Crise hídrica, escassez energética, problemas climáticos, equidade de gênero nas empresas, boa governança: estes são temas que têm chamado a atenção do mercado financeiro e levado empresas a darem cada vez mais importância a boas práticas ESG – tendência que ficou mais evidente no último ano.
Mas antes mesmo de o assunto entrar em pauta, a B3 (bolsa brasileira) criou em 2005 o ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial. Em 3 de janeiro deste ano, entrou em vigor a 17ª carteira do índice. Estão nele ao menos 46 ações de companhias de 27 setores.
Para compor a carteira de 2022, houve um crescimento de 62% no número de inscrições para o processo de seleção do índice (73 companhias, ante 45 no ano anterior). Já quando levadas em consideração empresas que respondem a um simulado feito pela B3 para avaliar o quão distantes/perto estão dos critérios ESG, o crescimento foi anda maior: de 81,8% (60 companhias ante 33 no ano anterior).
Segundo o superintendente de Sustentabilidade da B3, Cesar Sanches, os resultados falam por si só. “As companhias estão mais engajadas e buscando evoluir em suas práticas ESG”, explicou em comunicado.
Performance do ISE
Nos 16 anos completos em que o ISE opera, ele superou o Ibovespa em 10 deles, segundo dados da Economatica Brasil. Já a performance acumulada do índice desde sua criação foi de 267%, contra 228,4% do Ibovespa, segundo a B3.
Carteira de ações do ISE
Compõe a nova carteira do ISE as seguintes empresas:
- AES Brasil (AESB3)
- Ambipar (AMBP3)
- Americanas (AMER3)
- Arezzo (ARZZ3)
- Azul (AZUL4)
- Bradesco (BBDC4)
- Banco do Brasil (BBSA3)
- Braskem (BRKM3)
- BRF (BRFS3)
- BTG (BPAC3)
- CCR (CCRO3)
- Cemig (CMIG4)
- Cielo (CIEL3)
- Copel (CPEL6)
- Cosan (CSAN3)
- CPFL (CPFE3)
- Dexco (DXCO3)
- EcoRodovias (ECOR3)
- Energias do Brasil (ENBR3)
- Engie (EGIE3)
- Fleury (FLRY3)
- Natura (NTCO3)
- Iochpe-Maxion (MYPK3)
- Itaúsa (ITSA4)
- Itaú (ITUB4)
- Klabin (KLBN4)
- Light (LIGT3)
- Renner (LREN3)
- M Dias Branco (MDIA3)
- Magazine Luiza (MGLU3)
- Minerva (BEEF3)
- Movida (MOVI3)
- MRV (MRVE3)
- Neoenergia (NEOE3)
- Pão de Açucar (PCAR3)
- Raia Drogasil (RADL3)
- Rumo (RAIL3)
- Santander (SANB11)
- Simpar (SIMH3)
- SulAmerica (SULA11)
- Suzano (SUZB3)
- Telefônica (VIVT4)
- Tim (TIMS3)
- VIA (VIIA3)
- Vibra (VBBR3)
- Weg (WEGE3)
O processo para formar a carteira 2021/2022 contou com parcerias da ABC Associados (revisão e aplicação da metodologia e análise técnica dos resultados), KPMG (asseguração), CDP (questionário de mudança do clima) e RepRisk (indicador de risco reputacional).
Para investir no índice, o investidor brasileiro conta com um ETF (ISUS11), além de 14 fundos de investimento que o referenciam, somando mais de R$ 527 milhões em patrimônio líquido (em 28/12/2021).
Veja também
- Os melhores BDRs para investir em 2022, segundo analistas
- O que é ESG e qual a importância?
- Com Nintendo, NVidia e mais 24 empresas, ETF JOGO11 foca na indústria de games
- Conheça a teoria da reflexividade dos mercados financeiros, de George Soros
- Inflação nos EUA não é passageira? Temor leva Ibovespa aos 100 mil pontos