Breder, muitos investidores ficaram desanimados por Itaúsa ter pago menos dividendos nos últimos anos. Contudo, ele acredita que a companhia pode surpreender positivamente o mercado, com um dividend yield projetado de 6,7% para os próximos 12 meses.

A segunda recomendação de Breder é a Petz, uma empresa com forte crescimento que viu sua cotação afetada pelo cenário macroeconômico nos últimos meses. O analista recomenda a compra do papel até R$ 28.

Apesar da queda da bolsa, a companhia continua apresentando sólidos resultados. Segundo Breder, isso aconteceu no terceiro trimestre de 2021, quando lucrou R$ 26,6 milhões.

“A empresa segue aportando excelentes números e a queda recente das ações é oportunidade”, afirma Breder. O analista acredita que a empresa deve andar bastante quando o humor do mercado melhorar.

Ainda entre as recomendações para 2022, ele cita Jalles Machado, uma companhia do setor sucroalcoleiro, que deve se beneficiar com o cenário promissor para o segmento de açúcar e etanol, além da valorização do dólar.

Se comparada a concorrentes como São Martinho (SMTO3), a Jalles Machado apresenta uma produtividade melhor e está mais descontada, aponta Breder. O analista recomenda a compra da ação até R$ 12.

Ações favoritas da Inversa

Para João Gabriel Abdouni, analista da Inversa, há três companhias que podem ser oportunidades para o investidor que busca valorização e potencial de pagamento de dividendos no longo prazo. As escolhas do analista são Suzano (SUZB3), Bradesco (BBDC4; BBDC3) e Pão de Açúcar (PCAR3).

 Foto do João Gabriel Abdouni, analista da Inversa
João Gabriel Abdouni, analista da Inversa

Abdouni cita que Suzano, a maior empresa de papel e celulosa do mundo, está bastante descontada, negociando a 4 vezes seu fluxo de caixa operacional. Recentemente, a companhia anunciou o Projeto Cerrado, que segundo o analista, deve aumentar a produção da Suzano em 25% até 2024.

Já o Bradesco tem apresentado melhores resultados do que o concorrente Itaú (ITUB4) no último trimestre e está desenvolvendo estratégias digitais eficientes. “O Bradesco negocia a múltiplos baixos”, cita.

Por último, Abdouni aponta o Pão de Açúcar como uma ação com bom potencial de retorno para o investidor. Ele explica que a companhia vendeu os ativos menos rentáveis para ganhar operacionalmente, como é o caso de 71 pontos do Extra que foram vendidos para o Assaí (ASAI3) por um valor estimado de R$ 5,2 bilhões.

“Esse valor será pago nos próximos anos, reduzindo o endividamento do Pão de Açúcar e contribuindo com a distribuição de dividendos”, afirma. O analista também enxerga potencial no crescimento da rede Minuto Pão de Açúcar.

Ações favoritas da Levante Investimentos

Diferentemente de outras casas de análise, a Levante Investimentos está bastante otimista com a possibilidade de um candidato de terceira via ganhar as eleições, cenário que acabaria favorecendo empresas estatais.

Por este motivo, as preferidas de Flavio Conde, head de renda variável da Levante, são Petrobras (PETR4), Banco do Brasil (BBAS3) e Eletrobras (ELET6). Ele explica que todas estas companhias estão negociando com um preço baixo por conta do risco político.

Foto do  Flavio Conde, head de renda variável da Levante Investimentos
Flavio Conde, head de renda variável da Levante Investimentos

No caso da Petrobras, se o candidato de terceira via for eleito, ele enxerga um potencial de valorização de até 30% no papel, que atualmente se encontra no menor patamar de sua história e descontado se comparado a petrolíferas privadas.

Ele justifica a queda atual pelo medo do mercado de que o presidente Jair Bolsonaro interfira nos preços dos combustíveis. Contudo, se o ex-presidente Lula for eleito, Conde explica que o mercado também deve precificar negativamente o risco para a empresa, pelo histórico passado e a possibilidade de ele mexer no preço da gasolina.

“Em um cenário de terceira via, a ação da Petrobras sobe 30%. Se Bolsonaro for eleito, vai permanecer como está, mas em um cenário com Lula no poder, a queda do ativo chegaria a 20%”, projeta Conde.

Outra estatal no radar da Levante Investimentos é o Banco do Brasil, que também se encontra muito descontado, negociado a 60% do valor patrimonial. Conde aponta que caso um candidato da terceira via se eleger, a ação pode saltar até 50%.

Já o cenário Lula e Bolsonaro não são muito favoráveis para o Banco do Brasil. “Este poderia ser usado para fazer uma política de taxa de juros menores e ofertar serviços a baixo custo, levando a uma queda no lucro do banco a partir de 2023”, aponta.

Ainda entre as preferidas de Conde está a Eletrobras. Ele enxerga que tanto com Bolsonaro como com um presidente da terceira via, o processo de privatização da companhia pode avançar o que beneficiaria os investidores.

“Eletrobras precisa de dinheiro para fazer novos investimentos”, defende. Com a privatização acontecendo, Conde enxerga um potencial de valorização para a ação de 35% em 2022.

Ações favoritas da Empiricus

Na visão de Matheus Spiess, analista da Empiricus, as três melhores ações para 2022 são 3R Petroleum (RRRP3), Cosan (CSAN3) e B3 (B3SA3).

A 3R Petroleum (RRRP3) por se tratar de uma empresa de petróleo, muito eficiente na compra e exploração de poços maduros, com uma boa gestão e muito descontada frente aos seus pares. “Estou otimista com os preços de petróleo em 2022”, cita.

