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Finanças

Ibovespa recua e perde patamar de 130 mil pontos

Números de vendas no varejo no Brasil e expectativas sobre juros nos EUA mexem com o mercado.

B3 ibovespa e dólar

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em queda nesta terça-feira (8) e o dólar terminou o dia quase estável, com os investidores trabalhando em modo de espera antes de dados desta semana sobre a inflação norte-americana. Números mais fortes do que o esperado sobre as vendas no varejo no Brasil e um cenário misto no exterior também estão no radar.

O Ibovespa caiu 0,76%, aos 129.787 pontos. Veja a cotação do Ibovespa hoje. Já o dólar teve dia de estabilidade, comercializado a R$ 5,0349.

O Ibovespa interrompeu uma sequência de oito altas seguidas, na maior série de ganhos desde 2018, renovando máximas e chegando a superar os 131 mil pontos pela primeira vez.

“A notícias de renovação do auxílio emergencial trouxeram realização de lucros no mercado hoje. O teto de gastos é desde o início do ano o fator que mais preocupa o mercado”, comentou João Beck, economista e sócio da BRA.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça que o governo deve estender a rodada de pagamentos do auxílio emergencial aos mais vulneráveis por mais “dois ou três meses”,

“As altas consecutivas da bolsa desde abril coincidem com o acordo do orçamento em meados daquele mês. É bem verdade que, posteriormente a esse fato, houve dados positivos de atividade e arrecadação levando a projeção da dívida para níveis bem mais confortáveis. Mas qualquer sinal de que voltaremos a esse tema deixa todos apreensivos, mais ainda num momento em que ainda se estuda o custo de uma crise hídrica e a entrada em breve em um período eleitoral”, analisa Beck.

Juros nos EUA e no Brasil

“O impressionante rali contando com a valorização das commodities, recuperação do PIB e vacinação mantém o otimismo dos investidores renovado e aparenta não ter fim próximo”, afirmou a Genial Investimentos, em nota a clientes.

“As atenções globais estão voltadas para a divulgação do Índice de Preços aos Consumidores dos EUA de maio, na quinta-feira, (que) poderá determinar o rumo da política monetária do Federal Reserve”, explicou em nota Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora, em referência às expectativas sobre a taxa de juros nos Estados Unidos.

Recentemente, temores sobre um superaquecimento da economia dos EUA, a maior do mundo, marcaram presença nos mercados globais, em meio a especulações de que um pico na inflação poderia levar o banco central norte-americano a apertar sua política monetária mais cedo do que o esperado, elevando os juros.

Embora várias autoridades do Fed tenham afirmado repetidas vezes que enxergam as pressões inflacionárias como temporárias, outras já começaram a reconhecer que estão mais próximas de um debate sobre quando retirar parte de seu nível de apoio à economia.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed encerrará sua próxima reunião em 16 de junho.

A data também contará com a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, com expectativa de elevação da taxa Selic a 4,25% ao ano, ante patamar atual de 3,5%. Um cenário doméstico de juros mais altos tende a favorecer o real, segundo especialistas, uma vez que torna investimentos locais atrelados à Selic mais atraentes para o investidor estrangeiro.

Vários analistas têm apontado as perspectivas para os juros no Brasil e nos Estados Unidos como um fator de pressão para o dólar frente ao real, mas dados econômicos domésticos melhores do que o esperado também estão no radar.

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) informou que a economia do Brasil registrou crescimento de 1,2% no primeiro trimestre de 2021 e retornou ao patamar pré-pandemia, dando sequência à recuperação dos danos causados pela covid-19.

Já nesta terça-feira, dados mostraram que as vendas no comércio varejista brasileiro cresceram bem mais do que o esperado em abril e tiveram maior alta em 21 anos para o mês, voltando a ficar acima do nível pré-pandemia.

Nesse contexto, “o clima é de dólar para baixo”, disse à Reuters Vanei Nagem, responsável pela Mesa de Câmbio da Terra Investimentos.

Segundo ele, agora as expectativas giram em torno do patamar de R$ 5. “Existe toda uma mística em volta dele; é uma marca psicológica. Mas fica a dúvida sobre se o dólar poderia romper esse patamar com força – e ir para níveis bem mais baixos – ou não.”

Destaques da bolsa

Iguatemi (IGTA3) perdeu 3,19%, após a administradora de shopping centers anunciar que seu conselho de administração aprovou proposta de reorganização societária pela qual a empresa será incorporada por sua controladora, o Grupo Jereissati.

CVC Brasil (CVCB3) avançou 1,89, após a operadora de turismo anunciar que contratou o Citigroup e o BTG Pactual para assessoria financeira voltada a uma potencial oferta primária.

Via (VVAR3), Magazine Luiza (MGLU3) e B2W (BTOW3) subiram, tendo de pano de fundo que as vendas no comércio varejista brasileiro cresceram bem mais do que o esperado em abril e tiveram maior alta em 21 anos para o mês.

Bolsas mundiais

Wall Street

As ações de Wall Street fecharam com pouca variação nesta terça-feira em sessão sem catalisadores claros para o mercado. Todos os três principais índices de ações dos EUA encerraram o dia perto da estabilidade ou com pequena valorização. O Nasdaq se saiu melhor, com os papéis da Amazon (AMZO34) e da Apple (AAPL34) fornecendo o maior impulso.

  • Dow Jones teve variação negativa de 0,09%, para 34.599 pontos
  • S&P 500 oscilou 0,01%, para 4.227 pontos
  • Nasdaq avançou 0,31%, para 13.924,91 pontos

Europa

As ações europeias atingiram novas máximas nesta terça-feira, impulsionadas por empresas de viagens e imobiliárias, mas dados fracos sobre a produção industrial alemã e dúvidas sobre a retirada de restrições no Reino Unido este mês limitaram os ganhos.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,25%, a 7.095,09 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,23%, a 15.640,60 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,11%, a 6.551,01 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,06%, a 25.809,16 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,11%, a 9.153,60 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,53%, a 5.112,24 pontos.

Ásia e Pacífico

O mercado acionário da China recuou nesta terça-feira, pressionado pelas empresas de consumo e bebidas, com os investidores preocupados com os fortes valores e com as tensões com os Estados Unidos.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,19%, a 28.963 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,02%, a 28.781 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,54%, a 3.580 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,86%, a 5.232 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,13%, a 3.247 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,05%, a 17.076 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,27%, a 3.167 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,15%, a 7.292 pontos.

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(*Com informações de Reuters)

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