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Finanças

Ibovespa sobe mais de 2% após pior semana desde o início da pandemia; dólar cai

Mercado vê possível aceleração do ritmo de alta da Selic após sinalização de ruptura do teto de gastos.

Fachada do prédio da B3

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em alta nesta segunda-feira (25), após a maior queda semanal desde março de 2020 na semana anterior. O avanço foi puxado pela disparada das ações da Petrobras (PETR3 e PETR4). O dólar perdeu força. O ambiente, porém, é ainda tenso diante do cenário de deterioração fiscal do país.

O Ibovespa subiu 2,28%, aos 108.715 pontos. O dólar caiu 1,27%, a R$ 5,5566.

Além do forte impacto na bolsa de valores e no câmbio na semana passada, o mercado segue de olho de como as preocupações fiscais devem seguir mexendo com os juros. Segundo profissionais do mercado, o sinal de que o governo vai contornar o teto de gastos para acomodar despesas com seu programa Auxílio Brasil para o ano eleitoral deve levar o Banco Central reagir com aceleração do ritmo de alta da Taxa Selic, de 1 para até 1,5 ponto percentual, na reunião desta semana.

O cenário segue inspirando cautela, o que ficou evidente na expressiva piora de estimativas mostrada pela pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta manhã.

O prognóstico para o dólar, por exemplo, pulou a R$ 5,45 para o fim deste ano e do próximo, ante R$ 5,25 da previsão anterior para ambos os períodos. O mercado elevou ainda os números para juros e inflação e baixou os para o crescimento econômico.

Mais juros e menos crescimento para 2022, cenário que reflete o aumento da incerteza e a falta de confiança na política fiscal”, comentou Rafaela Vitoria, economista-chefe e chefe de pesquisa econômica do Banco Inter.

Os números da Focus ilustram a série de ajustes para cima nas estimativas para o dólar desde a semana passada. A XP, por exemplo, promoveu forte alta em seus cálculos, vendo agora cotação de R$ 5,70 ao fim deste ano e de 2022, ante taxas anteriores de R$ 5,20 e R$ 5,10, respectivamente.

“Apesar das mesmas projeções para o final deste e do próximo ano, acreditamos que a taxa de câmbio apresentará muita volatilidade, especialmente com a aproximação das eleições”, disse em nota do fim da sexta-feira Caio Megale, economista-chefe da XP.

Investidores estrangeiros também estão mais desconfiados. Especuladores que operam na Bolsa Mercantil de Chicago tornaram a vender contratos de reais na semana finda em 19 de outubro, elevando posições pessimistas na moeda brasileira em meio à forte pressão cambial no Brasil diante de temores sobre a trajetória das contas públicas.

O mercado ainda aguarda eventos importantes nesta semana no campo doméstico, como a divulgação do IPCA-15 (prévia da inflação) de outubro e a decisão de política monetária do Banco Central.

Olho nos balanços

O cenário macroeconômico divide as atenções com as notícias corporativas, uma vez que a temporada de balanços corporativos ganha tração. Na sexta-feira, a Hypera (HYPE3) divulgou os seus números, com o Credit Suisse (C1SU34) frisando o vigor do crescimento das receitas, mas compressão das margens. Vale (VALE3), Petrobras (PETR3; PETR4), Gerdau (GGBR4), Assaí e Santander Brasil (SANB11), entre outros, revelam seus números do trimestre ao longo da semana.

Nos Estados Unidos, o foco é nas gigantes de tecnologia. Facebook (FBOK34) abre a temporada do setor após o fechamento dos mercados nesta segunda-feira, no que será seguido ao longo da semana por Microsoft (MSFT34), Apple (AAPL34), Alphabet (GOGL34) e Amazon (AMZO34).

Destaques da B3

O dia foi de forte alta das ações da Petrobras. O papel ordinário (PETR3) subiu 6,09%, enquanto o preferencial (PETR4) ganhou 6,99% após a companhia anunciar que elevará o preço médio do diesel nas refinarias em 9,15% e o da gasolina em 7,05%, a partir de terça-feira. Veja outros destaques.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os índices Dow Jones e S&P 500 fecharam em máximas recordes nesta segunda-feira, no início do que promete ser uma das mais pesadas semanas de relatórios do trimestre, com empresas líderes de vários setores prontas para anunciar seus resultados.

O Dow Jones teve alta de 0,18%, para 35.741 pontos; o S&P 500 avançou 0,47%, para 4.566 pontos, e o Nasdaq Composite subiu 0,9%, para 15.226,71 pontos.

Europa

As ações europeias fecharam perto da estabilidade nesta segunda-feira, uma vez que ganhos de bancos e setores vinculados às commodities foram compensados por perdas nas ações industriais – desencadeadas pela alta dos rendimentos dos títulos – e pela deterioração das perspectivas para o setor de telecomunicações.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,25%, a 7.222,82 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,36%, a 15.599,23 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,31%, a 6.712,87 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,92%, a 26.815,79 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,16%, a 8.920,90 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,65%, a 5.736,55 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações asiáticas ficaram praticamente estáveis ​​nesta segunda-feira, com um novo surto de covid-19 na China elevando preocupações sobre a desaceleração do crescimento na segunda maior economia do mundo, enquanto a moeda tailandesa avançou na expectativa de revitalização do setor de turismo do país.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei caiu 0,71%, a 28.600,41 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,02%, a 26.132,03 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,76%, a 3.609,86 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,40%, a 4.979,52 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,48%, a 3.020,54 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,03%, a 16.894,24 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,10%, a 3.201,86 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,34%, a 7.441,00 pontos.

(*Com informações de Reuters)

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