Foto do  Matheus Spiess, analista da Empiricus
Matheus Spiess, analista da Empiricus

Ele acredita na holding Cosan (CSAN3) por garantir ao investidor uma exposição a segmentos lucrativos e resilientes, tais como: distribuição de combustíveis com a Raízen, indústria sucroalcoleiro, infraestrutura rodoviária com a Rumo e distribuição de gás com a Compass, além da Moove Lubrificantes, com direito de distribuição dos lubrificantes da Exxon Mobil no Brasil.

“O investidor de Cosan também está exposto à tese ESG (ambiental, social e de governança) que deve ser predominante no mercado nos próximos 10 anos”, reforça Spiess.

Entre as recomendações do analista para 2022 também está a B3 (B3SA3). Ele aponta que a bolsa brasileira está descontada frente a outras bolsas emergentes e é um ativo que vale a pena ter na carteira.

Ações favoritas da Top Gain

Foto do Sidney Lima, analista da Top Gain
Sidney Lima, analista da Top Gain

Para Sidney Lima, analista da Top Gain, as melhores ações para investir em 2022 têm foco em valorização. São Vale (VALE3), CSN (CSNA3), PetroRio (PRIO3) e Petz (PETZ3).

Ele explica que o setor de commodities, principalmente o de minério de ferro, está bastante descontado, trazendo oportunidade para o investidor comprar empresas gigantes com receita dolarizada por um preço baixo. É o caso de Vale e CSN.

“Olhando os indicadore, estas companhias têm um preço lucro (P/L) – relação entre preço e lucro em que a ação está sendo negociada – de 3,0 e 2,0, respectivamente”, aponta. Nestes níveis, segundo Lima, estes papéis teriam um potencial de valorização interessante atrelado à retomada econômica e industrialização.

Ainda em questão de commodities, mas neste caso com o petróleo, outra ação que deve performar bem em 2022, segundo ele, é a PetroRio. Lima aponta que a petrolífera está com uma estratégia de negócios mais agressiva, principalmente em aquisições, com aumento da produção e receita dolarizada.

O analista também lembra que, em 2022, ano eleitoral, a Petrobras deve navegar em terreno incerto, o que deixa ainda mais interessante o investimento em PetroRio.

Entre as queridinhas da Top Gain também está a Petz (PETZ3), segundo Lima a ação tem mostrado resiliência em diversos momentos do mercado, apesar do seu curto tempo de bolsa.

“O movimento de humanização dos pets continua impulsionando o crescimento da Petz, que está em um bom preço de compra”, cita.

Ação favorita da Inside Research

Foto do  Vinícius Buriche, analista da Inside Research
Vinícius Buriche, analista da Inside Research

A casa de análise Inside Research tem apenas uma favorita na sua lista, a Petrobras (PETR4), com preço justo de compra de até R$ 38 por ação.

Segundo o analista Vinícius Buriche, com a manutenção nos preços do petróleo em bom patamar para 2022 e com a companhia dando sequência aos desinvestimentos, a Petrobras é oportunidade.

Ele também destaca que a companhia deve continuar pagando bons dividendos aos acionistas com um retorno superior a 20% em dividend yield para 2021 e 2022. “O desconto atual de Petrobras está relacionado a sua governança, e possível interferência no preço dos combustíveis, que tende a diminuir na medida que seu plano de desenvolvimento avança”, cita Buriche.

Ações promissoras para 2022, segundo analistas

AçãoRecomendada porEstratégiaAté que preço comprar
PetroRio (PRIO3) Nord Research
Top Gain
Valorização
Taurus (TASA4) Nord Research Valorização
Unidas (LCAM3) Nord Research Valorização
Itaúsa (ITSA4) Nu Invest DividendosR$ 13
Petz (PETZ3) Nu Invest
Top Gain
Valorização R$ 28
—-
Jalles Machado (JALL3) Nu InvestValorizaçãoR$ 12
Suzano (SUZB3) InversaValorização
Dividendos no longo prazo
Bradesco (BBDC3) Inversa Valorização
Dividendos no longo prazo
—-
Pão de Açúcar (PCAR3)Inversa Valorização
Dividendos no longo prazo
Petrobras (PETR4) Levante Investimentos

Inside Research
Valorização


Valorização e dividendos




R$ 38
Banco do Brasil (BBAS3) Levante InvestimentosValorização
Eletrobras (ELET6) Levante InvestimentosValorização—-
3R Petroleum (RRRP3) EmpiricusValorização—-
Cosan (CSAN3) EmpiricusValorização—-
B3 (B3SA3) EmpiricusValorização—-
Vale (VALE3) Top GainValorização—-
CSN (CSNA3) Top Gain Valorização

Pechinchas’ da bolsa

Além das recomendações citadas pelas 7 casas de análise, algumas companhias ganham espaço quando o assunto são ações baratas.

É o caso de Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), escolhidas pela maioria dos analistas como ações descontadas e boas oportunidades para o investidor que gosta de varejo.

Flavio Conde, da Levante Investimentos, explica que estas ações estão negociando com um valor excessivamente baixo, com queda de quase 70% nos últimos 12 meses.

O motivo do tombo se deve ao otimismo exagerado do mercado em 2020, com o boom do e-commerce, e consequentemente o pessimismo exagerado dos investidores quando a economia retomou e muitos consumidores decidiram frequentar shopping, loja física para fazer suas compras, somado a inflação e perda do poder aquisitivo dos brasileiros que impactou nas vendas.

Contudo, Conde esclarece que por causa dessa visão exagerada do mercado e os fundamentos das companhias, Via e Magazine Luiza têm uma chance grande de em 1 ano estarem valendo 50% acima do que valem agora.

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Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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